11.1.08

a virada de ano

Perú, Cusco, 01 de janeiro de 2008. terça-feira. 15h30.

Ontem à noite foi a primeira virada de ano que não fiz pedido algum às estrelas, nem nada. Na multidão que tomava a Plaza del Armas eu só conseguia sorrir e agradecer à Deus por tudo aquilo.

Foram minutos deliciosos misturados com uma sensação muito boa e diferente. De repente, me encontrei encapotada, num frio de 8º, segurando uma garrafa de champagne junto com pessoas que mal conheço e que, ao mesmo tempo, conheço tão bem.

Após o momento de histeria silenciosa por não ter recebido notícias dele, voltei para o hotel e fiquei com as meninas aqui no quarto aconchegante. Fizemos hora até todos tomarem banho e se aprontarem para saírmos.

A alegria era geral. As 5 garotas arrumadas, maquiadas e os garotos virando tequila aqui no quarto com a gente. Durante o esquenta, todos nos emocionamos com o ano novo ao vivo visto pela Globo Internacional. Bizarro.

Mas era hora de nos prepararmos para nosso ano novo. Para nossa virada. De tarde, havíamos deixado umas Brahmas na geladeira de um mercado. Combinamos com o dono que passaríamos para pegá-las de noite. Foi um sucesso. Com 02 garrafas de champagne e as Brahmas em mãos fomos beber na praça.

A única parte ruim, porém entendida como coisa de primeiro mundo, é que era proibido beber fora de um estabelecimento. Os policiais fizeram vista grossa e nos alertaram várias vezes. Mudamos de lugar, tentamos dispistá-los mas um grupo não tolerou. Pegaram a Brahma aberta, jogaram fora e confiscaram todos os vasilhames abertos e vazios. Ficamos de cara com tamanha calma com que eles conduziram a ação. Gostei.

Na hora da virada, seguimos um bloco animado que entrou no centro da Plaza ao som de marchinhas de carnaval brasileiras. Pronto. O bloco dos brasileños estava montado.

Foram minutos de muita euforia, pulos, cantoria e sorrisos. Nunca tive tanto orgulho de ser brasileira. As pessoas nos olhavam com carinho e uma pontada de inveja. A contagem regressiva começou e todos os 07 se abraçaram numa pequena roda. Foi o máximo. Fotos tiradas e muitos fogos lançados. Detalhe: fogos para baixo e não para cima.

O perigo de nos queimarmos fez todos se dirigirem à ponta da praça e ficar ali bebendo, conversando e sorrindo junto com alguns gringos. Enquanto, no mesmo instante, uma enorme multidão dava voltas pelas ruas que contornavam a praça, eu só conseguia olhar para tudo e tirar fotos em pequenas piscadas rápidas, molhadas e emocionadas.

(Texto extraído do caderninho laranja ... )

Um comentário:

moça dos olhos d'água disse...

aaaaah, foi útil o caderninho laranja? hehe! que bom, queridoca! coloca mais escritos, que eu adorei esses relatos! ;) beijo!