10.2.10

nóis trupica, mais não cai

Quando eu era menor costumava frequentar o Sesc Pompéia toda semana. Durante as férias, participava de oficinas de artes plásticas e passava o mês todo de janeiro voltando pra casa com as roupas manchadas, imaginação a flor da pele e trabalhos borrados.

A brincadeira durava até fevereiro, quando os monitores nos convidavam a inventar fantasias e máscaras para o carnaval. Pelo que me lembro participei de dois desfiles meio improvisados. Com aquelas roupas de retalhos e muito papel crepom, andávamos na rua central cantando algumas marchinhas e correndo embaixo da chuva de purpurina. Era legal, mas foi-se.

Foi-se porque a minha claustrofobia nunca deixou eu ficar muito perto de multidões e braços para cima. 25 de março, 12 de outubro, estação Sé às 18h, jogo de futebol no estádio e, principalmente, festinhas de carnaval sempre foram lugares impensáveis para eu estar. But, este ano rolou um convite de ir até Salvador. Camarote de graça, bebidinhas, comidinhas, celebridades, solzão, verão, enfim, Salvador.

Declinei. Lembrei da paz que já tive ao passar os feriados de carnaval acampando, longe da farofada, longe do isquindum-insquindum, longe de gente pisando no meu pé e, principalmente, de cotovelada na cabeça (devido ao meu tamanho, eu sofro muito com essas coisas). Bom, mas daí também pensei que acampar não seria uma boa ideia. Os últimos carnavais foram meio traumáticos com canoa quase caindo, barraca alagada, mosquitos esfomeados e cerveja quente.

Então, outra opção seria São Luís do Paraitinga. Apesar da multidão, ao menos as músicas seriam mais tradicionais, com amigos que já foram pra lá várias vezes e a cidade deliciosa. Sim, com certeza teria gente me dando cotovelada e pisão no pé, mas, depois de tudo que aconteceu por lá por conta das chuvas, delicnei novamente.

E então, depois de ter declinado todas as opções e já ter desistido de ouvir qualquer sambinha leve, eis que saio com uma amiga no domingo e encontramos várias ruas da Vila Madalena bloqueadas. Sim, tratava-se de um desfile de alas e pequenos blocos do charmoso bairro de S.Paulo. Foi gostoso. Nada de fenomenal e nada de muito emocionante. Mas ficamos horas vendo o pessoal subir as ladeiras, cantar junto e se abraçar. Afinal, a vida é pra ser celebrada. É carnaval e é verão.

5 comentários:

Rosário disse...

Ai, também odeio multidão, cotovelada no peito (não sou tão baixa), pisão no pé e pessoas molhadas de suor esbarrando em mim. Prefiro uma roda de samba.

Vilma Balint disse...

Ah, eu tava acompanhando esse bloco!!! "É numa base de uma meia hora, de uma meia hora, de uma meia hora..."

Renato Souza disse...

uma fofoca aqui: hã um tempão atrás, eu e o guiné e um amigo dele fomos numa marchinha desses na vila mada.
concordo com vc, foi bem divertido pela simplicidade.
e esse ano, nada de multidão, festejar... só ficar sossegado. hehe

bejus Chel.
PS.: vai no churras da Rata sábado ou vai viajar?

Karina Brandford disse...

Hummmm te entendo completamente.
Compartilho das experiências no SESC, afinal é do lado de caso, e também do domingão com marchinhas na Vila Mada.
Adorooooo...

Beijos minha querida!

*Livia* disse...

Ah, tb descobri recentemente os blocos da Vl Mada, uma delícia...afinal 'é verão e é Carnaval'..hehehe
bjooos