27.11.08

cara de pau

Quando eu era criança (porque se eu falar quando eu era menor vai ter gente rindo da minha cara) costumava ir para o sítio do meu avô e ver meu irmão e meu primo se divertirem colocando bombinha de festa junina dentro de alguns cupinzeiros.

Eles faziam o maior esquema e a casinha dos caras explodia no ar em mil pedaços. Por dentro, era só buracos e vários cupins correndo desesperados. Coisa idiota de criança, coisa genial de moleques. Eu era a cobaia que ficava longe admirando e que depois dava o braço para sentir os cupins subindo em cima de mim e fazendo cócegas. Achava gostoso, jogava eles para o chão e ríamos naquele sol de julho ainda cheio de idéias e invenções.

Pois bem. Para quem não sabe, um pouco de biologia: na época do verão (o que vai começar a acontecer daqui a pouco em S.Paulo) aqueles bichinhos de luz ou aleluias são, na verdade, jovens cupins em busca de casamento. Isso mesmo. A revoada doida que eles fazem em volta da luz acontece em qualquer lugar onde exista uma colônia. Nuvens de cupins alados saem dos cupinzeiros e buscam desesperadamente a luz, perdem as asas com facilidade e formam pares. Esses "casais" criam seus ninhos, a origem de uma colônia que eventualmente chegará a ter milhares de cupins. Nossa! Eu não sabia. Eu sei, eu também não. Eu, e minha cômoda.

Em janeiro deste ano teve uma mega revoada dessas no meu quarto. Vários ficaram na luz, perderam suas asas e saíram andando na maior cara de pau em cima das minhas coisas. Matei alguns, outros sumiram e ok. Não. Ok nada, depois de meses notei alguns resquícios de madeira perto da cômoda e vi os buraquinhos perfeitos espalhados por toda estrutura das gavetas. Era cupim. Daí a saga começou.

Tiramos as gavetas, passamos veneno e alguns saíram dos buracos. Matamos, esperamos um tempo e enquanto isso, a bonitona aqui dormindo na sala. (nada contra, mas ao contrário de alguns, eu não consigo dormir no sofá).Bom, esta noite fui novamente deitar em outro lugar. O marcineiro passou por lá, analisou e decretou a morte da cômoda. Hunf. E hoje de manhã analisei minha cama. Acho que eles também estão se deliciando da cabeçeira aos pés. Daí parei pra pensar na vontade que estou de me mudar e cheguei a conclusão que deve ser um complô dos cupins com os corretores.

Anyway, este blog também é servição: além da Dengue, cuidado com os bichinhos de luz. Quem avisa, amigo é.

2 comentários:

Karina Brandford disse...

Esse blog também é servição?
hehehehe ri muito amiga!
Também odeio os bichinhos de luz... as ruas ficam infestadas, eles alugam as nossas casas e o pior acabam com a madeira e o concreto. Porque para quem não sabe, eles também são fãs de concreto.
Whatever, não quero nem lembrar. Que fiquem bem longe da minha cabeça!

Beijosss =)*

moça dos olhos d'água disse...

hauhuahauhuahauhuahuahuahua! "eu e minha cômoda". adorei, Chel! ;)
beijos, queridoca!