2.12.07

ele

Ah, esse suspiro mole. Ah, as pernas que não conseguem me sustentar. Ah, esse sorriso largo. Ah, esse peito aberto. Ah, como se eu não soubesse. Como se eu não tivesse a plena certeza de que sentimento é este. Coisa doida. Vendaval. Ar gelado, ar quente. Que sobe, desce, toma meu corpo todo. Acalma, agita. Dá pressa e faz parar o tempo.

E pensar que tantos poetas quiseram entendê-lo. Besteira. O amor não se entende. Se sente. Quer emoção mais pura? Não sei, não há. O amor que tenho por tantas coisas da vida é tão explícito e incrível de sentir que me sinto viciada. Doida. Completamente apaixonada. Agora, por ele, que amor é esse?

Tentemos resolver este enigma com uns trechos do meu companheiro, Pablo Neruda:

Amor, quantos caminhos até chegar a um beijo
que solidão errante até tua companhia!
Seguem os trens sozinhos rodando com a chuva
Em Taltal não amanhece ainda a primavera

Mas tu e eu, amor meu, estamos juntos
juntos desde a roupa às raízes,
junto de outono, de água, de quadris,
até ser só tu, só eu juntos

É. Incrível como viramos um. E mais incrível é meu coração apertado de saudades. Já? Sim, já.

2 comentários:

Marcelo disse...

Pablo Neruda é legal!
atualizei o meu e falei da festa de sexta...
Quer saber o final? Ah, vai ter que esperar o filme em 2009...

moça dos olhos d'água disse...

adoro o Neruda. e saudades dói, mas essas suas são por um bom motivo. e vão passar rápido, você vai ver. ;) beijoca