4.10.11

não pense que a cabeça aguenta se você parar

entre acordes dos Beatles, vizinha de cima arrastando movéis (como de costume) e ruídos do segundo caminhão de lixo descendo a rua mais heterogênea da cidade, me pego pensando na frase que ouvi há pouco num filme de linguagem simples, mas que conseguiu passar alguma coisa.

"para acertar, primeiro a gente tem que saber o que está fazendo de errado". nunca havia pensado nisso, geralmente ficamos dando 'murro em ponta de faca' sem conseguir enxergar o que há de errado no caminho para continuar seguindo em frente.

nem sempre é necessário desistir de um caminho para se alncançar um sonho, mas qualquer caminho e qualquer rota devem ser bem traçados. quando não se sabe o que está havendo, basta parar, analisar e procurar enxergar o que estamos fazendo de errado.

e eu sei que é difícil, por vários motivos. um dos principais é porque não conseguimos reconhecer nossos erros, reconhecer que a escolha foi mal feita e é preciso refazer, repensar, redesenhar. e qual é o problema nisso quando a vida é sua, quando o caminho é seu e quando o sonho é seu? 

eu sei que o post tá com cara de auto-ajuda. mas acho que ninguém sabe melhor dos seus sonhos e da sua capacidade do que você mesmo. logo, ouse, arrisque, volte atrás e continue seguindo em frente.

4.8.11

9 graus

A vontade era mesmo ligar e falar: "Estou com saudades, preciso de você. Fica comigo para sempre e a gente tenta ser feliz?"

Mas a única coisa que conseguiu fazer foi lembrar do perfume dele, virar para o lado, esfregar os pés gelados um no outro e ajeitar melhor o travesseiro.

18.5.11

day tripper

Dizem que depois que se consegue realizar um sonho a vida se abre para sonhos  ainda maiores. Estou sentindo que uma mudança está para acontecer comigo. Vai ser boa e vai dar certo. Só preciso focar, continuar guardando dinheiro (que faço muito bem) e pensar em todas as possibilidades que existem. 

Chega a hora de jogar a toalha, rodar a baiana, sair de cena e ir atrás do que eu ainda não sei e ainda não vi.

Sim, estou com vontade de voltar a ver o mundo.

16.4.11

20 e poucos anos (ainda)

Hakuna Matata. Esta foi a música que escolheram para tocar durante os 30 segundos que eu aparecia no vídeo da formatura do colegial. A escolha, segundo o comitê, é que eu vivia dizendo para aproveitarmos o dia e para esquecermos nossos problemas. 

Tanto era verdade que, na mesma época, lembro que costumava ajudar alguns colegas a terminarem logo a redação, para sairmos da classe e aproveitarmos a última aula de sexta-feira bebendo no bar. Como todos eram menores de idade, cabia à mim comprar as brejas. Junto com a gente, ficavam outras pessoas jogando sinuca e uma cooker preta que carinhosamente apelidamos de: Carpie (Diem).

E agora, antes de dormir para acordar amanhã um pouquinho mais velha, me peguei derramando algumas lágrimas ao pensar na minha idade. Não é possível que daquela época  para cá se passaram mais de dez anos. 

Por exemplo: quem me conhece sabe que é quase impossível (e bem raro) alguém acertar minha idade logo de primeira. Porque não me sinto nenhum pouco pronta para os quase 30. Como assim, trinta? É uma palavra curta e uma idade que farei apenas em 2012, mas estou quase lá. E é esse quase que me pega. 

Me disseram que tudo cai. Disseram que vou embarangar. Que a pele vai ficar cheia de rugas e, provavelmente, estarei com mais dívidas e com 40% a mais de celulite. Ok. Caaalma. Sei que ainda não estou com 30. São apenas 29 e ainda estou com os 20  e poucos anos daquela música gostosinha. Mas ... a impressão é que tudo está passando tão rápido!...

Será que não dá pra voltar no tempo e viver mais um pouco algumas coisas que vivi? Por que eu sofro tanto quando lembro das coisas boas do passado? Será que só eu sou assim?

Ah. Bateu um pânicozinho. Afinal, como posso ter essa iadade dentro de 1m56 de altura com esse jeito extremamente desconexo do que se espera de uma adulta mulher de 29? Hunf, essa coisa de visão da sociedade sobre as coisas não combina comigo. Sou totalmente fora do padrão mesmo. Mas também, e quem não é? Então só me resta mesmo, curtir. Parabéns para mim. 

5.4.11

um mês

Não fiz o balancê de ano novo e não farei o balancê pré-aniversário (que se aproxima rapidamente), mas farei o balancê de um mês morando by myself. Tem coisas boas, coisas ruins, coisas engraçadas e coisas bizarras.

Dicas
- jamais, em hipótese alguma compre piso branco para o banheiro e para a cozinha. É impressionante a quantidade de cabelo que cai no chão por segundo e como isso se torna pertubador após uns dias sem varrer.
- jamais tente cortar um tomate maduro com uma faca novinha Tramontina super afiada. Ela pode entrar no seu dedo mindinho, cortar uma veia e deixá-lo mais de 40 minutos sangrando sem parar.
- nunca (repito: nuncaaaaa) deixe seus amigos bêbados mexerem na temperatura da geladeira para deixar a cerveja mais gelada. Se você demorar uma semana para notar seu Yakult vai congelar e sua meia dúzia de ovos vai rachar por completo
- não deixe as janelas do banheiro fechadas depois de tomar banho à noite. Quando você acordar e for lavar o rosto perceberá uma suave fragância de 5 ursos mortos dentro do banheiro
- se você estiver com vergonha de receber amigos porque sua casa tá uma zona, não chame. Assista o seu DVD preferido, coma qualquer bobagem e vá dormir a hora que quiser.

Tem mais coisa, mas não lembro agora. A lista foi feita de cabeça porque ainda tenho muito que curtir. E o que mais vale a pena é a vizinhança, as pizzas de final de semana, os amigos que chegam aqui encantados e o cheiro da tinta que se vai dia após dia. A sensação? Estou numa felicidade plena.

4.3.11

let it be

Alguns me perguntaram se estou sentindo aquele "friozinho na barriga", outros me aconselharam a sair de balada e voltar somente de manhã, chegando em casa junto com o carreto que fará a mudança.

A verdade é que a ficha já caiu faz tempo para mim. Sei que vou e sei que, apesar dos pesares, está tudo dando certo. Sei que vou me virar, que vou me ferrar e que vou aprender.

É tanta certeza e uma alegria tão grande que a única coisa que tento me concentrar é na parte prática, para não deixar a ansiedade me atrapalhar (como quase sempre acontece).

Mas além do lado ariano impulsivo, corajoso, "vamos lá", tem o lado câncer de soltar a mão aos poucos de todo conforto que eu tinha, mais todo o carinho e dos ouvidos (principalmente) para todas as horas.

Esses dias cheguei até a comentar com minha mãe sobre 2001. Ha dez anos atrás ela estava me dando a maior força para eu morar fora. Era mais ou menos a mesma época que estamos agora. Eu separando as roupas para ficar seis meses na Inglaterra e ela ali ao lado me ensinando a arrumar a mala. Ontem nos encontramos na mesma situação, enquanto eu esvaziava o armário inteiro.

É claro que a amizade continua, que eles sempre serão os melhores amigos do mundo. Mas, convenhamos, é meio difícil sair da casa dos pais. É estranho ter que bater no peito e falar: hei, parem com isso! Eu sei que consigo! (mesmo sem ter nem metade de certeza que vou conseguir de fato).

Porque eu sei que vou queimar a comida, vou misturar roupa pra lavar, vou ficar sem grana, vou perder a hora e, como disse um amigo meu, vou ter dias de muita solidão. Mas, apesar do medinho, acho que consigo sim e que vai dar tudo certo. Let it be.

15.2.11

Obrigada

Uma vez me disseram que a vida é cheia de encontros e desencontros. E o que vale mesmo é o que aprendemos com esses momentos e com as pessoas que cruzam nosso caminho. Então hoje eu decidi escrever sobre nossos encontros. 

No começo, quando eu era bem pequenininha, nos encontrávamos à noite. Eu com cólica e você com sono, com paciência e com uma madrugada inteira de massagens pra me fazer dormir.

Depois de uns anos voltávamos a nos encontrar à noite, mas desta vez em dois momentos: primeiro, quando você chegava do serviço e eu te esperava embaixo do sofá pra te fazer surpresa e o segundo novamente  na madrugada quando eu abria a porta do quarto e pedia pra você ir ao banheiro comigo.

Mais crescidinha nos encontrávamos quando você ia me pegar na escola para almoçarmos juntos e quando você me pegava numa festinha qualquer. Também haviam os encontros quando eu te acompanhava para comprar pão, alugar um vídeo (agora DVD) ou mesmo numa de suas viagens para o interior.

De uns tempos para cá, muitas vezes, nos encontramos mais na Internet do que ao vivo.  Mas ainda assim nos vemos algumas manhãs e claro, nos sonhos que dividimos juntos. Não somente quando dormimos, mas também quando tomamos uma cerveja gelada e soltamos para fora nossas maiores desejos, como a tão sonhada viagem para Nova York ouvindo Frank Sinatra.

E aí eu penso, que mesmo que você passe pela porta do meu quarto de manhã e eu não esteja mais dentro dele, a porta da minha vida sempre estará aberta para continuarmos os nossos encontros, pois graças a você e a mamãe eu tenho uma porta linda com dois números e uma fechadura novinha para recebê-lo sempre que você quiser me encontrar. 

Obrigada, Pop