26.7.10

o q ficou


Foi na volta do trabalho. Senti uma dorzinha no peito, dei aquele suspiro profundo e seco quando senti a lágrima escorrer e esquentar meu rosto. O olhar parado junto com o frio que entrava na janela me fazia lembrar você. Por tudo que passamos em tão pouco tempo e por toda alegria vivida entre dedos cruzados, caronas, beijos e risadas.

Lembrei das primeiras palavras trocadas, dos primeiros chopes, da porção de provolone fria, de outras porções que fomos experimentando aos poucos, em doses leves de suspiros, amizade e carinho. Lembrei de que quando os faróis passavam na rua e batiam nos seus olhos eu ficava com a impressão de que eles eram mais claros, e isso me encantava. Lembrei das curvas perigosas na rua e de como você gostava das minhas. De quantas vezes brindavámos os encontros e você dizia que não era para brindar com refri, mas nós já brindamos com milkshake. Ah é, então pode. Lembrei das coincidências com os nomes e da mesma letra dos nossos.

O calor das lágrimas se cruzava com um misto de saudade e tristeza. Enquanto o ônibus andava eu continuava lembrando do calor do abraço, de sentir seus olhos piscando em cima de mim, como se fosse o dedo de uma criança chamando minha atenção. E então voltei a lembrar de pequenos detalhes, de coisas que foram crescendo e que de alguma forma, já eram nossas. Dos cheiros, do modo que me ninhava, dos olhares que travavam sua boca e nos faziam pensar num futuro próximo.

E quanto aos passos? Eram tão divididos e leves que seguiam um atrás do outro, dia após dia. Sem muita pressa, sem sabermos direito o tamanho e a intensidade, mas estavam ali . Eu me sentia solta de alguns medos e você, cada vez que me abraçava pra perto, estava longe de algumas aflições. Mas por fim, de tudo que lembrei, veio o mais gostoso: que você dizia gostar da minha gargalhada e eu gostava do seu sorriso.

11.7.10

suspirinhos de domingo

para alegrias de uns e continuação da inveja de outros, provavelmente na próxima semana eu assino o contrato final da compra do meu apê e isso me deixa bem contentinha.

mas, apesar dela vir uma vez por mês, neste esepecificamente, a TPM veio toda atrapalhada, me pegou de jeito e me fez chorar horrores agora pouco. por medos e coisas que somente eu posso entender (ou tentar entender).

ok, mas o que tem a ver o apartamento e a TPM? é que, mesmo sem ouvir direito muita coisa, ela passou agora à frente do meu quarto, ouviu o choro leve, bateu na porta e perguntou: filhota, tá tudo bem?

e é isso que vou sentir falta quando eu sair daqui: deste abraço quando menos se espera e mais se precisa. mesmo que ela não entenda nada do que se passa. é incrível como elas sentem. ai ai

9.7.10

plié

Eu sei que o blog é desatualizado e quase inútil, mas, para quem passa por aqui e se lembra da história das abelinhas na hora da apoteose, pasmem-se: decidi que vou aprender balé. Total iniciante, total no sense.


Andei pesquisando vários lugares para fazer aula de jazz. Não rolou. Ou era muito caro, ou era longe, ou tinha apenas meninas de 15 anos na aula ou, a aula começava às 15h (!!!). Optei então pelo balé.


E aí eu sei que podem me perguntar: mas porra, se era dança que você queria, por que então não foi fazer aula de dança de salão? Vamos aos motivos: prinmeiro eu não tenho par pra dançar comigo, segundo, na realidade eu já sei vários desses ritmos porque aprendi ha um tempo atrás e, ainda que eu não saiba e estiver tocando bolero num casamento ou salsa no aniversário de uma amiga, nada como duas caipirinhas pra eu dançar perfeitamente! (hahahaa)


Pois então, o balé. Eu acho que no mínimo vai ser bem divertido. Vou tirar a ferrugem que me corrói ha quase um ano, talvez eu passe a gostar de usar meia calça, vou ter q me acostumar com gel e, mesmo que pareça algo fedido (sim, apesar do glamour de uma bailarina eu acho a parada de usar sapatilha e dançar por horas meio over) vou ter mais postura, mais concentração e foco.


Mesmo quase certa cheguei a perguntar para algumas pessoas próximas. Alguns que mal me conhecem responderam: você no balé? Com toda essa animação que você tem? É, titubiei. E se o certo fosse entrar num body alguma coisa? Dar porrada no ar e enlouquecer mais ainda com aquelas pessoas gritando: vamô lá galeeeera!!?


Então olhei para minha terapeuta e questionei: é muito tarde pra isso? E ela me respondeu, no ápice da sua sabedoria: não acredito nessa coisa de ser muito tarde para fazer algo. A vida é assim: estamos sempre começando. Então, comece!