28.1.09

trindas

13/09/2000 - 17:55 - São Paulo - quarta - chuva

Queridinha,

Acho impressionante como esta vontade louca de escrever ultrapassa a noção consciente que devo estudar matemática.

Estou te escrevendo na sala, chovendo muito e com meus olhos ardendo ao cloro da natação. Estou perdida em fichas e livros. Meus pensamentos estão vagando no ar, sem ter vontade alguma de se entenderem (...)

(...) Sabe? Me deu vontade de procurar no dicionário o que significa Trindade, pois estou pensando em fazer tipo de um ... mural, com várias fotos, músicas, pensamentos e desenhos que me lembram lá. (...)

(...) Em relação à Trindade não tem jeito: estou cada vez mais apaixonada por lá.


Escritas feitas ha alguns bons anos atrás. Recuperei o caderno, as lembranças, as aventuras e aprendizados. Ontem senti um frio na barriga ao conversar com a amiga que mora por lá. Sexta-feira eu embarco para esta vila mágica. E o melhor: para pensar no futuro e não relembrar do passado.

Preciso mesmo desse tempo. Daqui e de todos. Preciso da melhor amiga ao lado e daquela brisa do mar. Preciso, de verdade, respirar um ar mais puro e afogar meu celular no oceano. Enough.

26.1.09

essa coisa de destino

Certa vez nos encontramos no aeroporto. Ele voltava de um casamento em Joinvile, cheio de colegas e expectativas pela primeira viagem de avião. Era dia, um sol bonito me acompanhava e eu também estava cheia de expectativas para mais um trabalho penoso, desta vez, no Rio.

Sem muita esperança e com meia hora adiantada, telefonei achando que ele não fosse atender. Era carnaval e era triste pensar que só nos encontraríamos na volta para casa. Mas meu celular estava com sinal, o desembarque nem estava tão cheio e deu para nos vermos antes de eu pegar meu voo. Foram uns 10 minutos de abraços, beijos e aquela alegria sem fim. Inesquecível.

Daí na semana passada, após uns dois anos do episódio no aeroporto, comentei que iria realizar um trabalho na Estação da Luz às 18h. Ele riu e respondeu que também estaria lá no mesmo horário porque viria para um curso aqui no centro. Rimos juntos. Como vamos nos encontrar em pleno horário de pico no meio da estação? Impossível. É, impossível. Faz assim: pensa muito em mim e eu penso muito em você. De algum jeito, nos encontraremos.

18h15. Um mar de gente transitava entre a saída da CPTM e a ida para o Metrô. Ele passa a catraca com uma pequena distância entre nós. Eu grito. Ele vira e olha para trás. Não me vê. Eu grito de novo. Ele para, olha para trás novamente e solta um sorriso assustado. Mais uma vez o acaso nos une. De repente, sem menos esperar e com toda vontade do mundo.

Tenho certeza que ele é, realmente, minha alma gêmea.

19.1.09

amy winehouse

O vestido era aquele mesmo de posts atrás. O rosa claro, longo e de tecido mole. As unhas estavam feitas, a sombrançelha desenhada e os brincos novos comprados. Até o sono estava em dia e os convites separados. Quando deu 17h lá fomos nós para a cabeleireira.

Ai. Uma pausa porque a questã é que todo mundo que me conhece sabe da textura, tamanho e força do meu cabelo: zero. Não tenho nada, é fino, é meio ondulado, meio liso, meio crespo, meio a meio. Mas, assim como o cabelo de todos e todas: a gente se acostuma e vai levando.

A idéia de penteado era zero também. Não tinha idéia do quê eu queria e só pensava na cabeleira armada da Julia Roberts que sempre fica linda quando ela prende. Ok mas eu não tenho tal cabeleira, nem o sorriso, nem nada de Julia Roberts. Só tinha o vestido lindo e a valsa pra dançar.

A filha da dona veio cheia de idéias. Olhou para mim e rascunhou uma trança para dentro com um leve topete em cima. Achei legal, lavamos e começou a palhaçada. Em instantes ela secou tudo e veio a mãe para iniciar a arte: desfiar meus fiozinhos. Todos. Com força. Um por um.

Ui. Ai. Ai de novo. Ahhhh! Socorro. Daí ela puxou tudo para trás e soltei um riso leve: eu estava idêntica à Amy Winehouse. Só faltavam, os olhos verdes pintados com delineador forte e o batom rosa. Huahauaahaua. Bizarro.

Pra finalizar ela abriu o pote azul e jogou o spray por toda minha cabeça. Encheu. Me senti- literalmente um frasco de laquê, dando de 1000 a zero na Marta Suplicy ou em qualquer celebridade que abusa deste ... instrumento.

A festa foi incrível, meu capacete não causou nenhum grande espanto e a valsa foi até o fim perfeitamente. Ganhei o apelido de Elvis, outros me chamaram de Maysa mas o pior de tudo foi ficar mais de quinze minutos tirando todos os nós. Depois dessa aventura volto para minha campanha: menos laquê e mais grampos.

15.1.09

mais do mesmo

É impossível que exista uma pessoa no mundo que não tenha um vício ou uma mania. Alguns precisam beber, outros fumar. Há quem não perca um capítulo da novela ou aqueles que lêem o jornal todos os dias no mesmo horário. Pois bem. Eu preciso. Eu quero. E parece que a 5ª temporada só vai começar no final deste mês lá fora pra depooooois vir para o Brasil. Hunf.

Sim. Estou falando do Lost. Essa porra de seriado que mexeu com a minha cabeça e me deixou morrendo de vontade de me jogar nessa ilha linda e doida. Os personagens tornaram-se meus amigos e até o bandidão se tornou para mim o melhor ator da série. Para quem ainda está vendo as temporadas, sugiro sair deste post. Mas, para quem já viu, por favor, me ajude com os enigmas abaixo:

. O Walt é o Cirilo do Carrossel?
. Qual é a verdadeira história da Rousseau?
. Por que a Juliet tem aquela cara sonsa insuportável?
. O irmão do Mr. Eko é cara que encontra o Hurley no hospício?
. Qual é a daquela ruivinha, Charlotte?
. A ilha foi para dentro do mar?
. De onde vieram aquelas comidas extras que caíram do nada na ilha?
. A Naomi é um traveco?
. Afinal, que fumaça preta é aquela?
. Quantos ursos polares existem?
. Como que o Ben foi parar no meio do deserto?
. O Jin está vivo?
. A Claire morreu?
. O pai do Jack é o Jacob?
. E por fim: o Richard é primo do Highlander?

13.1.09

10 coisas que nem Phelps deve gostar

1. entrar água no óculos


2. o maiô entrar no bumbum


3. dividir raia com outra pessoa


4. a mensalidade aumentar


5. todo mundo bronzeado, menos você


6. teste de resistência


7. borboleta


8. sentir cãimbra


9. o cheiro de cloro no corpo


10. quando a aula acaba

7.1.09

o famoso tic tac

Quando você começa um namoro você se pergunta se vai dar certo? Quando você consegue um emprego, você tem alguma dúvida se vai dar conta? Quando você programa uma viagem incrível você se pergunta se vai curtir? Pois se você pensa assim, welcome baby. Eu também.

Desci do ônibus ontem e encontrei uma das minhas melhores amigas na rua. Ela voltava de Buenos Aires e fazia um tempo que não conversávamos. Após um longo abraço de ano novo, ela me perguntou como andava o trabalho. Eu dei um longo suspiro e disse: Ando com vontade de chorar. Sabe aquela vontade de chorar muito? Soltar para fora? Ai amiga, eu não sei se vou dar conta.

Ela me acalmou disse que eu saberia como lidar. Suspirei novamente ao contar que não iria para praia ver meus pais porque teria que trabalhar no domingo. Fiquei até o caminho da casa dela me lamentando: estou trabalhando demais. Não sei se vou aguentar. Tá foda. Etecetera.

Daí mais pra noite, na casa do namorado dela, junto aos amigos casais queridos e ao namorado de banho tomado e cheiroso eu lembrei novamente que estava exausta, fedida, suada e com sono. Mas, as conversas sobre as viagens eram tão empolgantes que às vezes até me esquecia disso tudo.

Já piscava todo meu cansaço quando encontrei uma revista falando sobre ansiedade. É, a porra da ansiedade que eu tenho com a vida e com as coisas dentro dela. Eu me cobro, cobro dos outros, cobro do mundo. Corro muito e pareço sempre pertencer a lugar algum e continuar girando no mesmo lugar. Vale a pena correr tanto? Vale a pena se estressar tanto? E isso que é pior: eu não faço de propósito. É aquela coisa de ter nascido ao meio dia sem médico de plantão.

Só que daí hoje eu acordei largada. Me inspirei para tentar mudar um pouco isso e cheguei aqui às 9h15. Sem cara feia, sem cobrança, sem nada. Me sinto um algodãozinho. Leve, leve. Agora, só espero diminuir o ritmo e dançar com mais prazer.

3.1.09

carpe diem

Auei. De volta às escritas, porque ainda continuo em Sampa, não viajei para lugar algum mas, mesmo assim, passei muito bem a virada e os dias pré e pós. Não houve muitos fogos, houve champagne pra caramba, houve abraços sinceros e a conversa com a mãe de longe que estava pulando as ondas e falando ao celular. Huahauahauhaua. Hilário.

Daí que a balada também não aconteceu como era o esperado. Mas às 3h estavam alguns amigos guerreiros aqui em casa ainda empolgados em tomar licor de menta, cerveja e as combinações de vodca gelo e alguma coisa (no caso foram doses de vodca com guaraná, vodca com suco de maracujá, vodca com citrus e vodca com citrus e guaraná).

No dia seguinte a ressaca pesou bem. Foi preciso babar no travesseiro de um dos cunhados por duas horas, tomar sorvete e todo o tipo de doce que vi pela frente. Falei baixinho o dia todo e mal ouvia o que diziam. Na volta pra casa ainda me deparei com louça pra lavar, plantas pra regar, chão pra limpar e latinhas pra jogar fora.

E quem disse que acabou? Hoje é sábado, tempo nublado e ainda sobrou meia garrafa de vodca.