30.12.08

foi-se

o último dia do ano se aproxima. ano aliás, cheio de coisas legais e outras nem taaaanto. mas de modo geral, dou 8,5 para este 2008. nove seria muito então fica essa média mesmo.

para comemorar, mudei a cor do blog again. douradão e branco. é assim que estarei amanhã à noite. prá quem só usa prateado, acho que isso pode significar uma bela mudança.

não quero passar a virada na Paulista, mas gostaria de ir para uma boa balada. é estranha a sensação de virar mais um ano sem ondas no pé. mas acho que sobrevivo e Iemanjá me entende.

é uma das melhores sensações olhar os fogos e sentir os suspiros de agradecimento. acho que vou continuar assim.

então é isso queridos visitantes e curiosos. feliz novo ano para todos. beijos no coração e boas idéias na cabeça.

29.12.08

perubas

Eu não ia fazer um outro post hoje. Mas, não me aguentei. Dei uma rodada em blogs alheios e fiquei inspirada. Como se não bastasse a galera daqui ter debandado para um almoço coletivo de duas horas, acabei de escutar a música clássica do Vídeoshow. Pronto. Como Vídeoshow me lembra ficar em casa (o mesmo acontece com a música da Sessão da Tarde) resolvi comentar um pouco sobre minhas férias.

Os meses de janeiro, foram marcados por grandes viagens (por uns anos, não sempre). Conhecemos Salvador, Aracaju, Curitiba e um pedaço de Mato Grosso. Mas a maioria das vezes, passamos as férias na mesma casa da praia, por muitos e muitos anos. Foi lá que tomei gosto pelo mar, pelo por do sol, pela maresia grudenta e pelo cheiro de protetor solar.

Não rolava farofada, porque sempre ficávamos só nós quatro, mas eu costumava acordar cedo e andar com minha mãe na praia, pegar conchas e voltar na maior brisa caiçara para casa. A gente tomava café e voltava para a areia com meu pai e meu irmão. Lá as brincadeiras rolavam, as fofocas aconteciam e os segredos eram guardados nas ondas.

De tarde a gente assistia uns filmes clássicos como Esqueceram de Mim, Meu primeiro amor e aquela novela Vamp. Eu vivia com umas idéias de fazer show de mágica, números de dança, inventar brincadeiras o tempo todo. A balança ainda ficava no alto do chapéu de sol e eram naqueles dias que curtíamos nossos presentes de natal.

A volta era meio triste porque depois de todo bronzeado e areia no cabelo eu sabia que não voltaria pra lá tão cedo, que a noite no parquinho seria a última e que a feirinha hippie mudava de endereço de novo. O pior: eu sabia que no próximo ano eu voltaria com outras idéias, mais crescida e achando alguns hábitos babacas e infantis. No meio do trânsito da BR eu pensava que mais um ano começava e uma idade cheia de coisas novas me aguardava.

Hoje eu passo as férias por aqui. Longe daquela casa encantada. Mas, de algum modo, não sinto mais graça alguma em me melecar com o picolé de uva, ter apaixonites de verão e colocar os colchões no sol.

from here

Em ordem crescente:

. só ter café e ser ruim
. ter boteco mas não ter pão de queijo
. pessoas gritando na rua e ninguém ficar curioso pra ver o que é
. a mesa não ser minha, nem o login, nem a senha, nem o telefone
. jornais pequenos tabalhando sem parar
. a bunda grande na cadeira
. o sol bombando lá fora
. amigos de folga
. ressaca de sono

menos mal terei companhia no almoço.

27.12.08

she knows

Passeamos pelo shopping e conversamos como ha muito tempo não fazíamos. Falamos de moda, de breguices, de trabalho, de casamento e de futuro. Deixei de ver a melhor amiga, não trocamos as roupas que íamos trocar. Mas, sentamos na Starbucks e ela pediu um café gelado.

Insistiu para eu comer algo, disse que pagava e que tudo bem. Mas eu não quis. Nada atrapalhava nossas conversas. Nem o povo sem noção guardando mesa e sofás. Nem a barulheira de quem deixa para trocar tudo no dia seguinte. Nem os dois telefonemas recebidos: do amigo e do chefe.

O tempo parou ali, naqueles quase 40 minutos sentadas falando da vida, como se estivéssemos embaixo de uma macieira, com o sol se pondo e as horas passando devagar. Depois, dentro do carro lembrei que ela havia gastado uns 14 reais só com um café e o estacionamento. E ela deu de ombros e me disse a melhor lição deste natal: filha, eu trabalhei a vida toda, sempre correndo e sem tempo para nada. Agora, aposentada, tenho mais é que ter esses pequenos prazeres. Se não, de quê importa a vida?

As mães sabem de tudo.

24.12.08

feliz natal (ufa!)

Faz muito tempo que não vejo este programa, mas chamava-se (ou ainda se chama) Só rindo. Em inglês, Just for laughs. É gravado em Montreal e apresenta alguns quadros bem interessantes e engraçados, claro, de bom humor. As pessoas que estão ali, fazem o que fazem com um simples motivo: fazer os outros darem risadas, gargalhadas e até lágrimas alegres.


Pois bem. Prazer, eu me chamo Rachel. De uns tempos para cá cheguei a conclusão que não tenho nenhum dom ou talento que se repare logo de cara. Nem pessoalmente, muito menos na vida profissional. Mas daí listei algumas coisas que mando bem e concluí que sei fazer duas muito bem: nadar e contar casos.


Nadar, já são mais de 15 anos. Entre indas e vindas eu mando bem mesmo. Já participei de competições e o caralho. Mas contar casos não é pra qualquer um. Eu sei e faço isso bem. Claro que há quem não goste, mas para esses, dou de ombros. Eu tenho o talento de prender atenção, ir para cima, para baixo, criar o clímax e preparar o maior desfecho. Nem que seja para contar a compra de 3 pães na padaria.


Talvez porque tento sempre ver a vida mais leve, colorida e engraçada. O que, aliás, para alguns é insuportável. É, tem gente que gosta de ver as pessoas de mal humor (deve ser uma coisa que relaaaaaaaaaxa). Mas, é uma questão de personalidade. A vida me fez assim, cresci assim e o melhor: fui aceita assim pela minha família e pelos meus melhores amigos. Portanto, é simplesmente uma questão de priorizar os talentos. É o que farei em 2009 e o que, sinceramente vou adorar continuar fazendo.


Porque, se para alguns é delicioso me ver contando um caso, cheia de caretas e imitações, para mim é o nirvana deixar as pessoas irritadinhas com meu jeito e continuar sendo como eu sou. E que aumente o fã-clube eu odeio a rachel. Estou e continuo, radiante. Porque, no fundo, eu sou uma pessoa muito boa para ser amiga.

E antes que eu me esqueça: feliz natal.

22.12.08

jingle bells

coisas natalinas:

.eu quero uma caixinha de natal (se até o tio do dog tem, eu também quero)

.gostaria de ganhar uma Melissa flocada (ok, eu sei que acabou, mas quem sabe em julho?)

.tenho a impressão que comprei vários presentes errados (e a sensação que ninguém vai gostar)

.a coisa mais gostosa continua sendo chegar em casa e ver as luzes na árvore de natal (mesmo com a visão embassada devido às bebedeiras de final de ano)

.o amigo secreto deste ano foi de garrafa (ganhei uma tequila, ai ai ai)

.ouvi uma mulher na Hering falar que a camiseta estava uma delícia (a fome té pegando geral)

.mais que ganhar o 13° é ganhar o PPR 100% sem esperar (e a dona da empresa anunciar isso na festa de final de ano antes de se jogar da tirolesa do buffet infantil)

.alguém tem um pedaço de torrone? (não ganhei cesta de natal e tô com vontade)

.outra coisa top deste ano são as luzes da Paulista (as bolinhas dos canteiros centrais ficaram bem melhores que aquelas plantinhas meia-boca dos outros anos)

.eu cubro o menino-jesus do presépio com um algodão (vira e mexe ele cai com o vento, eita moleque apressado!)

18.12.08

o plano - parte 4 (e última)

Sem pensar duas vezes, ela então pegou dois calmantes da caixinha de primeiros socorros da empresa, quebrou com as unhas e jogou no bule. Claro que algo daria errado. Além do chefe puxá-la para uma reuniãozinha vespertina (daquelas que nada é decidido) ela viu um dos diretores enchendo a xícara de café. Ai, vai dar merda.

No entanto, a reunião terminou rápido, o diretor sonolento foi embora mais cedo e com ele, seu chefe também se foi. Assim ela teve tempo de subir para a sala das câmera e encontrar com um dos vigias debruçado em cima da mesa de operações, dormindo como uma criança.

Sem muito tempo para pensar, lembrou-se de umas aulas de edição da faculdade e conseguiu localizar o ponto certo da gravação e chegou até a rir em voz alta ao enxergar na tela sua própria imagem de dias atrás. Nossa, a que ponto cheguei? Mas, não tinha tempo de pensar se era certo ou não ter feito aquilo. Conseguiu editar alguns minutos, prolongando as batidas que dava vez ou outra no teclado com o momento que se levantou e pegou sua bolsa e seu casaco.

Na saída da sala de segurança ainda pensou em dar um beijinho no rosto do vigia como uma mãe que faz o mesmo em seus filhos, desejando-os tudo de bom. Mas, o desejo passou. Apenas, por dentro, pediu para que nada de mal acontecesse com um deles caso algum erro aparecesse. Aliás, aonde estaria o outro vigia?

- Pois não senhora? Posso te ajudar em algo? Disse Andérson ao vê-la na porta da sala
- Eu? Ah, eu ... eu estava realmente te procurando. Não é sua tia que é a copeira aqui da empresa?
- É sim senhora, dona Dedê.
- Pois então, não é ela que faz também uns panos de prato?
- Sim, ela e minha mãe. Mas sabe como é ... ninguém sabe porque as regras da empre..
- Eu sei! A empresa tem essas coisas de não deixar ninguém vender nada aqui dentro. Mas, se você encontrar com ela hoje, você pede para ela vir falar comigo?
- Claro, estava no banheiro nem sei se ela já veio dar café para nós
- Ãh, é .. bem, então está certo. Estarei lá embaixo.
- Ok. Eu aviso

Na hora do fim do expediente, com todos ainda reclamando da falha no ar condicionado ela se lembrara da escala de plantão de final de ano. Sabia que a maioria não trabalharia e, portanto, até comprarem um controle remoto novo, ela ainda teria uns bons 15 dias com o vento a seu favor.

*qualquer semelhança com a vida real, é mera coincidência. he he he

17.12.08

o plano - parte 3

Não tinha muito o quê fazer. Na manhã seguinte, assim que ela chegou percebeu que o plano havia funcionado. Todos os colegas tiraram o terno, afroxaram a gravata e bufaram. A impressão é que todos estavam juntos subindo uma trilha, uma ladeira ou terminando uma maratona. Por dentro, ela ria. Até chegara a sentir um pouco de calor também. Mas não deixou transparecer. Apenas focava no seu trabalho ouvindo os pedidos de socorro e lamentações:

-Ai, está quente aqui não?

- Ufffs, que calor

- É, tá bem quente mesmo. Tempo doido

- Nossa, ufffsss

As frases seguiam desconexas até que surgiu a única que faltava:

- Alguém pega lá o controle?

A sensação era deliciosa. Seguiu com os olhos o andar do colega até o armário e acompanhou a volta à mesa e o olhar parado para a estúpida caixa do ar condicionado que por tantos dias acabou com sua sinusite, farangite, amidalíte e deu até bronquite. Cof cof. Foi a única reação que conseguiu fazer e talvez, a última tosse do dia.

- Ué, não tá ligando.

- Tenta o botão amarelo. Você sempre aperta o errado

- Hummm, não. Nada. Ó aí !

- Eita, devem ser as pilhas. Tem que trocar.

- Nada, o Marcão trocou ontem que eu vi.

- Então o que é?

- Eu sei lá, sou por acaso especialista em ar condicionado?

A gargalhada foi geral. E por dentro era ela quem suspirava. Idiotas. Acho que além do ar condicionado, há um outro problema que terei que resolver: mudar de emprego. Bando de bobos. Não, na realidade a preocupação agora era apagar as imagens da câmera.

O desfecho ocorreu à tarde, quando dona Dedê passou pelo corredor com o carrinho de café. Entre um gole e outro ela perguntou se a copeira conhecia o pessoal da segurança interna.

- Craro, fia. Andérson, meu sobrinho tá trabaiando lá. É um quarto escurinho, cheio de televisão. Ficam lá, o dia todo vindo as imagem. Deve de dar um sono!...

- E você leva café para eles?

- Craro né? Todo dia!

- Já passou por lá hoje?

- Inda não, tava na sala do seu Xavier.

- Sei

Um olho no bule outro no relógio. Ela teria poucos minutos para jogar alguma coisa forte no café, subir para a sala de segurança e procurar as imagens. Calma, pensou. Tudo vai dar certo.

(continua ...)

15.12.08

o plano - parte 2

Por um instante ela pensou se era certo fazer aquilo e quais seriam as consequências, caso alguém descobrisse que havia sido ela. Mas, o fez mesmo assim. Cuidadosamente pegou a menor chave de fenda, abriu os parafusos e começou a jogar pequenas gotas de água por toda a extensão do aparelho. Chegou a notar algumas manchas pretas se formando e riu por dentro, maleficamente. Até que ouviu um barulho vindo do bloco do ar condicionado, próximo da janela.

Se virou rapidamente mas não era nada. E também, como poderia de ser se estavam no 15º andar? Quem subiria pela janela? Não, apenas uma pomba. Continou devagarzinho a soltar pequenos fios do controle e depois fechou-o como se nada tivesse acontecido. Guardou a caixinha de ferramentas e desbafou baixinho: "Espero que esta merda nunca mais funcione".

Fechava sua gaveta quando reparou algo estranho na sala. As colegas haviam ido embora e tudo parecia calmo demais. Até que ela se lembrou do pequeno detalhe e inclinou lentamente a cabeça para cima. A luz vermelha da câmera piscava indicando que ela estava ligada e que havia gravado todo seu plano.

Sentiu-se corada. Como ha muito tempo não ficava. Pegou a bolsa, o casaco e colocou o controle do ar novamente em cima do armário. Apagou as luzes e saiu. Ao chegar no estacionamento, viu poucos carros na garagem, caminhou até o seu, desligou o alarme e sentou-se. E agora? O que fazer? Começava então o segundo plano para apagar da câmera aquelas imagens.

(continua ...)

10.12.08

o plano - parte 1

Quando o chefe levantou da mesa, ela disse que ficaria até mais tarde. O diálogo rápido e sarcástico se deu mais ou menos assim:

- Bom, estou indo ... você não vai?
- Não, tenho que terminar umas coisas, daqui a pouco eu saio.
- Olha lá heim?! Não vai ficar até tarde. Depois vou te cobrar por mais resultados.
- Como se não cobrasse.
- O quê disse?
- Nada, boa noite. Espero que não pegue muito trânsito.
- Ah, acho que não. Bom, enfim, até amanhã.
- Até

Assim que ele virou-se para a porta ela também se virou e olhou ao redor. Tudo vazio. Ainda restavam duas colegas em três mesas para trás. A vantagem de ter pouca gente era o ideal, pensou. Lentamente caminhou até o armário, pegou o controle do ar condicionado e voltou para sua mesa.

Um sorriso enorme brotava por dentro. O plano estava dando certo e dali a algumas horas todos os seus problemas terminariam. Sentou-se e permaneceu calada. Vez ou outra mexia no teclado apertando letras em branco só para fingir a hora extra. Abriu a gaveta e pegou o estojinho de ferramentas de seu pai. Deu um suspiro e pensou em voz baixa: espero que o carro não dê nenhum problema. Se ele precisar disso, tá ferrado. E riu novamente.

(continua)

9.12.08

a saga do final de ano (sem PPR)

Daí que eu saí de casa correndo e meio atrasada (quem mandou fazer franjinha e não ter chapinha? agora fico horas no secador tentando ser feliz). Quando cheguei lá embaixo o ponto tava lotadaço e vi que não tinha pego o bilhete único. Fiquei pensando se subiria ou se pagava 2,30 mais o metrô e mais toda a volta depois. Pelos meus cálculos rápidos eu gastaria uns R$ 9,00 com tudo e isso me emputeceu. Subi, peguei e desci.

No trajeto fiquei pensando naquela velha frase: pobre é uma merda. O que são R$ 9,00? Bom, vejamos. Como hoje é terça e graças à Dios temos aquela promoção da Terça em Dobro, se você vai à algum barzinho e pede um chopp por 4,50 você ganha outro de graça. Como hoje tem encontro com los coleguitas do espanhol logo, ainda me sobraria uns 4,50 para outro chopp. Hehehe

Mas o pior é trampar aqui na Paulista. Devo dizer que é uma perdição andar por essas ruas (e olha que eu nem gosto de comprar um montão de coisas). Só na semana passada foram dois pares de sapato, quatro regatinhas e uma camiseta básica. Nem falo o total. Mas sei que ainda falta o presente do amigo secreto, dos pais, irmão, cunhada, namorado e família do namorado (detalhe: ele, os pais e os três irmãos). Fora os presentes dos padrinhos e da melhor amiga.

Era muito boa aquela época de listinha de papai noel e da grana por vender gibis no prédio.

8.12.08

por una cabeza

Eu estava na maior ressaca. Tanto física quanto moral. Não tinha sido nada elegante o que eu havia feito na noite anterior. Tomei a maior bronca, discuti, choramos e nos acertarmos. Mas eu realmente ficara com aquilo: aonde eu estava com a cabeça? A porra da nuvem cinza estava sim sob meus ombros, mas, enfim, achei que tinha passado.

Resolvi esfriar os pensamentos e acompanhar minha mãe numa tarde agradável na Paulista. Fomos ver a apresentação do coral da USP lá no auditório do Masp. O metrô estava tranquilo, apesar da sensação de náusea, da tontura e da moleza. Entrada barata, várias velhinhas, vários casais, várias pessoas. Não conhecia aquele teatro e achei tudo grande e bonito demais.

Quando o primeiro coral entrou todos bateram palmas. Depois entrou o maestro e a pianista, mais palmas. E à cada música finalizada, palmas e mais palmas. Uma sensação ótima despistava minha dor de cabeça e deixava de lado toda preocupação pelas coisas ditas, gritadas e faladas naquela madrugada. Eu estava literalmente nas nuvens.

Depois de umas 10 músicas e aplausos, entraram no palco todos eles coloridos. Era o coral da terceira idade. Começaram a cantoria com os versos alegres de Adoniran Barbosa "de tanto levar, flechada do teu olhar" em seguida, passaram para outros clássicos e até soltaram uma versão perfeita de Somewhere over the rainbow. Quando achei que haviam terminado, senti meus olhos molhados. Era Por una cabeza.

Fiquei por muitos minutos embasbacada admirando todos cantarem o tango de Gardel. Não só porque lembrei da cena inesquecível do Al Pacino em Perfume de Mulher, como senti uma nostalgia enorme ao recordar dos meus 4 avós. Era muito bom tê-los por perto. Mesmo que longe, eles estavam ali daquele jeito fofo de avós. E tenho certeza que a avó materna saberia me dar bons conselhos sobre tudo que havia acontecido na noite anterior. Mas, paciência. Ela se foi, a noite já havia terminado e eu até sentia a dor de cabeça voltar.

Duas aspirinas, dois copos de Guaraná, três pedaços de pizza e Batman para fechar a noite. Além de todo o carinho no sofá azul que sempre nos acolhe. Eu adoro aquele sofá azul.

5.12.08

arrebol

Cortei meu cabelo hoje de manhã. Deixei para trás algumas idéias. Atravessei a rua. Mudei de trajeto. Virei a página. Apaguei os pensamentos. Derrubei todas as expectativas. Levantei da mesa. Desliguei a música. Troquei de perfume. E então, respirei profundamente. Senti na boca o gosto amargo. A azia havia voltado, mas não dei espaço para aquela sensação.


Balançei a franja nova, suspirei e segui caminhando: bons ventos estão chegando e, dessa vez, não trazem consigo uma tempestade raivosa. Aquela nuvem pesada está bem longe do meu alcançe. Só preciso agora continuar andando, na mesma calçada preta e branca.

2.12.08

ant

Não foi fácil. Após uma semana vendo as gavetas empilhadas no quarto, peguei a última, dobrei as blusas, sacudi o pó (dos cupins), limpei as laterais e separei os agasalhos em dois sacos. No preto grande, guardei as blusas escuras dobradas em saquinhos. No outro branco, guardei as preferidas: uma rosa, uma verde, uma outra rosa e junto, coloquei meias de lã e um cachecol listrado. Fiz um nó, suspirei e não pensei duas vezes.

É muito difícil se desapegar de algumas coisas. Pricipalmente da dúvida se esta ação adianta ou não alguma coisa. Se aquele saco cheio de blusas coloridas vai trazer de fato alguma alegria na vida de alguém. Se realmente eu ajudo ou apenas levo uma esperança vazia de que uma blusa está ajudando de fato. Fico dura, me achando incapaz por não fazer mais que isso.

Só que daí ontem eu fiquei discutindo com meus pais toda essa situação e minha mãe comentou comigo sobre o e-mail de um cara que voltou ao trabalho e estava agradecendo, dentro desta rede fria, todo o calor e carinho recebido nos últimos dias. Parece que o texto dizia sobre o esforço dos bombeiros, dos policiais, dos voluntários, das doações e de toda a mobilização feita pelos brasileiros para ajudar a galera lá de baixo.

Eu sei. Também senti o mesmo. Do mesmo modo que a gente se chocou com toda a desgraça, podíamos nos juntar para ajudar o povo que morre de fome e sede na seca nordestina. Podíamos nos unir mais vezes e ser mais solidários. Podíamos sair mais das idéias e partir mais para as ações. De qualquer modo, eu fiz. Pode ter sido pouco, pode ser que ninguém use as blusas. Pode ser que nem chegue lá. Pode ser que não sirva. Mas, de algum jeito, eu acredito.

27.11.08

cara de pau

Quando eu era criança (porque se eu falar quando eu era menor vai ter gente rindo da minha cara) costumava ir para o sítio do meu avô e ver meu irmão e meu primo se divertirem colocando bombinha de festa junina dentro de alguns cupinzeiros.

Eles faziam o maior esquema e a casinha dos caras explodia no ar em mil pedaços. Por dentro, era só buracos e vários cupins correndo desesperados. Coisa idiota de criança, coisa genial de moleques. Eu era a cobaia que ficava longe admirando e que depois dava o braço para sentir os cupins subindo em cima de mim e fazendo cócegas. Achava gostoso, jogava eles para o chão e ríamos naquele sol de julho ainda cheio de idéias e invenções.

Pois bem. Para quem não sabe, um pouco de biologia: na época do verão (o que vai começar a acontecer daqui a pouco em S.Paulo) aqueles bichinhos de luz ou aleluias são, na verdade, jovens cupins em busca de casamento. Isso mesmo. A revoada doida que eles fazem em volta da luz acontece em qualquer lugar onde exista uma colônia. Nuvens de cupins alados saem dos cupinzeiros e buscam desesperadamente a luz, perdem as asas com facilidade e formam pares. Esses "casais" criam seus ninhos, a origem de uma colônia que eventualmente chegará a ter milhares de cupins. Nossa! Eu não sabia. Eu sei, eu também não. Eu, e minha cômoda.

Em janeiro deste ano teve uma mega revoada dessas no meu quarto. Vários ficaram na luz, perderam suas asas e saíram andando na maior cara de pau em cima das minhas coisas. Matei alguns, outros sumiram e ok. Não. Ok nada, depois de meses notei alguns resquícios de madeira perto da cômoda e vi os buraquinhos perfeitos espalhados por toda estrutura das gavetas. Era cupim. Daí a saga começou.

Tiramos as gavetas, passamos veneno e alguns saíram dos buracos. Matamos, esperamos um tempo e enquanto isso, a bonitona aqui dormindo na sala. (nada contra, mas ao contrário de alguns, eu não consigo dormir no sofá).Bom, esta noite fui novamente deitar em outro lugar. O marcineiro passou por lá, analisou e decretou a morte da cômoda. Hunf. E hoje de manhã analisei minha cama. Acho que eles também estão se deliciando da cabeçeira aos pés. Daí parei pra pensar na vontade que estou de me mudar e cheguei a conclusão que deve ser um complô dos cupins com os corretores.

Anyway, este blog também é servição: além da Dengue, cuidado com os bichinhos de luz. Quem avisa, amigo é.

25.11.08

promessas de ano novo

Como eu me ferrei gostoso (pra não falar outra coisa) e vou trampar nos dias: 22,23,29,30,31 de dezembro e também no dia 2 de janeiro, resolvi fazer diferente e listar uma série de promessas para 2009 agora mesmo. Não contente ainda vou colocá-las aqui no blog e tentar desde já começar algumas mudanças. Porque tem gente reclamando e gente me alertando que algumas atitudes não andam bem. Ai ai ai. Bom, seguem algumas:

1. Tentar dar menos importância com o quê os outros dizem sobre coisas que não me afetam (ou ao menos, não me afetam tão diretamente e no atual momento)
2. Guardar mais meus segredos e abrir mais minhas idéias (para todos, sem restrições)
3. Continuar com minhas críticas, mas, tentar, aos poucos ser menos pessimista com algumas situações (sem esquecer do realismo e também dos meus sonhos)
4. Usar o bom senso para não ficar dentro da concha, mas saber entrar nela quando for preciso
5. Por fim, mas não menos importante: tentar ser mais simpática e solícita (parece que eu só sou com quem eu conheço e isso não é n-a-d-a bom)

Em troca, pulem as 7 ondas por mim e joguem uma flor para Iemanjá. Ficarei bem contentinha.

24.11.08

velocitá

Apesar de eu estar em plena TPM prolongada por duas semanas e não somente cinco dias, ontem eu resolvi fazer minha boa ação do ano e acompanhar programas masculinos com meu pai e meu namorado. Tentem adivinhar meu humor às 19h. Exato. Não aguentava mais a testosterona em volta do meu corpo e grudando na minha pele. Mas, devo confessar que a parte da manhã foi bem engraçada.

Chovia aos montes no sábado quando confirmei com meu pai se íamos mesmo ver as 1000 Milhas em Interlagos no domingo, às 11h. Ele disse sorridente que sim e que até havia separado o boné e o agasalho para o "programão". Sem relutar, meu namorado disse que também iria numa boa e que não se importaria em acordar umas 9h para o evento. Hunf. Depois de muita preguiça, banho, café da manhã na padaria, trânsito e de quase nos perdermos pra chegar, chegamos.

Uma pausa: Oi, organização do evento? Se vocês precisarem de uma assessoria para ajudá-los não apenas na produção como na logística e também na divulgação de uma mínima nota que seja nos jornais, podem falar comigo ok? Péssimo a CET ter gastado uma grana com cavaletes nas ruas próximas do autódromo e a produção do evento não ter sinalizado aonde eram os estacionamentos, aonde eram as bilheterias, nem nada. E mais péssimo ainda ter uma arquibancada vazia, com dois seguranças dizendo que era área VIP. Há ! Só se era para o Gasparzinho e a Turma do Penadinho.

Bom, o mais legal de tudo não foi o design dos carros, as voltas, as ultrapassagens, os motores e os barulhos sem fim. Foi que eu consegui me distrair por 4 horas sem ficar de mal humor. Hehehe. Primeiro que ficamos na arquibancada que tinha um sol de leve, vento bom e dava para ver outras curvas, ter uma visão mais ampla da corrida. Daí escolhi um carro que achei fofo e comecei a torcer por ele. Isso mesmo: eu escolhi um carro pra torcer e era um Maserati HT Guerra que acabou em terceiro lugar. Mas a razão de eu escolher é porque parecia aquele do filme Cars. Hehehe

Daí lá pelas tantas e após uns goles de breja eu decidi cronometrar as voltas dos carros que estavam na frente e entre uma contagem e outra fui ao banheiro, comprei duas águas e mandei mensagem de texto para meus amigos. Além disso, tirei umas fotos e me deliciei com a locução do Marc Arnoldi (um famoso locutor francês que sempre narra as 1000 Milhas em Interlagos). O gostoso não era o sotaque nem as frases intercortadas pela velocitá. Eram as coisas que ele dizia. Como por exemplo:


"esses são os requistos necessários para a prova"
(sim, requistos e não requisitos)
" a perua do reboque está chegando aos boxes, com um carro atrás dela (e seria aonde? ao lado?)
"agora, vai passar na nossa frente, o Ferrari "
(o carro da Ferrari seria melhor não!?)
"ele finaliza a volta com 1,47, está quente dentro do carro"
(hauahauahauaa)

Saímos de lá umas 14h e as 372 voltas não estavam nem na metade. A chuva caiu com tudo e segundo os entendidos, era a hora que a corrida ficaria boa, com troca de pneus e escorregões na pista. Chegando em casa ainda vi um filme meio de ação e umas partidas de futebol. Ufa. Tenho certeza que neste ano o papai noel será beeeem gente fina comigo. Abaixo, umas fotos para ilustrar isso tudo.

Esse é o Maserati HT Guerra, que parece o McQueen, do Cars




Esse é o Porsche 911 GT3 RSR, que ficou em primeiro lugar


E este, é Marc Arnoldi, o locutor francês



21.11.08

eu quero fugir pra Las Vegas

Acenda seu cigarro. Pegue um copo. Levante-se e sem querer bata no lustre baixo. Tire o casaco. Pendure-o na cadeira e sente-se novamente. A fumaça já tomou o ar, as fichas estão distribuidas, as risadas terminaram. A ficha grande e branca indica quem dá as cartas. Do lado direito, o outro corta o monte. Do lado esquerdo tem um com uma pequena aposta e o seguinte com o dobro. Você olha as duas cartas e chega sua vez. O que você faz? Dobra, bate na mesa ou foge?

Podia ter sido assim a tarde de ontem. Mas não foi exatamente. Chegamos às 15h numa rua de Pinheiros, no salão de festas - da casa - da amiga - do trabalho dele. Alguns liam jornal (ou fingiam que liam). Outros colocavam as toalhas nas mesas. Na parte de trás, uma jacuzzi vazia e na pequena cozinha um estoque de comidas para umas 20 pessoas. Estávamos em nove. Em meio a frios, sucos, refrigerantes, copos, pratos, panetone, pão de forma e damascos tinha também uma garrafa de Amarula e outra de Baileys. Que porra toda é essa? Pensei, sem ter a menor noção do que estaria por vir.

Então sentamos. Eu deixei de lado toda a vergonha que sinto em conhecer gente nova e começamos a receber as regras e algumas dicas. Meus olhos brilhavam e procurei entender todos os detalhes. Foram três rodadas para compreender a jogatina e eu já blefando de primeira. Isso vai ser bom! E foi.

No total, vários foram derrotados. Em minutos ficávamos milionários e em outros, pobres, raivosos e com aqueles suspiros em voz alta: tinha certeza que ele não tinha carta. Puts, eu tinha um ás e uma dama. Daí, as horas foram passando. Levantamos várias vezes e o estoque foi terminando. Aquele monte de comida foi a melhor coisa que a anfitriã podia ter feito por nós. As horas voaram, o valor das fichas dobrou, muitos deram "all win" e eu ali firme com meus 1.810.

Os montes coloridos se empilhavam e o frio entrava pela porta de vidro. O cansaço eu nem sentia e os beijinhos amorosos até pararam. Não teve cerveja, não abrimos a Amarula, ninguém dali fumava e o sol ainda estava lá fora. Quando o relógio marcou quase 20h resolvemos ir andando. Assim começou ontem, uma das melhores diversões que eu já vi na vida: o poker.

19.11.08

Previously on Lost

Não, eu nunca fui fã de seriados nem de novelas. Pra ser sincera eu lembro de ter acompanhado Vamp, Top Model (essa mesma, de 1989), As Pupilas do Senhor Reitor (hauahaua), A história de Ana Raio e Zé Trovão (tenho até o CD) e aquela O Rei do Gado (ok, também tenho o CD). Tenho umas amigas doidas por Gossip Girls, outra que é fanática por Beverly Hills, minha sogra tem todos os DVD´s do Friends e até tentei ver as temporadas de Sex and the City.

But, um certo dia uma colega comentou que eu ia adorar Lost. Ela falava tanto dos episódios, personagens e acontecimentos que fiquei curiosa. Vencida pelo cansaço e pela encheção de saco, resolvi ir até a locadora e pegar o primeiro DVD da primeira temporada.

Sim, vale começar um outro parágrafo: puta que o pariu. Na semana retrasada eu comecei a dormir umas 6 horas por noite porque ficava até umas 1h20 a.m assistindo os episódios. De lá pra cá já estou terminando a segunda temporada e tenho trocado baladinhas com os amigos para ficar em casa assistindo. Frequentemente sonho com os personagens e fico durante o dia imaginando o que vai acontecer. Para piorar, meus pais viciaram, os irmãos do meu namorado viciaram, os pais dele viciaram e a minha mãe não só segue a ordem comigo e com meu pai, como também fica vendo episódios beeeem à frente que passam às 19h na AXN. Tsc tsc tsc.

E podem falar o que quiser mas a porcaria da série é sensacional. Os atores, agora carimbados como personagens do Lost, são ótemos, a fotografia é perfeita, a ilha é paradisíaca e chego a chorar quando algum deles morre. Além disso, a trilha sonora é de primeira e o clima de suspense é delicioso.

Agora, é claro que é um filme. Claro que é ficção e tudo é de mentirinha. Mas, sinceramente, este seriado está me ensinando muitas coisas para pensar na vida. Como por exemplo, a existência das duas metades que há em tudo e em todos. Sempre tem o lado bom e o lado ruim. Ao contrário do que diz Samuel Rosa, tudo na vida tem dois lados e não três. Se ontem era de um jeito, hoje pode ser de outro. Se alguém parece ser uma coisa, ela pode também ser outra. E se hoje eu adoro Lost, tenho certeza que daqui um tempo posso odiar. Mas, enquanto isso não acontece, sorry, amanhã é feriado e já reservei meu lugar no sofá azul. Vou me esbaldar!

14.11.08

dicas para quem quer ir

(Ok. Como estou com vontade de postar, mas tenho muitos assuntos, resolvi colocar abaixo toda a descrição de como foi minha viagem para Bolívia - Peru. Simplesmente porque é sempre bom relembrar coisas boas e porque tem muita gente me pedindo dicas. Então, lá vai. Aliás, acho que este post é só para quem tá muito afim. Porque até eu teria preguiça de ler tudo. Hehehe. Quem ler e tiver dúvida, é só falar)

A viagem que eu fiz foi feita em 25 dias e passei por alguns lugares da Bolívia e do Peru. Iniciamos o projeto da viagem em janeiro de 2007, assim, com um roteiro mais ou menos, discutido por todos do grupo, pagamos as passagens ao longo do ano e fomos trocando os dólares aos poucos até chegar a data de saída (15/12). Com isso, a viagem nem saiu tão cara porque fomos pagando tudo ao longo do ano. Ao total gastamos uns R$ 1.200,00 folgado. Eu levei US$ 600,00 e nem precisava de tanto. Um boliviano vale muito e um sol peruano vale pouco também, mas no Peru as coisas são um pouco mais caras que na Bolivia. Vou explicar como foi a ida e a volta - mas sei que há outros meios ... esse foi o qual escolhemos como + barato na época:

Ida

São Paulo - Campo Grande / MT
Campo Grande / MT - Santa Cruz de la Sierra / Bolívia

Volta

Santa Cruz de la Sierra / Bolívia - Campo Grande / MT
Campo Grande / MT - São Paulo

Bom, o roteiro foi decido no início do ano. Fomos num grupo de 7 pessoas. Sendo que um casal de amigos já tinha feito essa viagem ha uns anos antes. Então eles repetiram alguns passeios com a gente e deram dicas para fazermos os outros. Decidimos tudo em 4 pessoas e depois os outros 3 foram incluídos ao grupo qdo tudo estava fechado. Sugiro fazer o mesmo se for em grupo: tente decidir tudo com o maior nº de pessoas, pq dps não tem como reclamar. hehehe.

Usamos a experiência dos amigos que já tinham ído e um livro chamado: o guia do mochileiro ou do viajante - não lembro bem .. rsr Esse guia tem pra vender e na capa tem a imagem de uma menininha peruana. É mto bom pq dá dicas de preços, horários e coisas chatas / legais. E agora, segue mais ou menos o roteiro:

Santa Cruz / Sucre / Potosí / Uyuni / Puno / La Paz / Arequipa / Grand Canyon / Copacabana / Isla del Sol / Cuzco / Vale Sagrado / Machu Picchu


Santa Cruz: só ficamos por lá uma noite e também na volta. Não tem nda demais e está sempre em conflito por causa do Evo (nível de perigo 5 hehehe)

Sucre: é uma das capitais históricas e muito bonitinha. Pegamos chuva, mas tem uns restaurantes e pubs muito bons, apesar do srtress político e das barricadas. (nível de perigo 2)

Potosí: só passamos o dia para irmos à Uyuni ... é bem alta e sugiro tomar chá de coca nos cafés perto da igreja ... também é legal para comprar algumas coisinhas mas deixe para gastar $ em La Paz

Uyuni: vale mtooo a pena. Não pela cidade mas pelo passeio no deserto de sal. Optamos por dormir num hotel inteiro feito de sal. É bem frio de noite e bem quente de manhã. Mas vale mto a pena o passeio e o deserto é indescritível - pechinche com as agências locais.

Puno: Só passamos para comer. Eu tava tão mal de estômago q nem me lembro bem .. os restaurantes são horríveis e quase vomitei só de ver os pratos. Durma no ônibus e coma salgadinho. Vai por mim

La Paz: A cidade com maior altitude de todas. Aconselho vc tomar mto chá de coca e sorotipills - pastilhas contra Soroti (mal de altitude). É tiro e queda e dá uma alívio mto bom. Cidade gde como S.Paulo mas com o famoso Mercado de las Brujas (compras a preço de banana - pechinche o quanto puder) Vale tb fazer o passeio aos montes nevados de Chacaltaya ... 5.400m !!! É de perder o ar de fato, mas vc vai ver neve! Eu nunca tinha visto e fiz um bonequinho .. hehehe

Copacabana: sensacionall ! Passamos o natal por lá ... se vc gosta de Trindade e São Tomé das Letras, vc vai gostar dessa cidade .. ela fica na beira do lago Titicaca (que mais parece um marzão azul lindo) e tem barzinhos e baladinhas alternativas super gostosas ... mas vale para passar uma noite.

Isla del sol: de Copacabana fomos fazer este passeio, que, na opinião do grupo, foi o melhor de todos. Eu nem curti mtoooo pq estava me sentindo meio sozinha (por outras coisas) mas o por do sol é realmente de cair o queixo e vale fazer a trilha que sai do lado norte da ilha ao lado sul - se tiver sol, passe mtoooo protetor (eu voltei com marca e tenho manguinha até hoje)

Arequipa: A primeira cidade do Peru que visitamos. Mto bom o relacionamento com os peruanos. O país é mais rico e tem mais noção de turismo. Ficamos um dia à mais na cidade de tão charmosa que é. Há alguns lugares caros, mas vale andar pelos cafés, conhecer a cidade durante o dia e comer na praça central ... é encantadora e tem 15 mil táxisss !!!!!

Grand Canyon: de Arequipa, saímos para fazer este passeio ... não vale mtooo a pena não ... só se vc gostar de montanhas rochosas, vento e Condor ... só que acordamos às 4h para ver esses bichos voando e não apareceu nenhum ... hunf !

Cuzco: a última cidade do nosso roteiro. Ficamos quase uns 4 dias embaixo de garoa nessa cidade acolhedora, com ótima infra estrutura e mtos turistas. Nossa virada de ano foi na praça central junto a alguns brasileiros e gringos. Lá tem mtas boates e barzinhos mas vale a pena dar uma andada e conhecer as igrejas por dentro - já que a cidade foi palco dos primeiros ataques dos espanhóis aos incas. É de lá que saem as excursões para Machu Pichu. E foi lá que descansamos antes da trilha e também na volta

Vale Sagrado: em Cuzco fizemos o passeio de um dia para Ollaytaitambo (não lembro como se escreve). O guia era um barato e até tocou um som no micro-ônibus - hilááário. Este passeio já mostra algumas ruínas incas e terras de plantio antigas. Você também poderá visitar a feira de Pizac com artesanatos a preços de banana - pechinche

Macchu Pichu: antes de mais nada, um parágrafo à parte:

Para ir à Macchu há dois caminhos: por trilha - de 4 dias - ou de trem (algumas horas, saindo de Aguas Calientes). Nós fomos de trilha e para isso, tivemos que pagar metade aqui no Brasil e metade lá em Cuzco, quando chegamos por lá. A agência que nos levou se chama: Destinos Turísticos e uma das donas, a Judith é brasileira e mtooo gente fina (tipo mãezona mesmo). Acho que pagamos uns 200 reais aqui e o restante em dólar ... mas não lembro bem. O mais legal é que a agência funciona da seguinte forma: você deixa suas malas grandes na agência e leva uma mochila menor com pouca coisa - pouca mesmo, afinal, você não vai tomar banho por 4 dias. É, isso mesmo. Daí, o esquema é feito da seguinte maneira: um grupo de 20 portadores vai subindo a trilha e ao longo do percurso o seu guia vai parar em alguns lugares demarcados para você comer e dormir. O doido é que enquanto vc demora 3 horas para uma trilha estes caras ultrapassam vc com mta coisa nas costas (butijão de gás, barracas, bancos, comida, etc) e qdo vc chega no local há uma tenda armada, pronta para vc comer ou dormir. E prepare-se com os banquetes que eles fazem, é animal! Coma muito e coma de tudo porque depois você pode passar fome nas trilhas e tem que ter muita energia pra subir tudo .. principalmente no segundo dia - que é o trecho mais dificil.

É complicado, é cansativo, você acha que vai desistir mas vale muito à pena chegar em Macchu Pichu depois de andar 3 dias direto e se deparar com aquilo tudo. Eu achei pequeno (perto do que sempre via em fotos e filmes) mas é simplesmente perfeito. A energia do lugar é mesmo impressionante e as pedras são a maior perfeição que eu já vi na vida. E o melhor de tudo é que: quem chega lá pela trilha encontra o lugar ainda vazio e na penumbra da madrugada. Pq os trens q saem de Aguas Calientes sobem mais tarde então não fica mto lotado de turistas nas primeiras horas .. dps enche bem. Lá tem uma infra boa e o melhor é descer dps tudo de trem em 2horas ... daí de lá, você volta para Cuzco, sua cama e seu chuveiro - você sentirá mta falta disso, com certeza

Bom, no mais, o que posso te dizer é que não imaginava que a Bolivia era tãão pobre assim e vi cenas chocantes e deprimentes. O povo é sim muito sujo, fedido, mal cuidado e pobre. Eles são fechados na cultura deles e fazem algumas coisas incompreensíveis para nós .. mas é assim mesmo: um choque cultural de pessoas, histórias e belezas naturais. Peru é mais fácil de negociar, conversar com os peruanos e conhecer toda a riqueza cultural que eles tem. As histórias dos povos, línguas e influências incas é incrível !

Bien amigos, és esto. Buen viaje !

11.11.08

burocras

[pausa nas escritas da viagem-inesquecível-quero-voltar-pra-lá-agora]

No mês passado, enquanto estava em Marte e trabalhava das 7h às 20h tive 53 horas extras em menos de duas semanas. Daí resolveram me obrigar a tirar logo minhas folgas. Fui tirando aos poucos e agora vem o feriado e eu não tenho mais como emendar a sexta dia 21/11. Mas que burrica! Bom, ok.

Acontece que na sexta passada eu tirei as últimas horas extras e fiquei a tarde toda perto de casa resolvendo coisas burocráticas. Acho que não tem nada mais broxante que tirar folga e ficar indo ao banco, Correios, etc. But, era preciso. E eu como boa cidadã e pessoa com otimismo fora do normal, resolvi ir ao cartório eleitoral justificar meu não voto do segundo turno.

Na realidade, antes de ir para o cartório fiquei em casa discutindo com meus pais a burocracia brasileira. Não, eu não sabia que existem tipos diferentes de cartórios. Não, eu não sabia que para abrir um cartório você tem que fazer concurso, não sabia quem trabalhava lá dentro, não sabia como funcionava, nem nada. Aliás, nem fiquei mal e nem fico agora. Porque sei que muita gente também não sabe. E claro, esquentada do jeito que sou fiquei puta porque achei tudo a maior confusão e pilantragem pra ganhar dinheiro.

Desci do carro e falei pra minha mãe dar uma volta do quarteirão que provavelmente a fila andaria rápido. De fato, a fila andou bem. Mas aqui dentro as cenas passavam bem devagar. Vi um moleque todo bombadinho sentado justificando o não voto dele porque tinha ido viajar para São Carlos. Ele deu uma desculpa qualquer e o cara aplicou uma multa para ele. A reação foi um: ok, quanto é e onde eu pago? Não entendi nada.

Daí, olhei para o lado e li um papel na parede que dizia: Multa - R$ 3,50. Ainda sem entender chegou minha vez e sentei. Oi, bom dia, eu votei no 1º turno e no 2º não porque estava viajando a trabalho. Trouxe a justificativa da minha empresa. Abria o envelope quando ela me respondeu: ok, vou dar uma multa para você pagar ok? Lembrei do valor colado na parede e mesmo assim não entendi: multa do quê? Multa por não ter votado. Mas, eu estava trabalhando, trouxe a justifcativa. Sem olhar na minha cara ela se virou para o colega ao lado e repetiu minha última frase. A resposta dele: mas ela é médica?

Oi? Não entendi. Se eu fosse médica não pagaria essa porra de multa? Pensei, respirei fundo e disse, infelizmente, a verdade: não, sou jornalista. Ok, espera um pouco que vou falar com a fulana. Ao ver ela subindo as escadas ainda tive que ouvir do colega dela: é .. que estranho né? Como pode uma empresa obrigar você a trabalhar e não deixar você votar? Respeirei fundo novamente e respondi: então, na realidade eu voto desde 1998, nunca deixei de votar e desta vez, não foi porque eu não quis (na verdade eu adorei não ter votado, mas foda-se) mas porque eu estava trabalhando. Em viagem, mas à trabalho. Não teve tréplica. A moça desceu e disse a resposta que eu não esperava: ok, não precisa pagar, só assina aqui e leve este papel.

Ok, deixa ver se eu entendi: porque sou da imprensa eu não pago? Porque falei que era jornalista? Alguém me pediu uma documentação? Será que se eu fosse toda de branco e falasse que era médica ela também não deixaria eu pagar a multa e ainda me pediria um atestado? E que porra de multa é essa que todo mundo paga e alguns não?

Definitivamente, na próxima folga vou conhecer a piscina do meu prédio.

10.11.08

porto de galinhas

Quando vi que todos estavam no mar, reparei que faltava alguém ali comigo. O guia, sentado numa das cadeiras de plástico fumava um cigarro atrás do outro. Acho que era por alívio de tudo estar dando certo. Depois, pensei que era por nervossísmo por tudo que viria depois.

Deitei na canga azul, apoiei a cabeça na toalha do hotel e fiquei na dúvida: será que eu podia trazer a toalha do hotel para cá? Em seguida, uma outra questão: qual será o melhor ângulo de sombra pra apoiar o copo de breja sem deixá-lo no sol? Daí eu resolvi chutar o balde: liguei pra minha mãe e perguntei isso tudo só para provocar.

Depois de andar naquela areia fofa e quente, a decisão foi entrar no mar e aliviar o sol que estava batendo nas minhas costas. A água era tão verde e transparente que dava para ver meus pés, alguns cardumes entre minhas pernas e uns seis tipos diferentes de algas que boiavam tranquilamente. Para imitá-las resolvi fazer igual e ali fiquei. Aberta para o céu me preocupando apenas em saber o lado da maré.

De pé novamente, senti o brilho do sol bater no meu rosto e vi minha sombra dentro do mar. A única frase na minha mente era: realmente, não é necessário Photoshop. Isso tudo é real, é lindo e estamos no Brasil.


Daí ontem, de volta à alguns prazeres paulistanos, o Jorge Ben Jor cantava assim: essa é a razão da simpatia, do poder, do algo mais e da alegria. Moro num país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza. Mas, que beleza. O cara sabe das coisas.

7.11.08

olinda

Eu cheguei no aeroporto de Guarulhos umas 24h40. Fui para a esteira 8 pegar minha mala, de acordo com a informação que aparecia na tela de LCD à minha frente. Passado alguns minutos, escuto a informação sonolenta vindo do alto falante: "Passageiros do vôo 3517 de Recife, favor retirar suas bagagens na esteira de número 9". Ok, mudo de esteira. Eu e todos aqueles 60 passageiros. Daí, ela fala novamente e voltamos para a esteira 8. Mais uns 15 minutos e aparece minha mala preta, com a bandeirinha do Brasil.

Nos encaramos. Eu e ela. Eu estava bronzeada, com as unhas vermelhas e o cabelo ainda cheio de nós. Ela estava com raspões, cheia de adesivos grudados, virada de lado, como se estivesse dormindo após uma longa viagem junto com as outras malas. A peguei pelas mãos, levantei a alça e caminhamos portão afora.

Avistei meus pais, aquele monte de gente e a surpresa de meu namorado estar junto. Minha cara não devia ser das melhores, mas me esforçei. É triste falar isso, mas pensei na hora: ai, de volta às mesmas pessoas, à rotina, ao dia a dia de sempre. De volta a São Paulo.

Para quem acha que destesto essa cidade, fique achando. Eu amo e já disse em algum post antigo que uma das melhores visões para mim é sair do metrô Consolação do lado r.augusta e avistar o Conjunto Nacional com o relógio do Itaú lá em cima. É simplesmente perfeita a sensação de correria, prazos, trabalho, agitação e responsabilidade. But. Vou contar apenas uma visão simples que tive em Olinda para que talvez seja compreensível minha depressão pós-viagem.

Ainda estávamos ao lado esquerdo da igreja, avistando um quadro pintado sem tinta e com o auxílio de óleo de baleia, casca de banana e sangue de boi (não sangue em si, é o nome de uma planta que parece um cacto). Na parede oposta tinha um conjunto de azulejos que formavam desenhos perfeitos e alinhados. Até que o guia nos disse por que a cidade de Olinda se chamava Olinda. Uns diziam que era porque costumava-se nomear as cidades com nomes de amantes, outros porque quando os portugueses chegaram e se depararam com a beleza do lugar gritaram: ó, linda!

Whatever, conversinha de guia. Saímos pela porta lateral e senti a brisa tocar meu rosto e bagunçar todo meu cabelo. Claro que fomos abordados por vendedores locais. Alguns compraram algumas coisas. Outros começaram a tirar fotos. Eu, fiquei paralisada. Avistei lá de cima o mar e lembrei da minha avó. Não é a toa que o nome dela era Olinda. E aquela cidade era a maior homenagem que ela poderia ter tido na vida. O mar não é de qualquer verde, os coqueiros não são qualquer um, as casas dentro de toda aquela paisagem reluziam o sol e se exibiam com suas pequenas piscinas, jardins e janelas cheias de histórias.

Acho que depois daquela vista, eu dei um dos sorrisos mais largos da minha vida.

3.11.08

a volta

Não consigo escrever.
Algo me prende.
Há muito o que dizer mas ando sem saco.
Hunf.
Droga.

23.10.08

tic-tac

Nasci ao meio dia. Os médicos estavam almoçando. Minha mãe quase me perdeu e meu pai estava trabalhando. A salvadora foi minha avó que brigou com as enfermeiras e levou minha mãe à sala de parto.

Uma vez no balé, em plena cena da apoteose, a professora resolveu retirar do palco todas as abelinhas porque as antenas da fantasia estavam prendendo nas antenas das joaninhas. Eu era uma das abelinhas e fiquei prendendo a minha antena de propósito só para zoar com a joaninha chata da minha frente que ficava batendo as asas no meu joelho.


Quinta-série, escola nova, eu a mais velha da turma e a menor em tamanho. Resolvi cabular a aula de ciências dentro do armário da classe. Na hora da chamada, a professora disse meu nome e não respondi. Após a aula eu e Laura Tereza saímos do armário (sim, estávamos em duas) e encontramos a professora na fila da cantina. Advertência para as duas e o sorrisinho maléfico por dentro.


Meu avô resolve ter uma nova namorada meses depois da minha avó falecer. Era noite de verão, os dois netos com sono e uma festa da cerveja bizarra nos esperava. A idéia: prender o salto da véia no pé da cadeira. Tombo, copos de plástico e garrafas no chão. Ela era chata, usava um perfume horrível, tinha unhas enormes e sabia que ela ia armar pra cima dele. Meus pais vibraram.


Anos à frente, em busca de mais um estágio sou questionada na segunda entrevista se eu tinha mais alguma dúvida sobre o método de trabalho. A pergunta: seu signo, por favor? Isso não vem ao caso. Pode ser que para você não, mas, para mim, sim. Fui contratada.


A questã toda é: às vezes é preciso ousar. Sair da rotina, criar, inventar, tentar, arriscar. Mas o que me pega lá dentro, é a dúvida: será que quem está sempre inventando algo consegue sossegar um pouco? Eu sou uma pessoa que, metaforicamente falando, odeio aquelas portas giratórias de banco sabe? Como transformar a rotina em algo prazeroso? E como fazer os outros perceberem que a rotina é um sucks? Tem um lado aqui meu que odeia o dia a dia. E tem o lado racional que vive muito bem com isso e é viciado em rotinas, manias, horários e ordem.

Enfim, coisas minhas. Vocês não têm nada a ver com isso, eu sei. Mas, quem quiser, pode opinar. Às vezes, fico de saco cheio de brincar de paciência. De esperar que as coisas mudem no tempo certo, como tem que ser. Mas daí vem aquele meu principal problema: a porra da ansiedade que eu tenho. Quem mandou eu nascer às 12h sem médico de plantão?

17.10.08

Me voy

Faz tempo que não passo por aqui. E não sei como, em meio ao caos, crise, correria, monitoramento de Internet, páginas bloqueadas, códigos e dificuldades de acesso eu consegui uma brecha. Repetindo: não sei como. Consegui e cá estou. He he he.

E é tanta coisa que eu gostaria de comentar que vou optar por um tema que é sempre bem vindo e deixa as pessoas felizes: viagens. Eu adoro e não conheço uma pessoa que não goste. Nem que seja para ir até o sítio do amigo que chamou uma galera pra um churras sem carne e com muita breja ou para visitar o tio avô gago que vive com passarinhos e cachorros fedidinhos.

O tema surge porque meu irmão voltou hoje da Itália, meu namorado vai para Itú de noite e eu vou para Pernambuco daqui uma semana. Ai como faz bem tudo isso! Fora que tenho um visitante-amigo-da-amiga que estava em Ilhéus nesta semana (eu acho) e pelos posts sentia-se super bem e confortável por lá (e quem não se sentiria, não?!)

A história da arte e da arquitetura italiana foi resumida com muitos gestos, palavras e sono hoje de manhã. Voltamos de Guarulhos com meu irmão relembrando todas as esquinas, garrafas de vinhos, aulas, pastas degustadas e amigos conhecidos. Os olhos ainda brilhavam guardando nos sorrisos as mais deliciosas lembranças. E eu nem senti inveja de nada, mas um orgulho daqueles!

E quanto à Pernambuco, ando contando os dias. Me disseram que fui premiada internamente e que mereço curtir os passeios, treinar meu espanhol e descansar um pouco. Un poco? Hehehehe

6.10.08

what the world needs now?

Ando meio de saco cheio de blog. Queria saber se mais alguém se sente assim. Com vontade de ficar menos no espaço virtual e mais no real. De tocar as pessoas, abraçar, olhar no olhos e sentir a alegria de um sorriso de perto. Acho que o mundo está precisando mais disso. Porque, quando chega a hora de discutir ou falar a verdade, ninguém consegue. A emoção aflora da maneira mais estranha e muitos chegam a brigar por besteira ou sofrer demasiadamente.

Na realidade, eu gosto muito daqui. É como se tudo que eu penso e sinto pudesse ser transformado em pequenas letras e frases. Mas fico feliz em ter essa reflexão e saber separar que se a saudade aperta, um telefonema e um reencontro valem mais que mensagens instântaneas e códigos ortográficos modernos. Nada vale mais que um olhar e um sorriso. Que um abraço e um beijo. Vale mais que 1000 palavras, de verdade.

Ontem, por exemplo, eu estava na casa do meu namorado e abraçei a irmã dele. Quanto tempo eu não via aquela bichinha!.. Foi rápido, mas foi tão gostoso. E depois ficamos todos na mesa conversando 'um em cima do outro' e comendo aos montes. Aquela coisa deliciosa de casa cheia. E depois de todo o mimo da sogra fazer uma fornada de pão de queijo, teve a sessão filme- porcaria- engraçado, cheeeeio de comentários maldosos.

Na volta para casa, fiquei no carro de trás seguindo o carro dele. Trocamos beijinhos e risos pelos espelhos até chegar em casa. É coisa besta, de casal apaixonado, mas foi divertido ver ele mudar de faixa quando eu também ia mudar. Darmos seta ao mesmo tempo e seguirmos pela ponte na mesma velocidade. São essas pequenas coisas que tornam a vida boa.

E enquanto no rádio hoje de manhã tocava essa música: What the world, needs now? Is love sweet love. Eu pensava em vir aqui e perguntar isto: Você já abraçou alguém hoje?

2.10.08

um tapa

Eu nunca imaginei que postaria algo sobre este assunto: escrever sobre certas pessoas. Geralmente, eu deixo no ar mesmo. Para quem entender, pegar a mensagem. Sei lá porquê. Só que, hoje, eu quero falar sobre uma pessoa. Uma mulher como eu e como qualquer uma. Porque se ela tem defeitos, eu também tenho e todos nós temos. Mas acontece, que, ultimamente, ando percebendo que ela os tem demais. É possível? É. E quais são? Ah, são vários. Então diga. Pois é aí que está o problema: acho que é tudo uma questão única e nunca sei se cabe a mim julgar, mas como tenho (e ainda bem, que todos temos) esse direito de ir e vir, lá vai um exemplo que eu fiquei assustada, para não dizer outra coisa.

Acabei de entrar no g-talk para ver se falava com alguém do planeta Terra (porque nos últimos dias estou vivendo em Marte). Daí ela me solta o seguinte diálogo:

- Como andam as coisas?
- Bem e você?
- Agora estou menos atolada. Nesta semana parou o sistema e acumulou um monte de trabalho. Estava cheia de coisas para fazer. Mas agora, melhorou.
- Sei ... q droga.
- É, e vc? Tudo bem?
- Tudo. Tá osso por lá. Trabalhando demais. Saindo super tarde, chegando cedíssimo. Mas tudo ok. Aprendizados .... o problema é que com a crise toda, tudo piora.
- Deve ser foda. Mas, que crise?

Pausa. Como assim: que crise? Crise de dor de barriga? Crise de dor de dente? Crise de enxaqueca? Ai santo. Eu sei. Eu sei que muita gente me condena porque faço essas cobranças jornalísticas e malas com os outros. Eu mesma faço minha mea culpa porque há muitas coisas que acontecem no mundo e eu não fico sabendo. Como, por exemplo, a morte da Dercy Gonçalves - sim, fui saber quase 15 dias depois. Mas, esta de perguntar: que crise? Será que ela não passa em frente à nenhuma banca de jornal? E nem seria necessário comprar o jornal ou a revista, mas apenas ler as manchetes dos últimos dias. É pedir muito? É pedir muito para uma pessoa que passa o dia todo em g-talk, orkut, fotolog, MSN dar uma entradinha no Uol de vez em quando e ler alguma matéria sobre o assunto?

Ah. E piora. Sempre tem como piorar. O diálogo prosseguiu com ela falando que tava meio por fora nesses últimos dias. Meio por fora? É por isso que eu digo (e isso venho repetindo ha alguns dias para mim mesma): é preciso selecionar. Passam-se os anos e cada vez mais eu seleciono. Fecho o grupo, ligo para quem eu quero. Falo com quem eu quero. E abro, com toda a alegria do mundo, a cabeça e os braços, me jogando no tempo para boas conversas e gente interessante. Enough.

25.9.08

raio x

histeria silenciosa: alguém pode fazer o favor de conceder mais 6 horas para o meu dia?
pergunta que não cala a boca: por quê eu gosto tanto de trabalhar?
sentimento boomerangue: saco cheio
característica conclusiva: a tal da ansiedade permanente
uma palavra: sonho
uma frase: ai, caralho
um pensamento: aonde vai parar isso tudo?
um mantra: ok, ok, ok, ok, já entendi
o desejo que não acaba: pães de queijo


e ninguém entendeu nada. e nem era para entender. fui.

22.9.08

diário de uma princesa

Post dedicado às futilidades femininas e como estou aprendendo a gostar dessas coisas. hehehe. Sábado eu fui num mega casamento de uma amiga minha e voltei endoidecida para escrever aqui algumas percepções. Pausa para explicar o porquê: acho que ha uns dois meses atrás eu comprei um vestido rosa bem clarinho e longo. Minha intenção era usá-lo em ocasiões especiais. Pensei em estrear o bichinho na formatura do meu namorado. Mas, como ele não sabe nem o dia da banca do TCC e o convite do casamento veio antes, me empolguei e resolvi usá-lo antes da hora.

A unha estava feita e borrada (claaaaro) desde terça-feira. Apesar da natação na sexta, as outras 08 aguentaram bem e o esmalte continuou intacto. A escova marcada e somente os brincos eu ainda não havia comprado - fato que me deu um pesadelo na noite de sexta-feira. Hauhauahauahua.

Sábado, 16h30. Vou à cabelereira e ela diz logo de cara: seu cabelo é bem mais fininho que o da sua mãe né? É, puxei do meu pai. Respondi sorridente. Daí vem a outra com o secador apalpando ele aos poucos: Nossa, você tá com caspa né? É, andei pensando esses dias, acho que sim né? Respondi novamente sorridente e começando a ficar preocupada para o quê viria depois. Você anda muito estressada? Eu? Ah, hããã acho que posso estar trabalhando demais, não sei .. Olha, cuidado para não ter uma seborréia. Sebo o quê? Pensei. Olha, se você quiser temos uma supermegapowerultrahiper hidratação blá blá blá blá para que seu couro cabeludo blá blá blá blá. Ok, quanto é? É, tanto. Ok, vou ver se venho sábado que vem.

E fiquei maquinando ali naquele ar quente e sonolento: ai caralho, que saco. Vou ter que gastar mais tanto este mês para tratar dos meus míseros fiozinhos. Será que vai me adiantar em algo? Será que é mesmo de estresse? Só me faltava essa. Será que vou ficar careca? Ahhh !! Ok. Tudo pago era o o momento de voltar para casa, gastar uns minutinhos na super makeup e depois, a hora de colocar o bonitão no corpo.

Após uma sessão de 12 fotos (sendo apenas duas com o namorado) lá fomos nós para a cerimônia chuvosa, lotada e com fila. E em seguida, para a festa. Nem preciso ficar aqui comentando de como estava tudo perfeitamente lindo e bacana. Mas o que deu para perceber e que eu não cansava de rir por dentro era a sensação de princesa que eu estava tendo. É sério! Hahahaha.

Eu andava prá lá e prá cá segurando levemente o vestido para cima ao subir e descer os degraus vermelhos, girava que nem uma doida na pista e andava como se estivesse dentro de um sino. E após duas caipirinhas de frutas vermelhas e saquê eu conclui: tenho uma queda por vestidos longos. E se um dia eu casar, vai ser o mesmo modelo. Só que branco e com pérolas.

20.9.08

declaração (inha) apaixonada

é impressionante como as coisas vão tomando forma. se transformam. brilham e irradiam. tudo se encaixa, se completa e se equilibra. estar com ele é sentir um misto de emoções tão sinceras e certas que eu achei que nunca mais sentiria na vida. é o olhar, a conversa, carinhos, gestos, carícias, sorrisos e toda a paz nas poucas palavras que ele não cansa de me repetir: eu te amo.

o mundo é bem mais leve e colorido com amor, com ternura, respeito e companheirismo. fico bestificada como a gangorra entre nós sempre fica no movimento leve e equilibrado. claro que há forças contrárias. há ventos querendo nos empurrar para cima e para baixo. mas é um momento tão perfeito e nosso que, atualmente, nem um furacão pode nos derrubar. nem nada, nem ninguém.

18.9.08

ressaca? não, quase nada

Piores coisas do mundo em ordem crescente:


o perfume preferido estar chegando ao fim
estar atrasada e perder um ônibuz vazio
o palmito delicioso estar duro e sem gosto
fazer as unhas e borrar o esmalte depois de dois minutos
o ar condicionado em cima da sua cabeça a 18ºC e lá fora uns 25ºC
o cara que trabalha com você faltar 2 dias e voltar bronzeado
você acordar de ressaca e não lembrar como chegou em casa
o palestrante falar sobre política na velocidade de uma taturana
ainda sentir o gosto da marguerita dos infernos na boca
uma diretora te detonar na frente de outra diretora e da sua chefe
sua amiga lembrar você que a marguerita era feita de tequila
ter uma sala com três sofás na sua frente e não poder deitar
a "rave" na sua cabeça continuar rolando depois de 2 aspirinas
lembrar que hoje não é sexta-feira
pensar que neste momento seu irmão está indo para Pisa


ó céus! alguém me dá um travesseiro por favor?

16.9.08

para descontrair un poquito

O problema é o seguinte: quero postar, mas sobre coisas que não quero falar nem pensar. Então, me divirto com esses questionários, sem pedir para ninguém fazer igual, mas se quiserem, sintam-se à vontade. Ê mal humor!

1 - QUATRO TRABALHOS QUE TIVE EM MINHA VIDA:
. funcionária do Burger King
. babá de uma vizinha de 7 anos
. animadora de festa infantil (fui o Picachu, o Frajola e a Minie)
. estagiária em editora e em assessoria

2 - QUATRO LUGARES EM QUE VIVI:
. brighton - UK
. lapa
. pompéia
. e agora, entre pompéia e perdizes

3 - PROGRAMAS DE TV QUE ASSISTIA QUANDO CRIANÇA:
. Carrossel (clássico)
. Rá Tim Bum
. Anos incríveis
. Confissões de adolescente (tá eu não era tão criança, mas vale)

4 - PROGRAMAS DE TV QUE ASSISTO ATUALMENTE:
. Super Nanny
. Extreme Makeover (a reconstrução)
. 15 Minutos
. mais algum?! não lembro, não gosto muito de TV

5 - QUATRO LUGARES QUE ESTIVE E VOLTARIA:
. brighton
. trindade
. sardegna
. salvador

6 - FORMAS DIFERENTES QUE ME CHAMAM:
. chelzinha
. ráichel (tipo do Friends)
. rachelina (e suas variações)
. pequena

7 - QUATRO PESSOAS QUE MANDAM E-MAIL TODOS OU QUASE TODOS OS DIAS:
. meu namorado
. Kaka
. meus pais
. a dona da empresa que trabalho

8 - COMIDAS FAVORITAS:
. strogonoff
. sanduiche
. salada verde com palmito
. buraco quente

9 - DESEJARIA ESTAR AGORA:
. na minha cama dormindo ou em Las Vegas curtindo a vida de verdade

10 - AMIGOS QUE ACREDITO QUE RESPONDERÃO ESSE QUESTIONÁRIO:
. não mandei pra ninguém, quem achar bacana, posta aí

11 - ESPERO QUE ESTE ANO EU POSSA:
. tomar, decisões decisivas.

15.9.08

! ...

Ele pega aqui embaixo no calcanhar. Fica prendendo meus passos e meus pensamentos. Daí surge uma nova escrita. Cheia de rabiscos, emaranhados, nós, encruzilhadas. Enigmas. Entra e sobe meu corpo todo. Respiro o frio gelado de 13 graus. Expiro ele aos poucos. Ar cortante. Melodias tristes e péssimas lembranças. O passado é avassalador. Ao mesmo tempo que lembra do que é bom, transborda de coisas já viradas, já vistas e revistas. Do que já foi. Do que poderia ter sido, não foi e nunca (nunca) vai ser. O passado me machuca e deixa filetes abertos que nunca consigo cicatrizar. E lá começa uma semana de rascunhos, suspiros frios, coração costurado e feridas abertas. Como são doloridas! Sem graça e sem cores. As feridas eternas. A doença da alma.

12.9.08

dica

Ai. Sexta-feira é sempre assim. Eu ia postar falando sobre outras coisas que estão na minha caixola e fiquei na maior dúvida em escolher o assunto. Mas, hoje começa um festival cultural muito bom no Parque da Água Branca chamado Revelando São Paulo. E como o final de semana promete continuar com esse solzão-delícia aqui em Sampa, resolvi falar sobre este evento e deixar como dica para quem quiser fazer algo diferente durante esta próxima semana. Bom, lá vai.

Este evento acontece uma vez por ano aqui na capital e, durante o ano todo, em outras cidades do interior do Estado. O festival funciona como uma amostragem significativa da cultura tradicional em São Paulo. Durante nove dias seguidos, os paulistanos têm a oportunidade de vivenciar a cultura de todo o Estado no mesmo local. Isto porque, em diversos pontos do parque, são apresentados aspectos desconhecidos ou pouco divulgados da vida e tradições das deliciosas cidadezinhas do interior.

A amostragem é dividida por região e cada município é contemplado com um estande onde são apresentados ao público o artesanato e a culinária tradicionais de cada lugar. Ou seja: tem uma área de artesanatos bem bacanas e também uma outra área incrivelmente saborosa onde você encontra algumas comidas típicas como: vaca atolada, feijão tropeiro, afogado, rojão, galinhada e muitos tipos de cachaça e bebidinhas. Acompanhadas de grupos tocando modas de viola, rodas de conversas e causos.

Na grande arena do parque, é montado o palco prinicpal, onde são exibidos em horários adequados, apresentações diversas e grupos de danças oriundos de cada cidade. Há também apresentações infantis espalhadas pelo parque e outros estandes de comidas e bebidas. O preço das coisas é tranquilo e dá para levar a família toda. De dia é sempre super quente e cheio de gente e de noite vai ficando mais vazio na grande arena e mais cheio no Rancho Tropeiro, onde ficam as comidinhas e bebidinhas.

Eu frequento este evento desde 2003 e nunca perdi uma edição. Houve um ano que cheguei a fazer umas matérias, entrevistas e presenciar acontecimentos inesquecíveis. Mas agora costumo ir de tarde, comer algo e ficar até de noite, na preguiça de uma árvore, depois de um cafézinho feito na hora e de comer um belo prato com gostinho de fazenda. Vale a pena conferir.

Pra quem se interessou
De: 12 a 21 de Setembro . 9h às 21h
Parque da Água Branca
Av. Francisco Matarazzo, 455

10.9.08

a pena

O filme é Forrest Gump. A cena é a primeira mesmo. Música do Alan Silvestri. A pena branca que vai caindo devagar, ele pega e coloca dentro do livro. Mas daí, antes de chegar até ele, a pena voa e acompanha a música e todas as viradas dos instrumentos. É simplesmente perfeita. Enche os olhos e faz a gente suspirar.

Pois bem. Sem me alongar muito, mas relatando brevemente, eu me lembrei desta cena hoje à tarde. A emoção que eu senti ao entrar no prédio, subir o elevador, conversar com aquela senhora e me deparar com todo aquele espaço branco, deixaram meus olhos molhados. Meu coração quase saía pela boca a cada passo que eu dava e meus olhos não sabiam para onde olhar.

Minha mãe falava pausadamente enquanto eu ficava bestificada com a imensidão, a claridade e as notas musicais se formando aqui dentro. O coitado do corretor nem dizia nada. A dona Vilma comentava cenas da infância que passara na sala enorme e na cozinha retrô. Eu transbordava de alegria e sentia uma paz tremenda.

Daí, a volta suada e calorenta me fez voltar para a realidade. Ainda me peguei derramando umas lágrimas no metrô por outras coisas boas e ao chegar aqui abri mais a janela e me sentei toda disposta. Enquanto a tarde terminava notei uma pequenina chegando bem perto de mim. Branquinha. Miúda. Como um sonho que a gente tem, é levado para cima, levado para baixo, parece que vai cair e, de repente, sobe novamente. Daí, ela pousou.

Uma pena branca. Veio aqui me visitar. Passou por aqui de repente, para me lembrar de continuar batalhando e seguindo com este sonho. Talvez, não seja aquele, mas eu sinto que está muito próximo de acontecer.

8.9.08

festa no apê

Hoje eu comecei a notar em algumas coisas que estão fazendo parte da minha vida e da minha meta-foco-objetivo-ambição-sonho de comprar o apê. Achei engraçado como estou disciplinada em ir atrás disso e resolvi fazer uma pequena listinha. Hehehe

. minha agenda de telefones no celular possui, entre sei lá quantos contatos, alguns em códigos: BNH 156 - Aimberê 2740 - Havaí 123 - Pompéia 1500 - Fábia 52 - Heitor 1200
. meu irmão liga da Itália e uma das cinco perguntas que faço é: como é o apartamento?
. minha amiga comenta que esteve ontem com o namorado na casa dele, minha pergunta: o apartamento dele fica aonde?
. abro minha agenda para anotar os compromissos da semana e vejo os cinco dias rabiscados com telefones e códigos: 2dorm, 76m, s/v, cond. baixo etc.
. se deito para dormir, fico rodando umas cinco vezes pensando nas plantas que já vi, conversas que tive, telefonemas a fazer, planilha para atualizar, horas apertadas, visitas de final de semana.
. ao entrar no metrô tento cronometrar o tempo exato se eu morasse em outro lugar
. encontro uma colega da faculdade que diz que vai casar, pergunta: aonde vocês vão morar?
. as meninas enviam um e-mail falando do ano novo, após muitas decepções de preços, sugiro: vamos fazer a ceia na minha casa nova, com velas, pratos, bebidinhas e almofadas no chão.
. daí a outra amiga que não vejo ha alguns dias me escreve que sonhou com meu apartamento
. e aquela outra, que foi embora com 3 malas, me diz que o trampo está bom e que, em breve, ela vai dar meu microondas.


Simplesmente, adoro tudo isso.

5.9.08

era só o que me faltava ! ...

Tenho medo do meu despertador. É sério. Pânico total. Ou então, sou sonâmbula e não sabia. Ontem fui deitar e mudei o alarme para despertar às 7h ao invés de 6h como estava antes. Ok. Quando deu umas 5h eu acordei assustada com um pesadelo que estava tendo. Um leão filhote era nosso animal de estimação lá em casa e me dava patadas fortíssimas. Mas minha mãe jurava que era carinho. Ahãm. Acordei pingando. Fui no banheiro, dei uma volta e ... pimba pra cama de novo! Quentinha, numa boa. Ainda tenho uma hora e meia pra dormir, que delícia. Quéim. Quéim, Quéim. Ele me desperta. Olhei para o lado: 8h. Pulei. Abri as janelas, já fui pensando na roupa e na preguiça doida que tenho de manhã . Até que, chegando na cozinha olhei para o microondas e quis me matar: 7h01. Esfreguei os olhos. Olhei todos os relógios da casa e até liguei a televisão. Sim, ainda eram 7h. Voltei para o quarto com a toalha de banho em mãos. Sentei na cama e fiquei encarando-o. Qual é a tua cara? Qual é seu problema? O quê você tem contra mim? Resumindo: como se não bastasse eu mudei, não sei como, não apenas a hora normal como também a hora do alarme. Quando deu 7h, ele tocou como se fossem 8h. E para ele, eram 8h. Eu não entendi nada. Até porque o sono era demais. But, não é para ter medo?

4.9.08

quanto ficou?

Uma vez eu li isso, não me lembro aonde: gentileza gera gentileza. Prá ser bem sincera, não sabia da capacidade que eu tinha em afastar com as mãos um pouco o mal humor que estava sob meus ombros e começar a pensar mais leve. Mas faz alguns dias que eu tenho notado estar diferente.

Aquela coisa de andar séria, com a testa franzida, olhar parado e mil pensamentos na cabeça, mudou. Notei isto com as conversas que tenho tido com pessoas que nunca vi na vida e que talvez, provavelmente, eu nunca mais as encontre. Por exemplo, com taxistas.

Quando estive em Brasília, na semana passada, fui o caminho todo até o aeroporto conversando com o motorista. O calor eu nem senti. A fome passou. E até o trajeto cheio de voltas e enjôo foi tranqüilo. Conversamos sobre as cidades que nos separam. Sobre as mudanças urbanas e sobre a natureza. O tempo todo ele soltava largas gargalhadas e eu também.

Assim, quando cheguei no meu destino e já estava fechando a porta ouvi: você é uma ótima companhia. Gostei de levar você até aqui. Não era pelo dinheiro. Não era pelo trabalho. Eu consegui enxergar o brilho sincero naqueles olhos cansados.

Daí ontem, evento o dia todo. Mal entro no táxi ele pergunta meu nome. Dá um longo suspiro e diz: nunca vou esquecer seu nome, minha primeira filha também se chamava Rachel. Morreu com 4 aninhos. Ui. Olhei para o lado. Ele também. Disfarçamos com uma tosse e emendamos o assunto naturalmente sobre vida, morte, faculdade, escolhas, caminhos e trânsito. Não parava de olhar na tatuagem em formato de coração feita no antebraço. A pele vermelha e os riscos já cinzas demostravam toda a compaixão daquele senhor.

Na volta, mais um. Desta vez, vermelha estava eu. Com sol de 32º C na cabeça o dia todo, ele abriu as janelas e sentimos a brisa entrar. As conversas duraram lentamente, assim como o trânsito da marginal. Na chegada ao destino, ouvi a mesma frase: tudo de bom para você, foi muito bom te trazer até aqui.

O sorriso, o olhar, as falas pausadas, o desembaraço das pessoas, o aperto de mão e a gana da vida. Isto deixa meu coração gentilmente alegre. Sinceramente? Que se fodam as dívidas, medos, compromissos, correria, mal humor e falta de educação. Gentileza gera gentileza. E, no meu caso, um pouco mais que isso.

2.9.08

adiós

Não sei lidar bem com despedidas. Alguém se habilita? Oi? Alguém? Tenho que passar por elas? Ok, então vamos para o lado racional da coisa. Vamos para o lado que será bom para as pessoas que estão indo. E para quem fica? Ela se foi com três malas. E eles vão com várias também. Eu já disse que não sei lidar bem com despedidas? Ah tá, só para saber.

1.9.08

aqui e lá

Quando a segunda-feira acorda e me joga pra fora da cama eu sempre penso: são duas. E continuarão sempre sendo duas. Sempre, sempre, sempre. Muitas vezes, elas se integram. Se misturam. Mas é raro. E é como se eu fosse uma atriz. No palco uma coisa, no camarim, outra.

O que eu tento dizer é que são duas realidades. O final de semana que se passou eu estava na maior paz, sem preocupação alguma, sem dor de cabeça, sem chateações, sem horários, sem nada. Me refugiei num sítio em Jarinú-Campo Limpo-Atibaia e lá fiquei.

Assim como alguns finais de semana que passo com eles, desta vez, foi mais um. O peso da birutada não estava completo. Faltavam vários. Mas, mesmo assim, me diverti horrores. Cantamos, bebemos, dançamos, sorrimos e falamos todas as merdas imagináveis. É sempre assim com eles. Se alguém me visse, nem iria me reconhecer. Mas é assim. E assim eu gosto.

Daí, no domingão a coisa começa a mudar. Afinal, raios, é domingo. Mas ainda tem o aconchego dele, seus abraços, beijinhos e carinhos sem ter fim. Tem filme bom no sofá azul, tem jantar gostosinho e tem as horas que passam e sinalizam o final. Ai, que raiva quando se completa 22h.

Raiva de ter que deitar na cama e lembrar que no dia seguinte não poderei levantar tarde. Raiva que ainda faltam longos e eternos meses para minhas férias. Raiva de ter que vir até aqui e daí?Ah. Melhor parar. E adormeço. Caio naqueles sonhos sem pé nem cabeça, me afastando dessa realidade juvenil que ainda pulsa nas minhas veias. Qúeim, quéim, quéim. Toca o alarme da segunda realidade.

E bora levantar. Escolher a roupa, sapato, combinações. Mais de dez minutos na cama olhando para o guarda-roupa aberto. Ai, por que sou tão crítica assim? Que seja! Vai essa mesmo. Daí me troco, tento fazer tudo cronometrado, para dar tempo ao tempo. E as coisas vão acontecendo. No caminho ainda me forço a lembrar do que se passou, do final de semana, das conversas e risadas. Mas não dá. Se não eu perco o metrô. Perco a hora e todas as minhas responsabilidades matinais e semanais.

Hunf. Ding dong. Já cheguei toda suada. Já volta meu mal humor.
E ainda são 10h.

29.8.08

take off

Me lembro que não era uma manhã tão fria. O tempo estava bom e junto comigo estava o Matheus, o Gui e o Rafa. Todos sentados à mesa da biblioteca no maior silêncio enquanto um deles tomava o livro emprestado da estante. De capa vermelha e com letras pretas, estava escrito: Phrasal Verbs. Ficamos por muito tempo virando as páginas e suspirando no ar: vai ser muito difícil de decorarmos! Sim. Foi bem difícil. Não sei todos, esqueci vários, mas desde 2001, quando estive em Brighton com esses amigos eu decorei um para nunca mais esquecer: take off.

Acho que esta expressão pode ser usada para muitas coisas, mas eles sempre a empregam naquele momento que o avião sobe. Na hora que as rodinhas entram, que os passageiros se silenciam, que as crianças abrem a boca assustadas, que os cintos se fecham e que muita gente passa mal. Eu não.

A paixão por voar começou desde minha primeira viagem feita para Campo Grande junto com meu pai e meu irmão. Era um avião meia boca da Vasp, se não me engano. Comemos croissant, salmão e gelatina. Era o paraíso. Depois, como se não bastasse o banquete ainda fiquei uns bons minutos fazendo a fila crescer lá fora ao ficar mais de 10 minutos dentro do banheiro apertando todos os botõezinhos. E claro, antes de descermos, passamos para visitar a cabine do piloto.

Daí, no mesmo ano lançaram o filme Top Gun, que dispensa comentários. Não só pelo maravilhoso ator principal, como também pelas manobras, trilha sonora e adrenalina das acrobacias aéreas. Passado uns bons 18 anos, comprei o clássico, que hoje se encontra na minha singela pilha de DVD´s.

E aí ontem eu estava voltando de uma ponte área quando comecei a pensar nisso tudo. Eu realmente adoro viajar de avião. Adoro quando é vôo é noturno e as luzes se apagam. Adoro o barulho quando as pessoas chamam a aeromoça (até pensei em baixar como sinal de mensagem de texto no meu celular ... vai vendo). E sinto uma enorme felicidade de esperar a aeronave chegar no portão de embarque, fazer fila, entregar o bilhete, descer a rampa e adentrar no corredor gelado, branco, cheio de gente se olhando, maletas e sacolas sendo guardadas e procurar meu assento.

Não me importo com a companhia, não me importo para onde. Contanto que eu esteja lá no alto, perto das nunves, acima das coisas, com meus próprios pensamento. Bestificada com a velocidade e com a praticidade com que se alcança um objetivo. E ontem contei. Foram 23 vezes dentro de um avião. Quando eu chegar aos 50 prometo escrever um novo post. E por enquanto, a temperatura lá fora é de 25ºC.

25.8.08

bronquinha

Assim como tem gente que acredita em duendes, fadas, dietas, loteria, anjos e mais um monte de coisas, eu acredito em signos. Mas, veja bem: signos e não horóscopo. Claro que, quando bate a preocupação com alguma coisa, pego o jornal e dou uma conferida nas entrelinhas da penúltima página da Ilustrada, mas o que eu gosto mesmo é de entender e reconhecer o signo das pessoas.

Eu sei que o meu signo por exemplo, não é dos melhores. Gênio difícil, mal humor, irritação ... Lá em casa sou conhecida como Maria Bronquinha. Eu sei. Aliás, o que me preocupa é pensar se depois de uma tempo piora. Porque ainda tenho muito que crescer, mass quando observo mulheres mais velhas, que são do mesmo signo que o meu, confesso que me assusto. A energia delas é o que me deixa mais preocupada. Será que continuarei com todo esse pique?

Daí hoje eu resolvi ir atrás disso na Internet e achei um site legalzinho, prá quem acredita nessas coisas e quer passar o tempo. Você encontra características engraçadas dos signos divididas por áreas. Como por exemplo, como é o beijo de cada signo, o lado mal e quais seriam os adesivos que cada um teria no carro. Este último foi o que eu mais gostei. Ainda bem que eu não tenho carro. Hehe!

Passa por cima, ô babaca!
Hoje eu não tô bom!
Runner Musculação e Aeróbica
Mulheres são líderes naturais. Você está seguindo uma.
Perigo. Chefe zangado à bordo
Eu atropelo duendes
Me siga!
Meu outro carro é mais potente
Não tenho tudo que amo... Mas vou conseguir já já
Consulte sempre um gerente
E Deus fez tudo em "apenas" seis dias
E Deus gastou seis dias inteiros para fazer só isso?

22.8.08

Felizes para sempre

Lá vai um post de besteiras. Mas sempre tem. Então, será hoje. Hehehe. Bom, acho que todo mundo já se pegou pensando em conspirações, teorias e paranóias. Também há aqueles momentos idiotas que a gente pára e começa a pensar coisas nada a ver com nada e montar umas "brizas" na caixola. Pois bem. Hoje de manhã eu estava tomando banho e comecei a pensar nas Princesas da Disney. Aí, lá vem. É, isso mesmo. Idiotice pura. Mas dane-se, vou comentar.

Comecei a pensar nisso porque uma amiga minha quer ir no Holiday on Ice que vai estrear - ou já estreou - no Ibirapuera sobre as Princesas. E ela me convidou para ir com ela assisitir. Fiquei mega empolgada porque, pasmem-se, eu adoro as Princesas. Adoro tanto que completei o álbum em 2006 e foi assim que fiz amizade com a Laris (blogueira querida e amiga). Por que ela colecionava? Não, porque as sobrinhas dela colecionavam. Ha ha ha ha ha ha.

Sei que comecei a pensar nessa coisa que nós mulheres temos. Mesmo que seja bem pouco, mas todas temos: de querer casar, ter alguém pra dividir bons momentos, bons beijos, boas conversas, bons sonhos e aquela coisa toda de pombas, esquilos, passarinhos e final feliz. Eu tenho. E tenho faz muito tempo. Só que, hoje de manhã comecei a pensar não neste assunto, mas nas Princesas em si. E agora, chega a hora de dar alguns exemplos para vocês. Por favor, não me matem ok?

A Bela por exemplo, fiquei pensando que ela deve ter um conhecimento fora do normal. É tanto livro que aquela mulher leu que daria para fazer uma versão Google só da Bela. Além do mais, ela deve ter sessões de fono. Porque, morar naquele castelo gelado e ficar cantando embaixo da neve não é pra qualquer uma. Fora a coragem de beijar um monstrengo daqueles - que havia, até algum tempo atrás, prendido seu pai velhinho dentro de uma cela. Afff.

A Bela Adormecida podia fazer propaganda do Cepacol ou algo do tipo. Também acho ela muito ingênua de meter o dedo naquele troço e ter sido evenenada. Daí vem toda a parte Freud da coisa: a bagaça era pontuda e saiu sangue do dedo dela. Perda da virgindade. Mas nem sei se acredito muito nessa coisa. Relaciono mais isso com a Chapéuzinho Vermelho. Que como o próprio nome diz, era vermelha, quis ir por outro caminho (pré adolescência) e quando chegou na casa da vovó, tava rolando o maior suruba com todo mundo na cama, inclusive o lenhador.

Daí ainda tem a Cinderela, que era, para mim, a mais malandrona. Além de catar o príncipe ainda ficou com ele a noite toda e fez o cara correr atrás dela. Se deu muito bem por sinal. Otária eram aquelas irmãs dela bundudas e com voz de taquara rachada. Um outro caso à parte, é a Alice, que todo mundo sabe que foi a maior piração de ópio que o cara teve na vida e que deu no que deu. A história dela é tão irreverente que ela nem está no time das Princesas.

Continuando a falar do time, fiquei de cara quando eu vi a Ariel junto com as outras. Sou muito mais ela sereia do que ali de pé, com vestido e sapatinho. Mas, a minha preferida mesmo continua e continuará sendo a doida da Jasmine. Que pulou os muros do palácio para ver como era a vida lá fora. Tipo um pouco a história de Buda, versão garotas.

E quem eu realmente não sou muito chegada é a Branca de Neve. Outra malandrona que deu uma de que estava cansada, deitou na cama dos anões e quando eles chegaram do trabalho, deram de cara com uma gigante adormecida. Ahã, dormindo. Tá, conta outra. Mas, se bem que ela botou moral. Imagine morar 7 caras juntos na mesma casa? Tô fora. Ela tinha mais mesmo que sair com o príncipe e viver feliz para sempre.

E vivam os finais felizes e todas essas Princesas.
Porque, na vida real é praticamente a mesma coisa.