23.9.14

signos

Poderia ter sido diferente e poderia ter sido para sempre. Poderia o acaso ter feito nosso reencontro acontecer para seguirmos (finalmente) na mesma direção. Mas a luta contra o destino traçado foi em vão.

Dias, meses e horas tentando provar para mim mesma (e para quem?) que daríamos certo (que teríamos dado certo). Eu tentei e por isso escrevo agora. Eu tentei e por isso me lamento. Respirei fundo, respirei várias vezes. Senti raiva, senti saudade, senti desejo, senti ciúme, senti tudo. 

Me coloquei no seu lugar. Me coloquei no lugar dela. Me coloquei no meu lugar. Me acalmei tantas vezes e me perdi numa ideia vazia. Me queimei com a chama da paixão que caiu por cima de nós dois. Paixão que acabou faz tempo, que endureceu nosso dia a dia, nossos sonhos e nossa confiança. 

E sobre essa última, melhor nem falar mais nada. Encerra-se tudo aqui, com um ponto final.

10.9.14

Ontem uma amiga me parabenizou pela titulação do mestrado. Recebi um abraço forte e em seguida, palavras sinceras: "acabou e agora você vai sentir um vazio". Será? (pensei). Então hoje eu resolvi vir aqui nesse espaço antigo (no meu travesseiro virtual) para refletir um pouco sobre isso.

Quando eu fiz a pós graduação o término não foi como eu esperava. Não foi porque me dediquei muito para a monografia e não precisei apresentá-la. Queria ouvir críticas, queria ouvir perguntas, queria mesclar - na minha defesa - toda vivência profissional que eu tinha com o conteúdo absorvido durante as aulas. 

Eis que então meu próprio orientador me convidou para participar de um prêmio. E lá fui eu. Resumi o trabalho, alterei algumas coisas e mandei. Obtive o terceiro lugar na categoria pós. Orgulho imenso e vontade de querer mais. Então me joguei no mestrado. Não passaram nem seis meses que havia finalizado a pós, resolvi tirar férias para estudar. Me dediquei e fui selecionada. 

Aulas cheias de conteúdo, professores de peso, horários malucos e minha cabeça dando nós. Continuei em frente, sempre pensando em não desistir. Vivia um momento profissional difícil, estava jogada na área mais complicada da agência e quando olhava para o lado eu só conseguia pensar em uma coisa: de quê me adianta ter tanto conhecimento e não passar para frente? Qual é a graça de acumular o saber? Isso me faz ser útil? Pra quem? Isso me faz ter mais poder? Poder para quê? 

Então entendi o propósito de tudo aquilo. E ontem, quando comentei com minha amiga como foi dura a fase final olhei para ela e disse: "Não vou sentir vazio algum, pois tenho aulas para preparar. Agora vem aí uma nova etapa e eu preciso estar pronta para começar tudo de novo: ensinar, mas sobretudo aprender".

Feliz é aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina (Cora Coralina)