Não fazia tanto calor, nem tanto frio. E eu nem estava assim com taaaanto sono, mas, resolvi deitar porque depois de três anos morando sem meu irmão, tudo vira meu e o banco do carro, por exemplo, era só meu. Huahauahaua. Liguei o I-Pod, escutei um pouco de tudo e fiquei com os pés para o alto, toda sonolenta.
Passado algum tempo, senti que a luz que entrava pela janela estava opaca há muito tempo. Trânsito no túnel. O ar condicionado ligado, meu pai dirigindo devagarzinho e minha mãe soltando uma ordem de números misturada com risadinhas. Abaixei o volume e me sentei. What´s going on?
Ela se virou e disse: calotas! Veja filha, quantas calotas! Olha! Olha! Sim, de fato, haviam várias. Uma atrás da outra no acostamento. Soltas, sujas, jogadas. Começamos então as hipóteses: caíram de um caminhão? alguém foi jogando-as para o lado? seria uma intervenção artística? Não mãe, acho que deve ser uma jogada de marketing.
E assim se foi até o finalzinho da estrada. Uma atrás da outra e eles seguiram na contagem. Semanas depois da viagem chuvosa e cheia de preguiça tento encontrar alguma notícia sobre as calotas jogadas na Imigrantes. Não encontro nada. Mas, como prometido para eles, está aqui, descrito em poucas linhas: a saga das calotas.
Um comentário:
Haha, nada como ser filha única, hein?
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