25.4.10

astronauta de mármore



vamos ao que interessa. vamos respirar com mais vontade e escrever algumas coisas gostosas.

há exatamente uma semana atrás, eu estava voltando do Skol Sensation esgotada mas super contente. no dia anterior havia sido meu aniversário e como se não bastasse a festinha que durou até altas horas eu dormi praticamente todo sábado e só acordei pra tomar banho e ir ao Anhembi.

é impressionante como os anos passam e a percepção sobre algumas coisas mudam. sempre gostei de fazer aniversário, but, como quase sempre caía na páscoa e eu não gosto de chocolate (apesar de quase ninguém acreditar) então, meu aniversário era meio ... doce demais. já o do meu irmão, além de sempre cair num feriado bacana, ele ainda ganhava dois presentes: de aniversário e de dia das crianças. hunf.

cresci pouco e cresci frustrada com essa coisa de me darem bombom e não presentes. só que, passado alguns anos, comecei a reparar que sempre na época do meu aniversário rolava o Skol Beats. no começo eu me dava de presente. ir lá, ouvir alguns mestres, dançar e pirar um pouquinho. depois, assim quis o destino, eu ia mesmo para trabalhar e me divertia do mesmo jeito.

daí no ano passado, mudaram o formato, acabei não indo e ficou por isso mesmo. e neste ano, eu fui. realmente a temática está totalmente diferente e eu continuei apreciando sem moderação. fui com um grupo de amigos e voltei com outro grupo de amigos.

o que importou na verdade (e esta é a razão do post) é que me diverti e cheguei a conclusão que estou tendo uma visão maior da vida, das pessoas e das coisas. esta é a tal reflexão de aniversário que ficou faltando. sinto as coisas menores bem maiores do que elas são. e o que muitos consideram grandioso e fazem o maior estardalhaço, não me emociona. eu simplesmente olho, analiso e deixo passar.

é difícil. confesso. tem vários momentos que dá vontade de mandar tudo e todos à merda. mas só o fato de eu "estar tentando" fazer isso, já compensa. dias desses até lembrei de uma música que retrata um pouco isso e a livre interpretação que tenho sobre algumas coisas. acho que é bom ir envelhecendo assim: saber que a vida é muito maior que isso e pedir desculpas se as pessoas não entendem esta plenitude.

"desculpe estranho, eu voltei mais puro do céu"


19.4.10

não tudo

aí que eu ia escrever sobre o final de semana de comemorações. mas deu-se em mim um sentimento frio e distante de toda a alegria vivida. uma pontinha de coração doído e um suspiro leve. não sei se foi de algo que não aconteceu (e não acontece) ou de algo que aconteceu (e não vai mais acontecer). e quando senti os olhos molhados, procurei nos blogs alheios algum conforto e achei a música abaixo. a letra é tão linda que fez meu suspiro mudar de cor. divido com vocês:


Sai de si
Vem curar teu mal
Te transbordo em som
Poe juizo em mim
Teu olhar me tirou daqui
Ampliou meu ser
Quero um pouco mais


Não tudo
Pra gente não perder a graça no escuro
No fundo
Pode ser até pouquinho
Sendo só pra mim, sim


Olhe só
Como a noite cresce em glória
E a distância traz
Nosso amanhecer
Deixa estar que o que for pra ser vigora
Eu sou tão feliz
Vamos dividir


Os sonhos
Que podem transformar o rumo da história
Vem logo
Que o tempo voa como eu
Quando penso em você


Maria Gadú - Encontro





16.4.10

ops, 28

Os tempos realmente mudaram. Acordei faz quarenta minutos, liguei o laptop, trabalhei, sei que estou meio atrasada, mas agora, de verdade, é bem melhor estar aqui escrevendo. Os tempos mudaram. Acordei no dia do meu aniversário sem receber o tradicioonal café na cama. Meu pai ainda dorme, minha mãe deve estar sobrevoando o oceano e meu irmão, que sempre abria a porta e pulava em cima de mim, se mandou faz tempo.

Soltei um suspiro quando vi minha roupa nova para usar hoje à noite. Pensei na preguiça imensa que tenho em sair da cama e joguei tudo lá pra frente. Como serão as coisas daqui a dez anos? Será que vou estar novamente na cama à esta hora, esperando deliciosamente, a porta se abrir e meus pequeninos subirem em cima de mim? Espero que sim.


E quanto anos você tem mesmo mocinha? Ééé, 27. Ops, 28.

8.4.10

drops


Momento drops porque hoje acordei com muita vontade de passar aqui e soltar umas coisas

ontem minha avó faria aniversário. lembrei dela o dia todo, mas não quis comentar com a minha mãe porque ela iria chorar e ver ela chorando às 23h não ia ser legal (fora que sei que ela deve ter chorado quando acordou). minha avó materna conviveu pouco comigo, mas de forma intensa. tínhamos muita coisa em comum e eu tenho uma adoração por ela que é inexplicável. ela se foi cedo e tenho saudades. então, parabéns pra vovó.

aprendi com meu pai a ser bondosa. não que eu seja sempre, mas eu tento. esqueço brigas, esqueço mágoas facilmente e sigo em frente porque a vida (sempre) é muito maior que isso. pois bem. ontem estava caminhando no maior astral indo para a pós e sentindo a brisa fria no rosto como ha muito tempo não sentia. admirava as luzes desta avenida gelada e pensava que alguns ciclos estão se fechando. cruzei a rua e encontrei uma pessoa que eu jamais imaginei que veria novamente. cruzamos os olhares eu voltei pra trás e a abracei. ela não merecia se quer meu oi, mas voltei. sou humana e tenho uma coisinha meiga que pulsa dentro de mim. ao atravessar a rua e continuar a caminhada soltei pequenas lágrimas, um suspiro e me senti bem pelo que fiz.

o inferno astral está terminando da melhor forma que existe: com novos horizontes se abrindo e decisões tomadas. a semana que vem é dia de festa com direito a amigos queridos ao redor, abraços e bebidinhas.

agora, a tragédia do Rio tá pegando. como tenho que ler os principais jornais todas as manhãs, bato o olho em fotos e fico horrorizada com a tragédia. aqui também teve, no sul também teve e em outros lugares também acontece. só resta dar uma rezadinha.

fim dos drops. vamos voltar à realidade.

1.4.10

4 anos


Acho que chegou a hora. Ontem passei o dia todo lembrando da data. Não consegui escrever nada, mas acabei comentando com muita gente. Ontem seriam quatro anos. Ontem estaríamos novamente celebrando o amor, revendo nossos sonhos e aguçando nossa memória. E, nada como ontem. Nada como hoje. Nada como um dia após o outro, uma onda após outra onda.

Minha sorte é contar com pessoas sábias ao redor. Que muito já viveram e conseguem soltar em poucas palavras e abraços algum conforto, alguma forma de mostrar que no fim, tudo dá certo e que se era pra ser, foi e que se for pra ser, será.

A vontade maior era mandar essa mensagem aqui: todos as noites, o beija flor morre. Não é totalmente, mas é como se fosse. O coraçãozinho dele bate tão devagar que quase para. E depois, no primeiro raio de sol ele renasce. Com toda a força e beleza. Volta a bater no mesmo ritmo, volta a voar e volta à vida.

Pode parecer muito simples a comparação ao contrário do que acontece na vida real. Mas faz bem pensar que a cada dia, devemos renascer mais fortes e voltar à bater as asas para a vida. Afinal, como eu sempre digo: a vida é agora.