27.6.08

!

Deveria ter trazido minha mochila. Mas esqueci em casa. Na realidade, achei que coubesse tudo na minha bolsa. Mas não. Minhas coisas não cabem numa bolsa. Minha mochila tem mais espaço.

hunf

26.6.08

puxadinhos

Coloquei o quarto copo de chopp no chão, ao lado do lixo. Me equilibrei dentro da cabine e do banheiro sujo. Nem tão sujo, mas, largado. Não havia fila, não havia meninas fazendo poses na frente do espelho e fofocando sobre a balada. Fiquei ali pensando que se não fosse quarta-feira certamente eu ficaria naquele lugar até altas horas da madrugada. Saí e voltei para a mesa.

As luzinhas de natal, os quadros de paisagens nas paredes com espelhos, os enfeites e penduricalhos dividiam espaço com grupos de amigos em mesas escuras, largas, com copos e casacos. A nossa, estava com mais mulheres que homens. Mas no caso, naquele momento, permanecia vazia, apenas com duas porções de batatas fritas murchas, copos pela metade e bolsas, muitas bolsas.

Começou com uma cantoria tímida, Zeca Pagodinho, risadas e algumas fotos. Depois lotou. As pessoas que estavam no palco ficavam tampadas pelos amigos que se juntavam à frente do telão, próximas ao carpete vermelho e aos pratos fedorentos de repolho que chegavam no balcão. Eu apenas sorria. Os copos de chopp viravam água e as meninas juntas, uma gritaria.

Fomos embora depois de muitas sertanejas, Fábio Júnior, Latino, Fagner e até Sandy & Júnior. O pagamento me surpreendeu quando vi que nem havia gastado tanta grana e que tinha me divertido horrores em apenas 3 horas. Dentro do carro, no silêncio e nos meus pensamentos moles eu só pensava que aquela se tornaria mais uma baladinha diferente, viciante e que ainda me renderia boas risadas com outros amigos.

E claro, depois de tantas notícias, exposições e especiais sobre o centenário de imigração japonesa tive que tirar o chapéu para o karaokê da Liberdade. Arigatô

22.6.08

tempo rei

(após uma pequena histeria silenciosa de um post sobre probleminhas que incomodavam meu pensar e o viver de algumas pessoas, resolvi seguir com meus relatos neste cantinho de escritas do meu jeito)

Ahãm. Bom, continuando a série sobre coisas que o filme Sex and the City causou em mim, parte II.

Há muito tempo eu venho comentando com algumas pessoas próximas sobre a dificuldade que tenho em manter amigos antigos, fortificar as relações e mesmo assim me abrir para novas. Digo isso porque é realmente algo que devo trabalhar mais neste ano e sei disso porque foi uma decisão tomada lá em cima, nos montes nevados de La Paz. Aonde a altitude estava bem (quando digo bem é bem mesmo) alta de qualquer dúvida.

Listei quatro garotas que fazem parte da minha vida ha algum tempo e em como eu tenho que dar importância para elas, visto que a nossa amizade já superou muitas coisas. Uma delas é a minha amiga de 15 anos. Sim, nos conhecemos desde 1994, quando ela tinha 11 e eu, 12. Ela é aquela pessoa que com um olhar ou um suspiro no telefone sabe exatamente o que se passa comigo. E é com ela que abro detalhes, segredos e tudo mais que melhores amigas fazem umas com as outras. É a mesma idade, a mesma cabeça, e de uma forma ou de outra, os mesmos valores para a vida - apesar de termos objetivos opostos e sonhos desiguais também. Mas a respeito, a ajudo e vice-versa.

Ok. O que isso tudo tem a ver com o filme? Simples. Eu nunca tive além dela, mais duas amigas para montarmos um grupo de mulheres faladeiras e fofoqueiras. Nunca, nunquinha. Tentei. Sério mesmo. Mulheres em grupo são ótimas e fazem um barulho danado (vide o local que eu trabalho, com cerca de 75% só de mulher). Porém, ao ver o filme, tentei resgatar na minha memória o motivo pelo qual eu gostava da série.

Pois bem, há 3 anos algumas moças (hoje mulheres) me ensinaram o que era Manhattan, o que era Dolce&Gabbana, porque era importante fazer as unhas e vez ou outra usar batom vermelho. Saí do cinema morrrendo de saudades de todas. As primeiras broncas de verdade, os primeiros conselhos por quem já tinha vivido tudo aquilo ... Ah! ... quantas histórias! ... Liguei. Com os olhos cheios de lágrimas e sentindo o frio da Paulista, liguei para uma delas e fiquei besta em ouvir que ela não tinha ido ver o filme ainda. Como não?! Não deu tempo, a vida tá corrida.

Olhei para o lado, vi as duas amigas de 21 e 22 anos que me acompanhavam ali na calçada e sorri. Elas têm exatamente a mesma idade que eu tinha quando conheci este grupo de amigas queridas. O misto de saudades se misturou com aquela estranha vontade que tive em abril de chegar logo aos 30 anos. Mas depois, as gargalhadas se abriram aqui dentro quando me recordei do filme, das personangens, da série e de que ainda tenho longos e deliciosos quatro anos para que isso aconteça.

19.6.08

o balancê

vamos lá,
é simples de entender,
cantemos juntos ,
à uma só voz:

um elefante incomoda muita gente
dois elefantes incomodam incomodam muito mais
três elefantes incomodam muita gente
quatro elefantes incomodam incomodam incomodam incomodam muito mais

(...)

vinte e cinco elefantes incomodam muita gente
vinte e seis elefantes incomodam incomodam incomodam incomodam incomodam incomodam incomodam incomodam incomodam incomodam incomodam incomodam incomodam incomodam incomodam incomodam incomodam incomodam incomodam incomodam incomodam incomodam incomodam incomodam incomodam incomodam muito mais.

17.6.08

um dos melhores do ano

Não foi em um único jornal, em um único anúncio ou em uma única nota de revista semanal. Durante o último mês de maio a cidade de São Paulo - pelo menos por aqui é certeza - foi invadida por um marketing incrível em torno do filme Sex and the City. A atriz Sarah Jessica Parker estampou colunas, deu entrevistas e saiu na capa de várias revistas femininas e em anúncios de grifes famosas.

Pois bem. Eu, particularmente, nunca tive nada contra ela e a famosa série de TV. Muito pelo contrário, achava bacaninha e cheguei a acompanhar a trama até a 3ª temporada. Depois parei. Sei lá porquê. Parei como se para um livro ou uma carta. Sabia que voltaria a terminar de assistir um dia porque, de uma maneira ou de outra, me identificava muito com algumas manias e jeitos das personagens.

O filme chegou e com ele surgiram críticas boas e ruins. Pensei bem sobre vê-lo ou não vê-lo. A trama da Carrie Bradshaw relembra muito algumas dúvidas que já pairaram sobre mim. É, confesso, estava com medo de enfrentar os "tapas de pelica" que este filme poderia causar no meu coração. Mas, mesmo assim, eu fui.

Aliás, não só fui como acabei de chegar doida para escrever tudo isso. Logo, podem concluir que gostei. Sim, gostei muito. Fui com algumas amigas. Não, não estávamos em quatro. Fomos em trio porque outras não puderam ir e porque também tudo ficou mesmo em cima da hora. Mas, fomos. Foi bom, gostoso e valeu muito à pena.

Ah claro, a pergunta que sempre surge: o quê você mais gostou? Qual lição você levou? Enfim, o quê você achou disso tudo? Bem, acho que eu precisaria (de verdade), de mais uns 4 posts para poder explicar com mais detalhes algumas coisas que eu concluí e que viraram minha cabeça. Eu sei, é só um filme. É, mas eu não sou qualquer mulher. Nem eu, nem nenhuma outra que estava sentada ali naquela sala e que sentiu-se bem de derramar lágrimas e soltar gargalhadas quase ao mesmo tempo. Sim, porque somos mulheres!

E isso foi, de verdade, a coisa mais gostosa que eu concluí e me orgulhei (segue ... )

11.6.08

menina dos olhos

Se for por partes fica mais fácil? Então vamos tentar. É sempre assim ó: percebo que a chefe está séria demais. O olhar parado e a boca aberta fixando os pensamentos em respostas de e-mails. A tarde vai caindo com cada um fazendo suas coisas. Daí ela recebe um e-mail. Não, não é um e-mail qualquer. A mensagem vem cortada pelo sistema do black berry. Ela lê e cruzamos os olhares. Vejo-a soltar a respiração e imagino a única linha com as seguintes palavras: por favor, suba na minha sala quando der, preciso falar com você.

Já recebi esta mensagem algumas vezes também. Vem mesmo lá de cima. Chega de repente. Sem avisar, sem você prever. Tem gente aqui que se preocupa achando que vem coisa ruim, notícias tristes, despedidas e a passada no RH. Mas não. Na verdade esse temor é relativo. Eu sempre temo, mas não sobre esta possbilidade e sim sobre o quê vou ouvir. Coisas que serão discutidas e sempre (sempre!) os novos rumos a seguir.

Alguns mordem os lábios curiosos, outros acham que, simplesmente é uma conversa qualquer. Eu temo. Sempre me seguro nos eixos e nos meus objetivos na extensa subida ao oitavo andar. Mas, dessa vez foi ela. A minha chefe que subiu. Sabia que o maior ainda estava por vir. E sabia que a conversa envolvia meu nome, meu cargo, meu salário, meu futuro. E dá-lhe futuro.

A resposta para a névoa que se formava na minha mente veio em uma reunião feita num prédio luxuoso de São Paulo, com as duas presentes e uma mesa preta que nos separava. Tinha impressão que lá fora chovia. Ao mesmo tempo, tinha, a plena certeza que dali sairia alguma coisa boa. E saiu. Novas propostas. Novos rumos. Novas ambições e mais, muito, muito, muito mais crescimento.

Enquanto eu pensava nessa boa oportunidade e enchia (sim, enchia sim porque mereço) meu peito e meu coração de orgulho, pensava que uma vez ouvi na beira da pia do banheiro dos fundos: tem muita gente que está no mesmo nível que o seu e nunca sequer recebeu um e-mail dela, leve isso com você.

Levei. Até chegarmos na garagem eu engolia meu sorriso ambicioso e por dentro ouvia as tambores rufarem. É chegada a hora. Quantos metros será que tem esse pé direito? O teto daquele prédio estava baixo demais para minha alegria. Flutuei.

4.6.08

poeta, poetinha

Ontem seria mais uma noite comum. Sair do trabalho às 18h, pegar o ônibus cheio, apertado e claustrofóbico. Chegaria em casa, comeria algo com minha mãe, banho, jornal e cama. Se não fosse pelo convite de uma amiga minha para irmos ao show de outra amiga. Show de MPB numa casa de jazz lá no Itaim. Ai, mas logo na terça-feira ? Com essa chuva? Hum ... será?

Lá fomos nós. A amiga do show ia na verdade recitar algumas poesias de um dos maiores mestres do Brasil, o amado e queridíssimo, Vinícius de Morais. Faria isso em parceria com uma amiga que cantaria algumas canções da deliciosa e incomparável dupla: Toquinho e Vinicíus. Junto delas, mais dois músicos - violão e percurssão - ajudariam a compor a noite. Fomos.

Chegamos na garoa, faltando uma hora para o começo do show. A casa é realmente aconchegante, intimista, boa para namorados, duplas de casais e grupos de amigos (grupo pequeno, por favor). Diversos quadros estavam dispostos nas paredes. Bochechas apertadas, olhos fechados. Trombones, clarinetes, saxofones, cornetas variadas e muitas caras conhecidas figuravam as imagens que eu apreciava embasbacada. Será que vou aprender a gostar de jazz de verdade? Pensava. No andar de cima, uma pequena loja de cd´s, lp´s antigos e claro, mais quadros engraçados e coloridos. Sentamos.

Claro, que ficamos próximas à mesa das meninas-cantoras-perfeitas. A passagem de som para mim já estava valendo a noite. O cansaço consumia meus olhos e minhas pernas até elas defnitivamente começaram as canções. E foi-se.

O pequeno grupo à minha frente soltou em poucas horas, as mais lindas letras, poesias e tudo que há de belo dentro da bossa nova de primeira qualidade. Observava cada gesto, cada corda vibrando, cada riso e a platéia fina e feliz. Dava gosto de ver o pessoal ali orgulhoso de termos tido um poetinha com tamanho coração, expressão e sábias palavras. Eu transbordava amor.

A noite se seguiu com duas cervejas, uma caipirinha e a amiga que havia me convidado rachando o táxi comigo na volta para casa. Arrumei a cama para ela, me troquei e liguei o alarme. Sabia que dali três horas eu deveria acordar. Sabia que o dia de hoje demoraria a passar (e como!) Mas sabia também que, de alguma forma, estava indo dormir mais leve, mais feliz e apaixonada. Adorei.

2.6.08

f-o-d-a

A perguiça mora ao lado? Não. Mora dentro de mim. Às vezes acordo me sentindo tipicamente o Garfield. Com uma enorme preguiça de sair do ninho (meu forno), levantar, pensar, me trocar, tomar banho, pensar de novo, comer, pegar ônibus, metrô etc.

Preguiça de encontrar tudo do mesmo jeito, topar com as mesmas pessoas, com vozes e risadas irritantes. Preguiça de ter minha mesa desarrumada e ter que colocar tudo do jeito que eu gosto. Preguiça de sentar a bunda aqui e ... pensar ... no quê mesmo? Pensar que talvez não seja nada disso que eu queria da vida, mas que, de alguma forma, tudo isso me diverte.

Ah. Eu sei, hoje o post tá vazio, sem razão e sem motivo. Ainda arrisco em dizer que está mesmo com um leve mal humor. É, está. Mas não me venham culpar a TPM. E também não é inferno astral. Também não é o frio (porque de frio eu gosto).

Deve ser culpa da chata que senta atrás de mim e fala alto. Deve ser a ambição inquieta que eu tenho em fazer algo maior. Deve ser definitivamente a preguiça e a vontade de ter o final de semana mais prolongado (é, porque foi bom). Aquela coisa sabe? Deixa logo eu colocar meu fone e cair no meu mundo só. Porque hoje, não tô pra nada, nem pra ninguém.

Cruzes ! Ainda estamos na segunda-feira.