Hakuna Matata. Esta foi a música que escolheram para tocar durante os 30 segundos que eu aparecia no vídeo da formatura do colegial. A escolha, segundo o comitê, é que eu vivia dizendo para aproveitarmos o dia e para esquecermos nossos problemas.
Tanto era verdade que, na mesma época, lembro que costumava ajudar alguns colegas a terminarem logo a redação, para sairmos da classe e aproveitarmos a última aula de sexta-feira bebendo no bar. Como todos eram menores de idade, cabia à mim comprar as brejas. Junto com a gente, ficavam outras pessoas jogando sinuca e uma cooker preta que carinhosamente apelidamos de: Carpie (Diem).
E agora, antes de dormir para acordar amanhã um pouquinho mais velha, me peguei derramando algumas lágrimas ao pensar na minha idade. Não é possível que daquela época para cá se passaram mais de dez anos.
Por exemplo: quem me conhece sabe que é quase impossível (e bem raro) alguém acertar minha idade logo de primeira. Porque não me sinto nenhum pouco pronta para os quase 30. Como assim, trinta? É uma palavra curta e uma idade que farei apenas em 2012, mas estou quase lá. E é esse quase que me pega.
Me disseram que tudo cai. Disseram que vou embarangar. Que a pele vai ficar cheia de rugas e, provavelmente, estarei com mais dívidas e com 40% a mais de celulite. Ok. Caaalma. Sei que ainda não estou com 30. São apenas 29 e ainda estou com os 20 e poucos anos daquela música gostosinha. Mas ... a impressão é que tudo está passando tão rápido!...
Será que não dá pra voltar no tempo e viver mais um pouco algumas coisas que vivi? Por que eu sofro tanto quando lembro das coisas boas do passado? Será que só eu sou assim?
Ah. Bateu um pânicozinho. Afinal, como posso ter essa iadade dentro de 1m56 de altura com esse jeito extremamente desconexo do que se espera de uma adulta mulher de 29? Hunf, essa coisa de visão da sociedade sobre as coisas não combina comigo. Sou totalmente fora do padrão mesmo. Mas também, e quem não é? Então só me resta mesmo, curtir. Parabéns para mim.