29.8.08

take off

Me lembro que não era uma manhã tão fria. O tempo estava bom e junto comigo estava o Matheus, o Gui e o Rafa. Todos sentados à mesa da biblioteca no maior silêncio enquanto um deles tomava o livro emprestado da estante. De capa vermelha e com letras pretas, estava escrito: Phrasal Verbs. Ficamos por muito tempo virando as páginas e suspirando no ar: vai ser muito difícil de decorarmos! Sim. Foi bem difícil. Não sei todos, esqueci vários, mas desde 2001, quando estive em Brighton com esses amigos eu decorei um para nunca mais esquecer: take off.

Acho que esta expressão pode ser usada para muitas coisas, mas eles sempre a empregam naquele momento que o avião sobe. Na hora que as rodinhas entram, que os passageiros se silenciam, que as crianças abrem a boca assustadas, que os cintos se fecham e que muita gente passa mal. Eu não.

A paixão por voar começou desde minha primeira viagem feita para Campo Grande junto com meu pai e meu irmão. Era um avião meia boca da Vasp, se não me engano. Comemos croissant, salmão e gelatina. Era o paraíso. Depois, como se não bastasse o banquete ainda fiquei uns bons minutos fazendo a fila crescer lá fora ao ficar mais de 10 minutos dentro do banheiro apertando todos os botõezinhos. E claro, antes de descermos, passamos para visitar a cabine do piloto.

Daí, no mesmo ano lançaram o filme Top Gun, que dispensa comentários. Não só pelo maravilhoso ator principal, como também pelas manobras, trilha sonora e adrenalina das acrobacias aéreas. Passado uns bons 18 anos, comprei o clássico, que hoje se encontra na minha singela pilha de DVD´s.

E aí ontem eu estava voltando de uma ponte área quando comecei a pensar nisso tudo. Eu realmente adoro viajar de avião. Adoro quando é vôo é noturno e as luzes se apagam. Adoro o barulho quando as pessoas chamam a aeromoça (até pensei em baixar como sinal de mensagem de texto no meu celular ... vai vendo). E sinto uma enorme felicidade de esperar a aeronave chegar no portão de embarque, fazer fila, entregar o bilhete, descer a rampa e adentrar no corredor gelado, branco, cheio de gente se olhando, maletas e sacolas sendo guardadas e procurar meu assento.

Não me importo com a companhia, não me importo para onde. Contanto que eu esteja lá no alto, perto das nunves, acima das coisas, com meus próprios pensamento. Bestificada com a velocidade e com a praticidade com que se alcança um objetivo. E ontem contei. Foram 23 vezes dentro de um avião. Quando eu chegar aos 50 prometo escrever um novo post. E por enquanto, a temperatura lá fora é de 25ºC.

25.8.08

bronquinha

Assim como tem gente que acredita em duendes, fadas, dietas, loteria, anjos e mais um monte de coisas, eu acredito em signos. Mas, veja bem: signos e não horóscopo. Claro que, quando bate a preocupação com alguma coisa, pego o jornal e dou uma conferida nas entrelinhas da penúltima página da Ilustrada, mas o que eu gosto mesmo é de entender e reconhecer o signo das pessoas.

Eu sei que o meu signo por exemplo, não é dos melhores. Gênio difícil, mal humor, irritação ... Lá em casa sou conhecida como Maria Bronquinha. Eu sei. Aliás, o que me preocupa é pensar se depois de uma tempo piora. Porque ainda tenho muito que crescer, mass quando observo mulheres mais velhas, que são do mesmo signo que o meu, confesso que me assusto. A energia delas é o que me deixa mais preocupada. Será que continuarei com todo esse pique?

Daí hoje eu resolvi ir atrás disso na Internet e achei um site legalzinho, prá quem acredita nessas coisas e quer passar o tempo. Você encontra características engraçadas dos signos divididas por áreas. Como por exemplo, como é o beijo de cada signo, o lado mal e quais seriam os adesivos que cada um teria no carro. Este último foi o que eu mais gostei. Ainda bem que eu não tenho carro. Hehe!

Passa por cima, ô babaca!
Hoje eu não tô bom!
Runner Musculação e Aeróbica
Mulheres são líderes naturais. Você está seguindo uma.
Perigo. Chefe zangado à bordo
Eu atropelo duendes
Me siga!
Meu outro carro é mais potente
Não tenho tudo que amo... Mas vou conseguir já já
Consulte sempre um gerente
E Deus fez tudo em "apenas" seis dias
E Deus gastou seis dias inteiros para fazer só isso?

22.8.08

Felizes para sempre

Lá vai um post de besteiras. Mas sempre tem. Então, será hoje. Hehehe. Bom, acho que todo mundo já se pegou pensando em conspirações, teorias e paranóias. Também há aqueles momentos idiotas que a gente pára e começa a pensar coisas nada a ver com nada e montar umas "brizas" na caixola. Pois bem. Hoje de manhã eu estava tomando banho e comecei a pensar nas Princesas da Disney. Aí, lá vem. É, isso mesmo. Idiotice pura. Mas dane-se, vou comentar.

Comecei a pensar nisso porque uma amiga minha quer ir no Holiday on Ice que vai estrear - ou já estreou - no Ibirapuera sobre as Princesas. E ela me convidou para ir com ela assisitir. Fiquei mega empolgada porque, pasmem-se, eu adoro as Princesas. Adoro tanto que completei o álbum em 2006 e foi assim que fiz amizade com a Laris (blogueira querida e amiga). Por que ela colecionava? Não, porque as sobrinhas dela colecionavam. Ha ha ha ha ha ha.

Sei que comecei a pensar nessa coisa que nós mulheres temos. Mesmo que seja bem pouco, mas todas temos: de querer casar, ter alguém pra dividir bons momentos, bons beijos, boas conversas, bons sonhos e aquela coisa toda de pombas, esquilos, passarinhos e final feliz. Eu tenho. E tenho faz muito tempo. Só que, hoje de manhã comecei a pensar não neste assunto, mas nas Princesas em si. E agora, chega a hora de dar alguns exemplos para vocês. Por favor, não me matem ok?

A Bela por exemplo, fiquei pensando que ela deve ter um conhecimento fora do normal. É tanto livro que aquela mulher leu que daria para fazer uma versão Google só da Bela. Além do mais, ela deve ter sessões de fono. Porque, morar naquele castelo gelado e ficar cantando embaixo da neve não é pra qualquer uma. Fora a coragem de beijar um monstrengo daqueles - que havia, até algum tempo atrás, prendido seu pai velhinho dentro de uma cela. Afff.

A Bela Adormecida podia fazer propaganda do Cepacol ou algo do tipo. Também acho ela muito ingênua de meter o dedo naquele troço e ter sido evenenada. Daí vem toda a parte Freud da coisa: a bagaça era pontuda e saiu sangue do dedo dela. Perda da virgindade. Mas nem sei se acredito muito nessa coisa. Relaciono mais isso com a Chapéuzinho Vermelho. Que como o próprio nome diz, era vermelha, quis ir por outro caminho (pré adolescência) e quando chegou na casa da vovó, tava rolando o maior suruba com todo mundo na cama, inclusive o lenhador.

Daí ainda tem a Cinderela, que era, para mim, a mais malandrona. Além de catar o príncipe ainda ficou com ele a noite toda e fez o cara correr atrás dela. Se deu muito bem por sinal. Otária eram aquelas irmãs dela bundudas e com voz de taquara rachada. Um outro caso à parte, é a Alice, que todo mundo sabe que foi a maior piração de ópio que o cara teve na vida e que deu no que deu. A história dela é tão irreverente que ela nem está no time das Princesas.

Continuando a falar do time, fiquei de cara quando eu vi a Ariel junto com as outras. Sou muito mais ela sereia do que ali de pé, com vestido e sapatinho. Mas, a minha preferida mesmo continua e continuará sendo a doida da Jasmine. Que pulou os muros do palácio para ver como era a vida lá fora. Tipo um pouco a história de Buda, versão garotas.

E quem eu realmente não sou muito chegada é a Branca de Neve. Outra malandrona que deu uma de que estava cansada, deitou na cama dos anões e quando eles chegaram do trabalho, deram de cara com uma gigante adormecida. Ahã, dormindo. Tá, conta outra. Mas, se bem que ela botou moral. Imagine morar 7 caras juntos na mesma casa? Tô fora. Ela tinha mais mesmo que sair com o príncipe e viver feliz para sempre.

E vivam os finais felizes e todas essas Princesas.
Porque, na vida real é praticamente a mesma coisa.

21.8.08

Marina

Eu vou à praia. Sábado de manhã. Colocar os pés no mar. Os pés, as mãos, o corpo todo. Soltar tudo para fora num único mergulho. Voltar com maresia. Sentir a tal brisa na cara. Correr na areia porque a água estará fria. Aiiiii, que delícia.

Isso me fez lembrar de uma dessas cenas inesquecíveis que temos em nossos relacionamentos. Vou contar: um dia, falei para ele que, se um dia tivermos uma menina, gostaria que o nome dela fosse Marina. Porque vem do mar e eu acho lindo. Aliás, se é uma coisa que me encanta é o mar. Ele me olhou torto. Ignorei e continuei a explicação. Comentei da minha paixão por praia, que todas as minhas férias de janeiro eu sempre desci para a mesma cidade, com as mesmas pessoas etc etc etc. Ele continuou me olhando torto. E falei que acho um nome delicado, simples de falar e que a menina não teria o menor problema em escrevê-lo, nem nada. Pois bem.

Pausa. Para que não o conhece, ele tem esse jeito mesmo de ser ok? Isso não quer dizer que ele é insensível, nem nada. Mas, genioso. É, uma boa palavra. E daí ele me disse: quer dar um nome que vem do mar? Dá o nome de Água então.

Dei de ombros. Até lá, eu consigo convencê-lo. He he he

19.8.08

flores

hummmm calorzão! me lembra praia. sorvete de limão no palito. crianças com baldinhos fazendo castelos. época de mudanças. o amor que dá uma pausa para a malícia. o vento batendo na cara. o banco do carro cheio de areia. garrafinhas de água. o cara vestido de Frajola vendendo algodão doce. o jornal voando. surfistas se aquecendo. mares flutuantes. flores desabrochando. cerveja gelada com porções de peixe. menos hora na cama. todo o tempo do mundo em rodas gigantes e tobogãs. batidas de maracujá, coco, morango. todos juntos na calçada. trânsito dos infernos. carros fervendo. colchões, travesseiros, cobertores e mantas tomando a fresca da manhã. piscinas infláveis e priminhos peladinhos. sucos de melância, cajú e abacaxi com hortelã. todas os tons possíveis numa única nuvem. re-no-va-ção.

18.8.08

Meu querido diário

Abri. Faz alguns dias que eu abri as duas caixas de madeira. E reler está sendo uma das minhas maiores diversões no momento. Estou me encontrando e adorando. Fecho os olhos com saudades. Dou risada de coisas idiotas e me recordo perfeitamente de quase todas as situações descritas.

Uma vez eu contei. Deve ter uns 15 diários no total. Todos com as páginas amareladas. Letras grandes, pequenas, tortas e tímidas. Ai como eu era tímida e extrovertida. Uma moleca, uma princesa.

Ler me dá uma sensação absurda de nostalgia. E fico querendo reparar nos deslizes que eu cometia. Nos meus erros e acertos. Fico pensando se um dia vou jogá-los fora, se um dia vou queimá-los. O que vou fazer com todos os caderninhos ali separados? Todos escritos em formas de pequenas cartas para a irmã invisível.

Fato é que realmente há emoções e sentimentos ali que permanecem intactos. Há pessoas ali que são imortais e me acompanham até hoje. E há também, descrito da forma mais vagabunda possível, todo meu declínio, meu afastamento e meus dias nublados. Chega a doer.

Em breve, prometo postar alguns relatos engraçados para vocês verem como eu escrevia bobagens. Será que ainda as escrevo? Whatever!

15.8.08

ayer

pues hoy intentaré escribir en español para practicar un poco. yo estoy muy contenta porque volví a hablar con uma amiga que yo no hablava hacia muchos años. ella tiene un hijo muy gracioso y está trabajando en el ayutamiento de San Pablo. pues ni puedo imaginar esto!

hablamos sobre muchas cosas de nuestras vidas y también sobre nuestros sueños. la vontad de viajar de nuevo está volviendo a mi vida. pero yo no sé para donde, cuándo y cómo. ni pienso en salir ahora pero tengo muchos amigos que están viajando y por eso, estoy con estos planos.

hace alguns días que estoy volviendo a mi pasado y no sé porque. pero estoy bien.

és esto.

14.8.08

dropzinhos

drops ! porque estou precisando pensar em algumas coisas. portanto, drops por favor:

- ganhei uma ovelha de pelúcia da minha amiga. fiquei pensando na hora " que presente é esse?". daí ela explicou que como eu não gosto de chocolate, ela resolveu trazer a ovelinha para mim de uma viagem do sul. há! daí comecei a rir. o meu nome, de origem hebraíca, singnifica ovelha mansa ou mansa como uma ovelha. (eu mansa? aonde? dormindo? hua hua hua)

- essa coisa de se exigir demais já deu. então, estou na fase pé no freio. uma coisa de cada vez (e está legal desse jeito)

- tá sendo duro, bem duro por sinal ficar longe. eu sei que isso vai durar até dezembro, pré-banca, correções, encadernação, revisão, banca final e formatura. mas vou dizer que tá feia a coisa. e é um mal humor que eu não sei de onde eles tiram. (e depois vêm me dizer que só mulher tem TPM. hunf)

- o melhor de tudo é rever amigos e amigas como está acontecendo recentemente. o final de semana passado foi só das meninas e ainda reencontrei a equipe antiga. nesta semana tem festa de família e também quase foi-se uma viagem com a melhor amiga de anos. (ai, como é bom!)

- Dumbledore está de volta. e veio com a corda toda. eu, Harry Potter que sou, fico longe, tomando agulhadas em olhares e pescando toda a estratégia 420v nos pequenos gestos.

e vamos tocando em frente que o som não pode parar.

13.8.08

vide o verso

Eu não sou muito chegada à essas coisas, porque sempre que leio novamente as respostas, lembro de informações que não coloquei, mãs, mesmo assim, segue abaixo umas questions que a Dri, colega, amiga, pré-noiva, rapunzel, escritora e blogueira me mandou:

1. Quais são as três últimas coisas que você comprou?

- uma cola de bastão
- grafite 0.5
- um croissant de presunto e queijo


2. Quais são as três últimas músicas que você fez download?

- ahhh ! eu não sei fazer download de músicas (!!!)
- mas, lembro que ha muito tempo atrás, tentei baixar Pessoa, da Marina Lima


3. Quais são os três últimos lugares que você visitou?

- Louveira
- Sorocaba
- Peruíbe


4. Quais são seus três filmes preferidos?

- Casamento do meu melhor amigo
- Romeu e Julieta
- Adoráveis Mulheres

5. Quais as três coisas que você tem que mais gosta?

- meus lençois de flanela
- meu namorado
- meus amigos


6. Quais são as três coisas que você não pode viver sem?

- internet
- trabalho
- perfume

7. Se você pudesse fazer três desejos, quais seriam?

- reformar a casa da praia do jeito que meus pais querem
- voltar à Inglaterra
- reencontrar minha avó materna

8. Quais são as três coisas que você ainda não fez e quer fazer?

- me matricular na yoga
- ir atrás de uma pós
- visitar os bebês que nasceram

9. Quais são os seus três pratos preferidos?

- strogonoff
- massa
- sanduíche

10. Quais são as três celebridades com quem você gostaria de andar?

- Julia Roberts
- Nicolau Sevcenko (não é tão celebridade, mas o cara é fera)
- Toquinho e Vinícius (andar no beira da praia e tomar uma breja, claro)

11. Diga três coisas que te assustam.

- falsidade
- mal humor
- preguiça

12. Se você pudesse se descrever em três palavras, quais seriam elas?

- alegre
- ansiosa
- pequena

13. Diga três coisas não usuais que você faz bem.

- colocar a língua no nariz (tive que copiar Dri)
- caipirinha
- contar histórias engraçadas

14. Diga três coisas que você têm cobiçado.

- blusinhas básicas da Hering (mas estão caras)
- a casa da Rua Camilo
- minha amiga trabalhar meio período

15. Quais são os três blogs que você gostaria de indicar para responder também?


- Blog da Bia
- Retalhos do Mosaico
- Enfim, meu blog

11.8.08

um pouquinho de padova

Eu esperava que ia ser um saco: visitar o tio-avô no interior, em pleno domingão preguiça. Mas, como é bom quando as coisas mudam e tenho outras percepções para as coisas.

Acordei cedo, levei café e dois presentes para ele na cama. Feliz dia dos pais, Pop. Uma gravata e um moletom. Gostou, que bom! A preguiça pairava em cima da imensa cama de casal. Minha mãe insistia (e ainda insiste) com o convite para eu pegar meu travesseiro e voltar a dormir ali com eles. Não, mãe, obrigada, não tenho mais idade nem tamanho. Voltei à dormir mais uma hora.

Acordei bem, tomei banhão, vimos um pouco das Olímpiadas (que até que está sendo agradável acompanhar de vez em quando) o irmão chegou e fomos embora. Mas, e o frango assado de almoço? Não, tonta. Vamos comer no Frango Assado da estrada. Ah, tá. Melhor assim!

Chegamos rápido, comemos bem, conta dividida e gibizinhos comprados para a distração dos irmãos friorentos. Chegamos na casa do Zio. Abri os olhos. Respirei fundo e senti uma vontade imensa de abraçar o céu. O azul era completo. O sol brilhante chegava a arder. O jardim com um tom de verde que não existe nem no Photoshop.

Ciao! Como está? Alguri! E muitas outras expressões gritadas em italiano que eu nem me recordava. Entramos, sentamos e parlamos. Parlamos muito e comemos muito. Quando me arriscava a soltar algo na língua do meu avô, eu confundia com o espanhol. Ai, que vergonha. Melhor ficar quieta. Mas não dava. Então soltei tudo macarrone mesmo e demos risadas.

A mesa estava farta de salames, copas, duas garrafas de vinho, espumante, água, suco, pães, torradas e três tipos de formaggio. Hum. Sensacionale! As conversas, claro, eram sobre a ida do meu irmão e da cunhada à terra de nossos familiares, logo agora, em setembro. Dicas de passeio, a agenda completa de parentes para visitar e toda a árvore genealógica que cheguei a conhecer metade quando estive por lá em 2001.

O frio entrou pela porta. O sol já havia baixado e todos com vinho na cabeça. Paiê, vamos? Ma que? Ma já? Sim, ela tem que ver o namorado ainda. Ai, santo. Alguém tem um buraco aí embaixo da mesa? Fiquei vermelha. E não era do vinho. Sabia que logo depois viria um: Ah, Rachele está enamorada (aaaa)? É, Zio, estou.

Na volta, o sono, as curvas e as estrelas me acompanhavam com devaneios sobre a época da viagem de 2001. Quantas coisas, pessoas e lugares. Após a a visita ao namorado, voltei para casa correndo e abri a caixa de madeira. Me debruçei no diário antigo, ainda com as folhas intactas e as letras grandes: 29/09/2001. E sonhei com tudo aquilo ali descrito. Como é bom sentir saudades.

8.8.08

just for today

Em uma conversa distante, entre duas pessoas que muito se amam, o assunto brotou sem menos esperar. Ela recebeu um e-mail com algumas palavras fortes e expressões diferentes. Parou, pensou e pôs-se a responder a mensagem.

Tão diferentes e tão próximas. Crescendo ha anos de distância e cada uma da sua maneira. Mas as duas pessoas são seres formidáveis. Seres humanos, que erram, choram, acertam e se completam. Têm dentro de si aquele que pulsa conforme o vento. Que faz com que as duas pessoas tenham devaneios e idéias tolas. Mas que também bate com vontade e garra.


O e-mail havia chegado ao fim. A mensagem estava pronta para ser enviada. Ela então suspirou e pensou em uma música. Buscou uma letra e uma melodia que pudessem corresponder com tudo aquilo ali descrito. Com toda a luta para superar o que parecia ser impossível. Com a força de vontade e com tudo que ela tinha aprendido. E cantarolou baixinho ....

Apesar de você
Amanhã há de ser outro dia.
Ainda pago pra ver
O jardim florescer
Qual você não queria
Você vai se amargar
Vendo o dia raiar
Sem lhe pedir licença
E eu vou morrer de rir
E esse dia há de vir
antes do que você pensa.
Apesar de você*


E após cantar, fechou os olhos. Sentiu uma lágrima teimosa cair de satisfação e voltou à rotina. Do outro lado, à espera da resposta, pulsa o outro coração apertado de saudades.

*você, nem sempre é uma pessoa. Pode ser um sonho maldoso, um pensamento maléfico, uma vontade proibida, um vício, uma ditadura e inúmeras outras coisas.

2.8.08

like a turtle

No total são sete. Uma grande em forma de cofrinho para moedas. A outra verde feita de barro mediana. Tem também uma feita de conchas e muita cola. Ao lado dessa, uma pequenina amarelinha e outra ainda menor que veio das ruas de La Paz. Ainda tem a branca feita de sal lá do deserto de Uyuni e uma azul e branca de plástico, dessas de brincar na água. Todas com o casco para cima, dispostas na mesma direção.


Não sei de onde veio a idéia de colecionar tartarugas. Mas sei que as tenho. Acho todas lindas e pretendo aumentar ainda mais a coleção. Ah! Eu e minhas coleções! Também coleciono guardanapos (limpos, é claro). Mas isso é outra conversa.


Fato é que, ultimamente, ando me sentindo parecida com elas. Acho que nunca me senti tão introspectiva como desta vez. Quero ficar no meu canto, com meus pensamentos velozes e vontades ambiciosas. São dois companheiros eternos: meus pensamentos e minha ambição. Positivos, claro. Sempre no bom sentido também. Eles me acompanham no metrô, no ônibus, antes de pegar no sono, escovando os dentes, no banho e nas horas mais impróprias.

E antes que todos pensem que é depressão, deixo claro que não é. Estou apenas pensativa. Não sei se isto ocorre devido ao excesso de trabalho, ao cansaço ou ao sono constante. Mas, vai passar. E, até lá, estarei dentro do meu casquinho.