10.9.14

Ontem uma amiga me parabenizou pela titulação do mestrado. Recebi um abraço forte e em seguida, palavras sinceras: "acabou e agora você vai sentir um vazio". Será? (pensei). Então hoje eu resolvi vir aqui nesse espaço antigo (no meu travesseiro virtual) para refletir um pouco sobre isso.

Quando eu fiz a pós graduação o término não foi como eu esperava. Não foi porque me dediquei muito para a monografia e não precisei apresentá-la. Queria ouvir críticas, queria ouvir perguntas, queria mesclar - na minha defesa - toda vivência profissional que eu tinha com o conteúdo absorvido durante as aulas. 

Eis que então meu próprio orientador me convidou para participar de um prêmio. E lá fui eu. Resumi o trabalho, alterei algumas coisas e mandei. Obtive o terceiro lugar na categoria pós. Orgulho imenso e vontade de querer mais. Então me joguei no mestrado. Não passaram nem seis meses que havia finalizado a pós, resolvi tirar férias para estudar. Me dediquei e fui selecionada. 

Aulas cheias de conteúdo, professores de peso, horários malucos e minha cabeça dando nós. Continuei em frente, sempre pensando em não desistir. Vivia um momento profissional difícil, estava jogada na área mais complicada da agência e quando olhava para o lado eu só conseguia pensar em uma coisa: de quê me adianta ter tanto conhecimento e não passar para frente? Qual é a graça de acumular o saber? Isso me faz ser útil? Pra quem? Isso me faz ter mais poder? Poder para quê? 

Então entendi o propósito de tudo aquilo. E ontem, quando comentei com minha amiga como foi dura a fase final olhei para ela e disse: "Não vou sentir vazio algum, pois tenho aulas para preparar. Agora vem aí uma nova etapa e eu preciso estar pronta para começar tudo de novo: ensinar, mas sobretudo aprender".

Feliz é aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina (Cora Coralina)

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