16.2.16

O medo do medo

Descobri no sábado de carnaval. De manhã. Sozinha. Abri o pequeno envelope e senti minhas mãos tremerem. Em seguida, abri o outro. Imagens que mostravam algo que eu não conseguia entender. Senti meu rosto quente e logo vieram as lágrimas.

Não é nada. Vai ser simples. Todos tiram de letra. Talvez seja um pouco incômodo. Vai dar tudo certo. São frases que tenho escutado há duas semanas. Frases que me confortam, que me fazem tocar o dia e pensar na parte prática.

Mas daí chega a noite. Daí chegam os sonhos e junto, alguns pesadelos. Daí vem o medo de perder minha voz. Vem o medo dele se espalhar (mesmo sabendo que não se espalha). Vem o medo do medo. E junto sinto uma solidão e um vazio interno que nunca senti na vida. Como se os minutos fossem os últimos. Como se a última hora fosse agora.

E eu sei que vai dar certo. E eu sei que não é nada. Mas sinto minha alma pequena e valente toda abatida. Como se estivesse sido pisoteada. Como se fosse um castigo. E passo vários momentos do dia tentando entender o porquê. É uma sensação inexplicável, que me faz chorar. É uma tristeza estranha que não queria sentir. É uma das piores sensações do mundo.

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