19.6.09

couve-flor

O frio continua. O céu azul também. Aqui no centro, ainda encontramos mães comprando vestidos floridos e pacotes de bandeirinhas. Nos finais de semana, as escolas próximas à minha casa ligam aquela música de quadrilha no máximo. É ainda o tempo das deliciosas festas-juninas. Pois bem, vamos às recordações da minha engraçada infância.

1993. Quarta-série. Seis calsses e, praticamente, umas 15 garotas na minha sala esperando ansiosamente o momento do sorteio. A professora Rosimar entrou na sala com um saquinho cheio de nomes. Dali, sairia a noiva escolhida para dançar a quadrilha capira. Melhor que isso: ensaiar a quadrilha. Sim, pois cada peça de teatro ou apresentação importante que fazíamos, os protagonistas sempre podiam ser liberados das aulas mais cedo, perder provas etc. Rachel.
Claro que na hora olhei para o lado desiludida. Nunca tinha cursado nenhuma série com outra Rachel na mesma classe, mas, naquele ano, sim. Chamaram novamente e olharam para mim. É, daquela vez, a Rachel era eu mesma. Sorri por dentro e por fora. Não me lembro quem era o noivo. Mas também, pouco importa. A questão é que aquela era minha chance de ficar bonitinha e ser a principal.

Digo bonitinha porque eu nunca havia sido (e depois também nunca cheguei a ser) dama de honra. Portanto, aquela era a oportunidade de eu alugar um vestidinho lindo e me arrumar toda princesinha. Minha mãe disse que naquelas duas semanas de ensaios eu fiquei rouca de tanto treinar as falas e não parava de pensar no vestido.

Só que, claro, com uma mãe professora e criativa o resultado do meu figurino não ficou nada como o esperado: ela me trocou com o típico vestido de noiva caipira, simples, branco, sem nenhuma saia e uma fita na cintura bem murchinha. Nos pés, um tênis de cada cor. No rosto, a maquiagem exagerada. Na cabeça um chapéuzinho pequeno com um véu improvisado e, nas mãos, o buquet de couve-flor. Ai meu santo!

Hoje em dia vendo as fotos fico horrorizada. Mas parece que na hora nem foi tão grave assim e eu estava tão feliz em ser a noiva que entrei na quadra saltitante, sorrindo, sem nem lembrar do frio e das risadas intermináveis das mães das noivinhas perfeitas.

Agora, anos depois minha galera resolve organizar-se de verdade e fazer uma festa junina animada. Começou cedo, tinha céu azul, quadrilha, biribinha, cerveja e vinho quente. Tinha também correio elegante, remendos, dente preto e vários casais se amando. E tinha eu, que não era a noivinha, mas era a encarregada pelos recados amorosos. Já falei que adoro festas-juninas?


2 comentários:

Virgínia Ribeiro disse...

Ah, quero ver as fotos!!!
bjus

*Livia* disse...

Tb adorooo festa junina!!! Rs
Queria vê-la de noivinha tb!!! =)

Bjos, bjos