20.8.09

18 anos atrás


Estava vindo trabalhar hoje quando veio à mente aquela cena, para mim uma das mais engraçadas, do filme "Meu nome não é Johnny" que o Selton Mello comenta com a Cléo Pires, dentro do quarto do motel sobre Carlinhos, da sétima C, que virou um traveco e está agora em Veneza.

Veio porque assim que entrei no ônibus dei de cara com um rapaz moreno de olhos azuis e olhar incomodado. Naquele instante, não me lembrei do rosto, nem do azul, nem do sorriso, nem dos olhares, nem das conversas. Mas daí, durante os cinco minutos para passar a catraca, tentar achar um lugar e me sentar, eu olhei novamente.

O mesmo azul, o mesmo cabelo, o mesmo rosto, a mesma altura, o mesmo olhar sério, a mesma voz calma. Era um amiguinho da 2ª E, da professora Rosana. Era o colega que corria comigo pelas quadras, que eu emprestava fitas de video-game (fitas !!!), que trocava figurinhas, que era meu par na festa junina, que tinha um sorriso diferente, que usava aparalho móvel, que me via dormindo nas aulas, que colava junto comigo.

Deu aquela vontade de falar o nome dele perguntando. Vontade de ver só ele afirmar com um sim, sou eu e vc? Nem ficaria chateada, só queria de verdade ter a troca do castanho com o azul. Sem nenhuma pretensão, sem nenhuma outra vontade. Apenas porque não é todo o dia que se tem lembranças nostálgicas como as que eu tive. Queria dizer que os dias estão precisando de mais cores e ele tinha a minha preferida. Afinal, não é mesmo, todo dia, que se reconhece um amiguinho de 18 anos atrás. Ui!

2 comentários:

Ana Alonso disse...

Eu adoro essas coisas, reencontrar pessoas e ver que a essencia delas continua a mesma. Fantástico.
E adoro ler oq vc escreve pequena!

Besos

*Livia* disse...

Nossa, um amiguinho de tanto tempo assim? Que barato!

Bjs