Eu estava na maior ressaca. Tanto física quanto moral. Não tinha sido nada elegante o que eu havia feito na noite anterior. Tomei a maior bronca, discuti, choramos e nos acertarmos. Mas eu realmente ficara com aquilo: aonde eu estava com a cabeça? A porra da nuvem cinza estava sim sob meus ombros, mas, enfim, achei que tinha passado.
Resolvi esfriar os pensamentos e acompanhar minha mãe numa tarde agradável na Paulista. Fomos ver a apresentação do coral da USP lá no auditório do Masp. O metrô estava tranquilo, apesar da sensação de náusea, da tontura e da moleza. Entrada barata, várias velhinhas, vários casais, várias pessoas. Não conhecia aquele teatro e achei tudo grande e bonito demais.
Quando o primeiro coral entrou todos bateram palmas. Depois entrou o maestro e a pianista, mais palmas. E à cada música finalizada, palmas e mais palmas. Uma sensação ótima despistava minha dor de cabeça e deixava de lado toda preocupação pelas coisas ditas, gritadas e faladas naquela madrugada. Eu estava literalmente nas nuvens.
Depois de umas 10 músicas e aplausos, entraram no palco todos eles coloridos. Era o coral da terceira idade. Começaram a cantoria com os versos alegres de Adoniran Barbosa "de tanto levar, flechada do teu olhar" em seguida, passaram para outros clássicos e até soltaram uma versão perfeita de Somewhere over the rainbow. Quando achei que haviam terminado, senti meus olhos molhados. Era Por una cabeza.
Fiquei por muitos minutos embasbacada admirando todos cantarem o tango de Gardel. Não só porque lembrei da cena inesquecível do Al Pacino em Perfume de Mulher, como senti uma nostalgia enorme ao recordar dos meus 4 avós. Era muito bom tê-los por perto. Mesmo que longe, eles estavam ali daquele jeito fofo de avós. E tenho certeza que a avó materna saberia me dar bons conselhos sobre tudo que havia acontecido na noite anterior. Mas, paciência. Ela se foi, a noite já havia terminado e eu até sentia a dor de cabeça voltar.
Duas aspirinas, dois copos de Guaraná, três pedaços de pizza e Batman para fechar a noite. Além de todo o carinho no sofá azul que sempre nos acolhe. Eu adoro aquele sofá azul.
3 comentários:
Nada melhor que um dia após o outro e algumas horas de pensamentos inconstantes para tudo ficar bem!
E cantoria nunca é demais... Muito bom sair da rotina, não é?
Beijosss amiga =)*
eu também adoro aquele sofá azul. aliás, depois de ontem à noite, os filmes vistos ali vão ficar ainda mais gostosos. vai lá pra casa! ;) beijo!
Por Una Cabeza é simplesmente uma das melhores músicas já feitas.... Só de ouvir as notas eu arrepio... Lembro demais da minha mãe com ela! Ela ama essa música.
Ainda vou dançar um tango muito bem dançado com ela! Meu sonho.
Postar um comentário