13.12.07

Lágrimas

Para entrar foram 3 dias. Um teste, duas entrevistas. A conversa mole com a primeira chefe. Sem terninho, sem maquiagem, soltando o que restava do meu inglês britânico. Conquistei. Não só ela mas uma equipe de 6 pessoas. Lá se foram 8 meses dentro do maior cliente. O maior e mais odiado pela empresa toda. Dor de cotovelo, inveja, o maior fee, eu sei lá porquê. Mas sentiam raiva de nós (e muitos, ainda sentem). Dando os ombros, no final de 2005 nós voltamos para o escritório central. Fortes, ralando, suando, rindo, como todos. E aos poucos, a equipe foi se quebrando.

Passaram-se menos de 6 meses e a equipe mudou quase completamente. A cada mudança, uma lágrima contida, uma conversa franca, bora treinar quem entrava, bora seguir em frente. Respirava fundo, me acalmava, engolia o suspiro doído, poxa como foi difícil. Mas os dias seguiam.

Depois veio o começo de 2007, também a mesma correria, horas se transformando em minutos, minutos em raiva, desespero, e mais um que se vai. Mais uma que sai. Outro que entra. E eu ficando sozinha. Tentando não misutrar o profissional com o pessoal mas sem ninguém pra me explicar como se fazia isso. Não dava. Mas deu.

Depois, a primeira reunião da nova equipe. Estruturada, firme, concentrada. Passado uns 02 meses mais duas saem. Fico refletindo qual é o problema da conta. Em uma conversa séria com o cliente amigo ele desabafa: se você sair também estou perdido. Por favor, eu preciso de você.

Seguro o suspiro de novo. Engulo as lágrimas e surgem novas propostas. Desta vez, para mim. Chega a minha hora de jogar tudo à limpo e partir. É hora de falar a verdade. Mais 04 meses se passam. Tudo roda bem, as coisas finalmente acontecem sem problemas. Tudo vai se acalmando. A maré baixa e chego na beirada para dizer adeus. E ... não consigo.

Sim, pra variar não sei separar o pessoal do profissional. Fiquei pensando que na verdade queria era me despedir mais deles do que da conta em si. No caminho para casa, o trânsito veio a calhar e me peqguei pensando nisso tudo. Relembrei não só das conversas e risadas mas também das broncas, cobranças, inseguranças, e de todas as aprovações de textos, notas, releases, estratégias. Todo o ensinsamento que valeu a pena.

A chuva então se misturou com as pequenas lágrimas. Passaram-se 3 anos, já era hora de chorar. E não demorou muito. Junto ao choro triste e ao nó na garganta mandei mensagens para todos: Obrigada por tudo. Sentirei saudadades.

Foi o máximo que consegui fazer.

Um comentário:

Unknown disse...

Sabe Chel, eu aprendi que amizades e contatos de trabalham ficam. E são muito bons. Pra sempre eles serão especiais e pra sempre nos ensinarão, mesmo que em uma conversa na mesa do bar. Pode ter certeza. É óbvio que é muito difícil mudar a rota, mesmo que por nossa vontade, e não ter aquelas pessoas do seu lado, aquelas piadinhas, aquele conselho, tudo do dia a dia, mas a gente supera. Quando saí do IOS (porque não podiam continuar comigo) foi bem triste e olha que eu nunca fui integrada na equipe, mas foi difícil mesmo assim. Mas é sempre bom poder passar lá de novo e receber beijos, abraços e matar as saudades. Enfim, passa.
Beijos