29.8.13

e o ciclo se fecha

Parece que foi ontem. Desci os degraus do 3º andar até o térreo com toda pressa do mundo, louca para me deparar com a avenida Paulista e respirar aliviada. Até que um tombo me fez cair no meio da escada e ver meu celular todo aberto no chão. Me levantei humilhada, achando que seria um mau presságio e que eu jamais passaria naquela entrevista de emprego. No entanto, após o telefonema que recebi no mesmo dia, lá se foram oito anos e quatro meses.
 
Parece que foi ontem quando voltei no dia seguinte do tombo, toda admirada com a claridade do escritório. A disposição das duas pequenas salas de reunião, o piso claro, a iluminação do ambiente e todos aqueles jornalistas e relações públicas brilhantes em volta de mim.
 
Parece que foi ontem que me juntei à equipe de pessoas "muito mais velhas que eu" (todos com 30 anos na época) e que atendi um dos clientes mais amados e difíceis da agência. E que depois de três anos no mundo da cerveja, eu iria passar ainda por um laboratório farmacêutico, uma empresa de bens de produtos, uma do setor alimentício, outra de telecomunicações e ainda entender tudo sobre a malha ferroviária de São Paulo.
 
Parece que foi ontem que cheguei em casa exausta, larguei a bolsa no chão e sentei no sofá sem forçar para continuar chorando de tanto desespero de controlar aquela equipe enorme (sem saber que aquele choro e cansaço faziam parte do meu aprendizado e que todo esgotamento sem fim me levaria a chegar onde cheguei)
 
Parece que foi ontem que entrei aqui no Grupo Máquina. Olho para trás com tanta saudade e orgulho que não cabem em mim. Foram realmente anos incríveis, onde vivi experiências maravilhosas que apenas quem é apaixonado pelo que faz consegue sentir e descrever.
 
Trabalhar aqui possibilitou eu me formar na faculdade, fazer a pós gradução, comprar meu apartamento, viajar para lugares lindos e entrar no mestrado. Mas acima de tudo, possibilitou eu conhecer colegas e amigos que jamais vou esquecer.
 
Terei orgulho de dizer que fiz parte deste time. Obrigada Máquina da Notícia.

3.1.13

we had today

Quando contei nossa história para três amigas minhas foi na tarde quente do Natal. Estávamos num bar perto do bairro que eu morava e comentei os principais momentos daquela única noite e da manhã seguinte.

Uma delas me disse que eu era louca de pensar que iria te reencontrar novamente um dia. Mas a única coisa que comentei foi: eu acredito que sim.

Eu acredito em histórias improváveis, destinos que se cruzam nas luzes de uma balada, no vento de uma terraça, dentro de uma conversa sobre estudos, mestrado, aprendizagem, alunos e viagens.

Diria que não foi fácil o dia de hoje. Pensar que nunca mais te vi depois daquela noite e que hoje você parte para algo tão grandioso e maior sem eu ter a menor certeza se vou te rever novamente.

Lembrei (e acredito que sempre vou lembrar) do seu perfume, do beijo interminável logo de manhã, do sorriso em cada curva, da sua cara de sono para irmos embora, do sotaque engraçado, da chuva e de toda a bondade que você carrega no olhar.

Você deve estar viajando ainda ou talvez chegando numa das escalas até o destino final. E eu só consigo, de verdade, te desejar toda sorte do mundo e enviar por pensamento, todo meu amor.