25.2.09

kafka

quando eu ganhei o "meu primeiro Gradiente" veio junto uma fita com algumas músicas engraçadas e um papel com todas as letras para serem cantadas. me lembro que havia uma sobre barata.

que o cara tinha encontrado uma barata na cozinha e rolou um olhar entre eles etc. eu sei que todo mundo sabe que música é essa, quem é o cantor etc. eu não sei e também não preciso saber no momento.

mas me lembrei dessa música no último sábado depois da encarada que recebi de uma barata que estava na cozinha. ai que bicho asqueroso! não consegui matá-la e ainda perdi a luta tentando terminar logo de me arrumar pra uma festa e fechando todas as possíveis entradas que ela tinha para os quartos. ou seja: ela havia ficado com a área de serviço inteira, a cozinha, o banheiro lá de fora e o quartinho. v-i-a-d-i-n-h-a.


por conta deste pequeno duelo havaianas-barata-direção oposta-blusa-fuga por debaixo da porta, eu resolvi me isolar na casa do namorado o feriado inteiro. foi delicioso. lá não tinha baratas, medos, fraquezas e impotência. pelo contrário, a única coisa que preocupava era a cachorra do vizinho uivando de saudades dos donos. isso sim foi meigo e digno de um feriado.

16.2.09

toc toc toc

6h15. esse é o horário que ele toca pela terceira vez. hoje eu acordei bem disposta. a chuva havia parado, sabia qual roupa ia vestir e até visualizei um sol lá perto da dr.arnaldo. suspirei.

após o banho e uma pequena crise de TPM (tudo parece uma merda) do tipo: cabelo tá uma merda, pele uma merda, unhas uma merda, a roupa ficou boa mas o corpo tá uma merda, sapatos merda e novamente cabelo merda, tomei café e me mandei.

aí chegando aqui me bateu um puuuuuta desespero. fiquei pensando na idade que me encontro e aonde estou. fiquei pensando que me formei faz três anos e até agora não fiz nenhuma pós, mestrado nem nada. fiquei pensando que poderia ter ido pra Madrid, poderia ir morar com minha tia em Detroit, poderia ter começado outra faculdade e já estar no segundo ano.

ahhhh! o que eu estou fazendo da minha vida? não que eu não goste do que eu faço. eu gosto e gosto muito. me dou bem, acordo disposta (conforme falei lá em cima) e curto mesmo trabalhar. mas, lá no fundo sempre bate aquela dúvida: será que é isso mesmo que eu quero? pra começar eu andei pensando que não quero ficar mais um ano inteiro no cargo e nível que estou.

ok, eu sei que a mudança deve partir de mim, mas quando paro pra pensar na minha vida mesmo, são tantas as possibilidades para crescer que acabo sempre ficando no mesmo lugar. então quero fazer mestrado, e daí, nada. depois pensei numa pós em direito do consumidor, mas será mesmo?

de verdade? eu queria dançar muito. ficar o dia todo treinando, acordar cedo, viver de música, passos, ritmos, batidas e ensaios. mas acho que ainda assim eu ia sentir que falta alguma coisa.

10.2.09

outros carnavais

Em meio a histerias silenciosas, gente gritando por nada, pessoas bufando e bafafás, decidi escrever sobre o carnaval. Porque, sim, eu vou folgar! E para quem nunca gostou deste tipo de festividade, estou começando a adorar a sensação de beber até cair, curtir o namorado, os amigos e toda a chuva de confetes.

Meus carnavais nunca foram suuuuuper memoráveis, mas me lembrei de um específico. Não sei o ano e nem me lembro muito bem quem inventou a brincadeira, mas deve ter sido eu mesma, prá variar. Inventamos de criar nossa própria escola de samba: a Unidos do Guarapuava (o nome do meu prédio, hauahauahauhua). Lembro que meu irmão "tocava" tipo um pandeiro e eu fui a porta bandeira. Desfilamos por todas as áreas do prédio e acabamos com a clássica guerrinha de sprays de espuma.

Aliás, eita invenção boa que foi essa! O tal do spray de espuma. Era sagrado: todo carnaval na praia, durante o trânsito bizarro de quarenta minutos até o centro, o carro recebia a cobertura branca da espuma, com bêbados caindo em cima do capô e meus pais discutindo a alegria dos outros.

O ódio pelo carnaval se deu mais ou menos nessa época: muita gente, muita fila, muito trânsito, muita alegria exagerada e pessoas sem noção. A clausrofobia, agorofobia e sei lá mais o quê tomou conta de mim e até hoje não consigo ficar em lugares super lotados por muito tempo. Com isso, os últimos carnavais eu passei acampando. Bem longe, com barraca, mosquitos, pinga com mel, poucos amigos e boas risadas.

Num outro ano, cheguei a trabalhar num camarote famoso. Tem gente que dava a vida para estar ali no meu lugar, enquanto eu só pensava mesmo em dar o melhor de mim e ir para o hotel dormir. Voltei quebrada, com algumas fotos clássicas, emocionada em ter visto a Sapucaí mas jurando não voltar para o Rio tão cedo.

Para este ano eu até toparia um baile de máscaras. Daqueles bem clássicos e com músicas antigas. Seria bom reviver as marchinhas engraçadas, os primeiros hits de axé e tirar fotos com os amigos. Mas, sinceramente, tenho certeza que tudo vai acabar num passeio no parque, barzinho com casais e filmes no sofá azul. Adoro.

3.2.09

maçãs

O irmão escolheu cursar direito. Após quatro anos viu que não era aquilo que queria. Terminou a faculdade e agora cursa história. Está adorando a idéia e quer dar aulas.

A mãe fez pedagogia. Passou por várias escolas, ficou rouca, voltava para casa com cadernos e purpurina. Educou os filhos com toda sabedoria e se aponsentou ha pouco tempo atrás.

Certa vez o pai disse que gostaria de dar aulas de noções básicas de direito. Não é frustrado, mas em qualquer papo com o genro conta histórias e passa seus conhecimentos.

A cunhada está terminando letras. Quer viver para o teatro, mas adora dar suas aulinhas de italiano e tirar dúvidas de gramática.

A bisavó e a avó foram professoras. Além disso, o avô materno também deu aulas particulares de física quando chegou ao Brasil.

Acho que está no sangue: mestrado, aí vou eu.

2.2.09

filtro solar

sexta:

indignação na rodoviária. gringos do buzão. elvis, chico,toquinho,duffy e diana krall. travesseiro fofo. estrada com chuva. calor. pessoas dentro do mar. expectativa. nó no estômago. motorista comédia. flash dance. quatro guardas. muitas caronas. chuva forte. abraço sincero. quarto agradável. algumas mudanças. forró. "compacta". pessoas novas. reggae eterno. gabriellas, brejas, vodcas e sono.

sábado

café da manhã delicioso. sol bombando. céu azul. gaivotas. cachorros. crianças peladinhas. baldes. brejas. pastel de queijo com orégano. conversas sinceras. mais sol. mar. mergulhos. reencontros. água doce. barcos. meninas nojentas. cariocas. briga na praia. remo quebrado. queimação. ardor. cachoeira. formigas. peixe macio. caladril. paracetamol. ventilador de teto. mais forró. mais breja. mais reencontros. mais conversas sinceras. sono e estrelas.

domingo

dor. ardor. fervor. queimação. sombra por favor. preguiça. agonias. saudades. passeio de barco. vento. praia do sono. brejas. conversas. causos. volta. tonturas. ardor. cremes. paracetamol. malas. banho rápido. sanduiche. adeus pela janelinha. lembranças no olhar. serra. queimação. nicolas cage. ar condicionado. sono. mais paracetamol. água. ardor. lágrimas. chão de giz.


é muito importante usar filtro solar (em todos os sentidos)