22.4.09

So Long Farewell

Uma vez, eu assisti um filme da Barbara Streisand e achei, simplesmente, um saco. Qualquer ação que a mulher fosse fazer ela resolvia cantar sem parar. Puta coisa chata. Tipo: ela pega o pente, vai pentear o cabelo e começa a cantar. "Vou pentear meu cabeloooooooooooo ...." E daí, um tipo de ação que demoraria no máximo uns 2 minutos, fica quase 10 só na cantoria chata.

Outro dia, meu pai alugou aquele Mamma Mia! para assistirmos. No começo achei legalzinho. Até que a filha da mulher começa a cantar junto com as amigas na praia falando de um diário. Pronto. A porra da cantoria não parou mais e a cada cena que poderia ter o mínimo de diálogo, não: músicas e mais músicas. Definitivamente havia colcado na minha cabeça que detestava musical.

Até que eu soube que A Noviça Rebelde estava em cartaz no teatro Alfa aqui em São Paulo e resolvi comprar um ingresso para minha mãe - de presente de dia das mães adiantado. Ela ficou toda empolgada e até meu pai, que não é muuuuuito dessas coisas, não ligou em nos levar até Santo Amaro para assistirmos ao espetáculo.

Chegando no Transamérica aquela multidão de endinheirados e muita, mas muita criança. Já pensava naquela molecada gritando, comendo, quando reparei nas freiras descendo no meio da platéia e o silêncio nas poltronas. Elas cantavam baixinho e somente quando subiram no palco que o cenário se formou e a peça começou a tomar forma. Fiquei admirada.

Logo que começaram a cantar eu juntei na minha mãe e cochichei: porra mãe, não acredito que é playback. Olha esse som ... ! Dúvido que é ao vivo ... deve ser um CD. Ela nem me deu bola e pediu pra eu ficar quieta. Aliás, eu era a única pessoa comentando algo do musical. Olhei ao redor e as crianças permaneciam paralisadas, com os olhos brilhando e a pipoca parada. Resolvi então deixar de ser chata e parar de pensar se era ou não playback.

Após muitas palmas, canções, encenações e diálogos (sim ! diálogos!) houve o tempo curto de intervalo. A enorme fila do banheiro e o preço da água nem me assustaram. Agora, o tal segredo precisava ser desvendado: afinal, aquele timbre e volume eram mesmo de verdade? Eram. A resposta se deu com minha ida bem na cara de pau até a beira do palco. Olhei para baixo e voltei para meu assento encantada. Uma orquestra completa afinava alguns instrumentos e olhava para alguns curiosos, que, como eu, não podiam acreditar que aquilo tudo era ao vivo.

O final do espetáculo terminou com uma multidão de pé e meus pais emocionados. Eu apenas pensava na economia para assistir meu próximo musical e tentava consolar minha mãe, que havia estourado uma veia da mão de tanto bater palmas. Foi inesquecível.

Um comentário:

*Livia* disse...

Amiga, bem-vinda ao clube!! Hehehe. Sou superfã de musicais, ópera. Tudo muda com uma orquestra ali ao vivo na nossa frente, não? É lindo.

(Tb sou particularmente fão do Saulo Vasconcelos, que além de lindo, gente boa, ainda canta e dança pra cacete...nem precisava!!)

Vai estrear "A Bela e A Fera" no dia 30 no teatro Abril não perca!!

Beijos