25.9.08

raio x

histeria silenciosa: alguém pode fazer o favor de conceder mais 6 horas para o meu dia?
pergunta que não cala a boca: por quê eu gosto tanto de trabalhar?
sentimento boomerangue: saco cheio
característica conclusiva: a tal da ansiedade permanente
uma palavra: sonho
uma frase: ai, caralho
um pensamento: aonde vai parar isso tudo?
um mantra: ok, ok, ok, ok, já entendi
o desejo que não acaba: pães de queijo


e ninguém entendeu nada. e nem era para entender. fui.

22.9.08

diário de uma princesa

Post dedicado às futilidades femininas e como estou aprendendo a gostar dessas coisas. hehehe. Sábado eu fui num mega casamento de uma amiga minha e voltei endoidecida para escrever aqui algumas percepções. Pausa para explicar o porquê: acho que ha uns dois meses atrás eu comprei um vestido rosa bem clarinho e longo. Minha intenção era usá-lo em ocasiões especiais. Pensei em estrear o bichinho na formatura do meu namorado. Mas, como ele não sabe nem o dia da banca do TCC e o convite do casamento veio antes, me empolguei e resolvi usá-lo antes da hora.

A unha estava feita e borrada (claaaaro) desde terça-feira. Apesar da natação na sexta, as outras 08 aguentaram bem e o esmalte continuou intacto. A escova marcada e somente os brincos eu ainda não havia comprado - fato que me deu um pesadelo na noite de sexta-feira. Hauhauahauahua.

Sábado, 16h30. Vou à cabelereira e ela diz logo de cara: seu cabelo é bem mais fininho que o da sua mãe né? É, puxei do meu pai. Respondi sorridente. Daí vem a outra com o secador apalpando ele aos poucos: Nossa, você tá com caspa né? É, andei pensando esses dias, acho que sim né? Respondi novamente sorridente e começando a ficar preocupada para o quê viria depois. Você anda muito estressada? Eu? Ah, hããã acho que posso estar trabalhando demais, não sei .. Olha, cuidado para não ter uma seborréia. Sebo o quê? Pensei. Olha, se você quiser temos uma supermegapowerultrahiper hidratação blá blá blá blá para que seu couro cabeludo blá blá blá blá. Ok, quanto é? É, tanto. Ok, vou ver se venho sábado que vem.

E fiquei maquinando ali naquele ar quente e sonolento: ai caralho, que saco. Vou ter que gastar mais tanto este mês para tratar dos meus míseros fiozinhos. Será que vai me adiantar em algo? Será que é mesmo de estresse? Só me faltava essa. Será que vou ficar careca? Ahhh !! Ok. Tudo pago era o o momento de voltar para casa, gastar uns minutinhos na super makeup e depois, a hora de colocar o bonitão no corpo.

Após uma sessão de 12 fotos (sendo apenas duas com o namorado) lá fomos nós para a cerimônia chuvosa, lotada e com fila. E em seguida, para a festa. Nem preciso ficar aqui comentando de como estava tudo perfeitamente lindo e bacana. Mas o que deu para perceber e que eu não cansava de rir por dentro era a sensação de princesa que eu estava tendo. É sério! Hahahaha.

Eu andava prá lá e prá cá segurando levemente o vestido para cima ao subir e descer os degraus vermelhos, girava que nem uma doida na pista e andava como se estivesse dentro de um sino. E após duas caipirinhas de frutas vermelhas e saquê eu conclui: tenho uma queda por vestidos longos. E se um dia eu casar, vai ser o mesmo modelo. Só que branco e com pérolas.

20.9.08

declaração (inha) apaixonada

é impressionante como as coisas vão tomando forma. se transformam. brilham e irradiam. tudo se encaixa, se completa e se equilibra. estar com ele é sentir um misto de emoções tão sinceras e certas que eu achei que nunca mais sentiria na vida. é o olhar, a conversa, carinhos, gestos, carícias, sorrisos e toda a paz nas poucas palavras que ele não cansa de me repetir: eu te amo.

o mundo é bem mais leve e colorido com amor, com ternura, respeito e companheirismo. fico bestificada como a gangorra entre nós sempre fica no movimento leve e equilibrado. claro que há forças contrárias. há ventos querendo nos empurrar para cima e para baixo. mas é um momento tão perfeito e nosso que, atualmente, nem um furacão pode nos derrubar. nem nada, nem ninguém.

18.9.08

ressaca? não, quase nada

Piores coisas do mundo em ordem crescente:


o perfume preferido estar chegando ao fim
estar atrasada e perder um ônibuz vazio
o palmito delicioso estar duro e sem gosto
fazer as unhas e borrar o esmalte depois de dois minutos
o ar condicionado em cima da sua cabeça a 18ºC e lá fora uns 25ºC
o cara que trabalha com você faltar 2 dias e voltar bronzeado
você acordar de ressaca e não lembrar como chegou em casa
o palestrante falar sobre política na velocidade de uma taturana
ainda sentir o gosto da marguerita dos infernos na boca
uma diretora te detonar na frente de outra diretora e da sua chefe
sua amiga lembrar você que a marguerita era feita de tequila
ter uma sala com três sofás na sua frente e não poder deitar
a "rave" na sua cabeça continuar rolando depois de 2 aspirinas
lembrar que hoje não é sexta-feira
pensar que neste momento seu irmão está indo para Pisa


ó céus! alguém me dá um travesseiro por favor?

16.9.08

para descontrair un poquito

O problema é o seguinte: quero postar, mas sobre coisas que não quero falar nem pensar. Então, me divirto com esses questionários, sem pedir para ninguém fazer igual, mas se quiserem, sintam-se à vontade. Ê mal humor!

1 - QUATRO TRABALHOS QUE TIVE EM MINHA VIDA:
. funcionária do Burger King
. babá de uma vizinha de 7 anos
. animadora de festa infantil (fui o Picachu, o Frajola e a Minie)
. estagiária em editora e em assessoria

2 - QUATRO LUGARES EM QUE VIVI:
. brighton - UK
. lapa
. pompéia
. e agora, entre pompéia e perdizes

3 - PROGRAMAS DE TV QUE ASSISTIA QUANDO CRIANÇA:
. Carrossel (clássico)
. Rá Tim Bum
. Anos incríveis
. Confissões de adolescente (tá eu não era tão criança, mas vale)

4 - PROGRAMAS DE TV QUE ASSISTO ATUALMENTE:
. Super Nanny
. Extreme Makeover (a reconstrução)
. 15 Minutos
. mais algum?! não lembro, não gosto muito de TV

5 - QUATRO LUGARES QUE ESTIVE E VOLTARIA:
. brighton
. trindade
. sardegna
. salvador

6 - FORMAS DIFERENTES QUE ME CHAMAM:
. chelzinha
. ráichel (tipo do Friends)
. rachelina (e suas variações)
. pequena

7 - QUATRO PESSOAS QUE MANDAM E-MAIL TODOS OU QUASE TODOS OS DIAS:
. meu namorado
. Kaka
. meus pais
. a dona da empresa que trabalho

8 - COMIDAS FAVORITAS:
. strogonoff
. sanduiche
. salada verde com palmito
. buraco quente

9 - DESEJARIA ESTAR AGORA:
. na minha cama dormindo ou em Las Vegas curtindo a vida de verdade

10 - AMIGOS QUE ACREDITO QUE RESPONDERÃO ESSE QUESTIONÁRIO:
. não mandei pra ninguém, quem achar bacana, posta aí

11 - ESPERO QUE ESTE ANO EU POSSA:
. tomar, decisões decisivas.

15.9.08

! ...

Ele pega aqui embaixo no calcanhar. Fica prendendo meus passos e meus pensamentos. Daí surge uma nova escrita. Cheia de rabiscos, emaranhados, nós, encruzilhadas. Enigmas. Entra e sobe meu corpo todo. Respiro o frio gelado de 13 graus. Expiro ele aos poucos. Ar cortante. Melodias tristes e péssimas lembranças. O passado é avassalador. Ao mesmo tempo que lembra do que é bom, transborda de coisas já viradas, já vistas e revistas. Do que já foi. Do que poderia ter sido, não foi e nunca (nunca) vai ser. O passado me machuca e deixa filetes abertos que nunca consigo cicatrizar. E lá começa uma semana de rascunhos, suspiros frios, coração costurado e feridas abertas. Como são doloridas! Sem graça e sem cores. As feridas eternas. A doença da alma.

12.9.08

dica

Ai. Sexta-feira é sempre assim. Eu ia postar falando sobre outras coisas que estão na minha caixola e fiquei na maior dúvida em escolher o assunto. Mas, hoje começa um festival cultural muito bom no Parque da Água Branca chamado Revelando São Paulo. E como o final de semana promete continuar com esse solzão-delícia aqui em Sampa, resolvi falar sobre este evento e deixar como dica para quem quiser fazer algo diferente durante esta próxima semana. Bom, lá vai.

Este evento acontece uma vez por ano aqui na capital e, durante o ano todo, em outras cidades do interior do Estado. O festival funciona como uma amostragem significativa da cultura tradicional em São Paulo. Durante nove dias seguidos, os paulistanos têm a oportunidade de vivenciar a cultura de todo o Estado no mesmo local. Isto porque, em diversos pontos do parque, são apresentados aspectos desconhecidos ou pouco divulgados da vida e tradições das deliciosas cidadezinhas do interior.

A amostragem é dividida por região e cada município é contemplado com um estande onde são apresentados ao público o artesanato e a culinária tradicionais de cada lugar. Ou seja: tem uma área de artesanatos bem bacanas e também uma outra área incrivelmente saborosa onde você encontra algumas comidas típicas como: vaca atolada, feijão tropeiro, afogado, rojão, galinhada e muitos tipos de cachaça e bebidinhas. Acompanhadas de grupos tocando modas de viola, rodas de conversas e causos.

Na grande arena do parque, é montado o palco prinicpal, onde são exibidos em horários adequados, apresentações diversas e grupos de danças oriundos de cada cidade. Há também apresentações infantis espalhadas pelo parque e outros estandes de comidas e bebidas. O preço das coisas é tranquilo e dá para levar a família toda. De dia é sempre super quente e cheio de gente e de noite vai ficando mais vazio na grande arena e mais cheio no Rancho Tropeiro, onde ficam as comidinhas e bebidinhas.

Eu frequento este evento desde 2003 e nunca perdi uma edição. Houve um ano que cheguei a fazer umas matérias, entrevistas e presenciar acontecimentos inesquecíveis. Mas agora costumo ir de tarde, comer algo e ficar até de noite, na preguiça de uma árvore, depois de um cafézinho feito na hora e de comer um belo prato com gostinho de fazenda. Vale a pena conferir.

Pra quem se interessou
De: 12 a 21 de Setembro . 9h às 21h
Parque da Água Branca
Av. Francisco Matarazzo, 455

10.9.08

a pena

O filme é Forrest Gump. A cena é a primeira mesmo. Música do Alan Silvestri. A pena branca que vai caindo devagar, ele pega e coloca dentro do livro. Mas daí, antes de chegar até ele, a pena voa e acompanha a música e todas as viradas dos instrumentos. É simplesmente perfeita. Enche os olhos e faz a gente suspirar.

Pois bem. Sem me alongar muito, mas relatando brevemente, eu me lembrei desta cena hoje à tarde. A emoção que eu senti ao entrar no prédio, subir o elevador, conversar com aquela senhora e me deparar com todo aquele espaço branco, deixaram meus olhos molhados. Meu coração quase saía pela boca a cada passo que eu dava e meus olhos não sabiam para onde olhar.

Minha mãe falava pausadamente enquanto eu ficava bestificada com a imensidão, a claridade e as notas musicais se formando aqui dentro. O coitado do corretor nem dizia nada. A dona Vilma comentava cenas da infância que passara na sala enorme e na cozinha retrô. Eu transbordava de alegria e sentia uma paz tremenda.

Daí, a volta suada e calorenta me fez voltar para a realidade. Ainda me peguei derramando umas lágrimas no metrô por outras coisas boas e ao chegar aqui abri mais a janela e me sentei toda disposta. Enquanto a tarde terminava notei uma pequenina chegando bem perto de mim. Branquinha. Miúda. Como um sonho que a gente tem, é levado para cima, levado para baixo, parece que vai cair e, de repente, sobe novamente. Daí, ela pousou.

Uma pena branca. Veio aqui me visitar. Passou por aqui de repente, para me lembrar de continuar batalhando e seguindo com este sonho. Talvez, não seja aquele, mas eu sinto que está muito próximo de acontecer.

8.9.08

festa no apê

Hoje eu comecei a notar em algumas coisas que estão fazendo parte da minha vida e da minha meta-foco-objetivo-ambição-sonho de comprar o apê. Achei engraçado como estou disciplinada em ir atrás disso e resolvi fazer uma pequena listinha. Hehehe

. minha agenda de telefones no celular possui, entre sei lá quantos contatos, alguns em códigos: BNH 156 - Aimberê 2740 - Havaí 123 - Pompéia 1500 - Fábia 52 - Heitor 1200
. meu irmão liga da Itália e uma das cinco perguntas que faço é: como é o apartamento?
. minha amiga comenta que esteve ontem com o namorado na casa dele, minha pergunta: o apartamento dele fica aonde?
. abro minha agenda para anotar os compromissos da semana e vejo os cinco dias rabiscados com telefones e códigos: 2dorm, 76m, s/v, cond. baixo etc.
. se deito para dormir, fico rodando umas cinco vezes pensando nas plantas que já vi, conversas que tive, telefonemas a fazer, planilha para atualizar, horas apertadas, visitas de final de semana.
. ao entrar no metrô tento cronometrar o tempo exato se eu morasse em outro lugar
. encontro uma colega da faculdade que diz que vai casar, pergunta: aonde vocês vão morar?
. as meninas enviam um e-mail falando do ano novo, após muitas decepções de preços, sugiro: vamos fazer a ceia na minha casa nova, com velas, pratos, bebidinhas e almofadas no chão.
. daí a outra amiga que não vejo ha alguns dias me escreve que sonhou com meu apartamento
. e aquela outra, que foi embora com 3 malas, me diz que o trampo está bom e que, em breve, ela vai dar meu microondas.


Simplesmente, adoro tudo isso.

5.9.08

era só o que me faltava ! ...

Tenho medo do meu despertador. É sério. Pânico total. Ou então, sou sonâmbula e não sabia. Ontem fui deitar e mudei o alarme para despertar às 7h ao invés de 6h como estava antes. Ok. Quando deu umas 5h eu acordei assustada com um pesadelo que estava tendo. Um leão filhote era nosso animal de estimação lá em casa e me dava patadas fortíssimas. Mas minha mãe jurava que era carinho. Ahãm. Acordei pingando. Fui no banheiro, dei uma volta e ... pimba pra cama de novo! Quentinha, numa boa. Ainda tenho uma hora e meia pra dormir, que delícia. Quéim. Quéim, Quéim. Ele me desperta. Olhei para o lado: 8h. Pulei. Abri as janelas, já fui pensando na roupa e na preguiça doida que tenho de manhã . Até que, chegando na cozinha olhei para o microondas e quis me matar: 7h01. Esfreguei os olhos. Olhei todos os relógios da casa e até liguei a televisão. Sim, ainda eram 7h. Voltei para o quarto com a toalha de banho em mãos. Sentei na cama e fiquei encarando-o. Qual é a tua cara? Qual é seu problema? O quê você tem contra mim? Resumindo: como se não bastasse eu mudei, não sei como, não apenas a hora normal como também a hora do alarme. Quando deu 7h, ele tocou como se fossem 8h. E para ele, eram 8h. Eu não entendi nada. Até porque o sono era demais. But, não é para ter medo?

4.9.08

quanto ficou?

Uma vez eu li isso, não me lembro aonde: gentileza gera gentileza. Prá ser bem sincera, não sabia da capacidade que eu tinha em afastar com as mãos um pouco o mal humor que estava sob meus ombros e começar a pensar mais leve. Mas faz alguns dias que eu tenho notado estar diferente.

Aquela coisa de andar séria, com a testa franzida, olhar parado e mil pensamentos na cabeça, mudou. Notei isto com as conversas que tenho tido com pessoas que nunca vi na vida e que talvez, provavelmente, eu nunca mais as encontre. Por exemplo, com taxistas.

Quando estive em Brasília, na semana passada, fui o caminho todo até o aeroporto conversando com o motorista. O calor eu nem senti. A fome passou. E até o trajeto cheio de voltas e enjôo foi tranqüilo. Conversamos sobre as cidades que nos separam. Sobre as mudanças urbanas e sobre a natureza. O tempo todo ele soltava largas gargalhadas e eu também.

Assim, quando cheguei no meu destino e já estava fechando a porta ouvi: você é uma ótima companhia. Gostei de levar você até aqui. Não era pelo dinheiro. Não era pelo trabalho. Eu consegui enxergar o brilho sincero naqueles olhos cansados.

Daí ontem, evento o dia todo. Mal entro no táxi ele pergunta meu nome. Dá um longo suspiro e diz: nunca vou esquecer seu nome, minha primeira filha também se chamava Rachel. Morreu com 4 aninhos. Ui. Olhei para o lado. Ele também. Disfarçamos com uma tosse e emendamos o assunto naturalmente sobre vida, morte, faculdade, escolhas, caminhos e trânsito. Não parava de olhar na tatuagem em formato de coração feita no antebraço. A pele vermelha e os riscos já cinzas demostravam toda a compaixão daquele senhor.

Na volta, mais um. Desta vez, vermelha estava eu. Com sol de 32º C na cabeça o dia todo, ele abriu as janelas e sentimos a brisa entrar. As conversas duraram lentamente, assim como o trânsito da marginal. Na chegada ao destino, ouvi a mesma frase: tudo de bom para você, foi muito bom te trazer até aqui.

O sorriso, o olhar, as falas pausadas, o desembaraço das pessoas, o aperto de mão e a gana da vida. Isto deixa meu coração gentilmente alegre. Sinceramente? Que se fodam as dívidas, medos, compromissos, correria, mal humor e falta de educação. Gentileza gera gentileza. E, no meu caso, um pouco mais que isso.

2.9.08

adiós

Não sei lidar bem com despedidas. Alguém se habilita? Oi? Alguém? Tenho que passar por elas? Ok, então vamos para o lado racional da coisa. Vamos para o lado que será bom para as pessoas que estão indo. E para quem fica? Ela se foi com três malas. E eles vão com várias também. Eu já disse que não sei lidar bem com despedidas? Ah tá, só para saber.

1.9.08

aqui e lá

Quando a segunda-feira acorda e me joga pra fora da cama eu sempre penso: são duas. E continuarão sempre sendo duas. Sempre, sempre, sempre. Muitas vezes, elas se integram. Se misturam. Mas é raro. E é como se eu fosse uma atriz. No palco uma coisa, no camarim, outra.

O que eu tento dizer é que são duas realidades. O final de semana que se passou eu estava na maior paz, sem preocupação alguma, sem dor de cabeça, sem chateações, sem horários, sem nada. Me refugiei num sítio em Jarinú-Campo Limpo-Atibaia e lá fiquei.

Assim como alguns finais de semana que passo com eles, desta vez, foi mais um. O peso da birutada não estava completo. Faltavam vários. Mas, mesmo assim, me diverti horrores. Cantamos, bebemos, dançamos, sorrimos e falamos todas as merdas imagináveis. É sempre assim com eles. Se alguém me visse, nem iria me reconhecer. Mas é assim. E assim eu gosto.

Daí, no domingão a coisa começa a mudar. Afinal, raios, é domingo. Mas ainda tem o aconchego dele, seus abraços, beijinhos e carinhos sem ter fim. Tem filme bom no sofá azul, tem jantar gostosinho e tem as horas que passam e sinalizam o final. Ai, que raiva quando se completa 22h.

Raiva de ter que deitar na cama e lembrar que no dia seguinte não poderei levantar tarde. Raiva que ainda faltam longos e eternos meses para minhas férias. Raiva de ter que vir até aqui e daí?Ah. Melhor parar. E adormeço. Caio naqueles sonhos sem pé nem cabeça, me afastando dessa realidade juvenil que ainda pulsa nas minhas veias. Qúeim, quéim, quéim. Toca o alarme da segunda realidade.

E bora levantar. Escolher a roupa, sapato, combinações. Mais de dez minutos na cama olhando para o guarda-roupa aberto. Ai, por que sou tão crítica assim? Que seja! Vai essa mesmo. Daí me troco, tento fazer tudo cronometrado, para dar tempo ao tempo. E as coisas vão acontecendo. No caminho ainda me forço a lembrar do que se passou, do final de semana, das conversas e risadas. Mas não dá. Se não eu perco o metrô. Perco a hora e todas as minhas responsabilidades matinais e semanais.

Hunf. Ding dong. Já cheguei toda suada. Já volta meu mal humor.
E ainda são 10h.