Ai ai. Lá vamos nós para mais um post deúncia-desabafo-indignação-supresa. Desta vez, não foi com o
cartório, mas também envolve a ala médica do Brasil. Antes que me condenem: não estou generalizando e além do mais, sou de família de médicos. Respeito muito a profissão, mas há certas coisas, que não dá pra simplesmente engolir e deixar para trás.
Após sete rodadas de Imagem&Ação, quatro latinhas de Skol, uma rodada de detetive de piscar, três copos de água e um número dois com Coca pequena, resolvi me mandar. A noite tava boa, a madrugada acolhedora, mas algo me dizia para sair fora. E a voz, veio lá debaixo, do meu estômago.
No dia seguinte, acordei toda enjoada. Rolei na cama por algumas horas, fui no shopping e comi mais ou menos. Andei, dirigi, deitei, andei e soltei. Era aquela coisa que todo mundo conhece: cama, banheiro, cama, banheiro, sofá, banheiro e assim seguiu-se até segunda-feira.
Não queria ir trabalhar. Deixei dois ônibus passarem, mas, mesmo assim o fiz. Mal cheguei e fui direto para o banheiro. Mais 15 minutos conversando com meu estômago e tentando compreender que dor era aquela. Nada. Não melhorei, comecei a ficar mais branca e resolvi me mandar.
Na volta pra casa, após o "banquete" do almoço - batatas e banana - fomos para o hospital. Senha 096, atendimento ok, espera de uns 30 minutos. Normal para uma segunda-feira pós feriado. Estava até contente em observar minha ficha rodando de um lado para o outro. Comentei com minha mãe que não gostaria de ir para o consultório 3 pois a médica parecia muito doida da cabeça. Ela concordou. E assim se foi. Igualzinho naquele programa do Sérgio Malandro.
A porta de número 3 se abriu e pimba: Rachel? Ufffs. Respirei fundo, mas, fui toda disposta tentar relatar minha desgraça. Pra começar que a médica me pediu pra eu deitar na maca, apertou minha barriga, soltou, apertou de novo, eu gritei e ela saiu andando. Tipo, oi, posso levantar? Um pouco de diálogo por favor? Nada.
A maratona só começava: exame de sangue, urina e tomar remédio na veia. Ok, já imaginava. Ah, além disso, vamos também fazer um raio-x essa dor aí pode ser apêndice. Hã?! Ok. vamos lá. Uns 50 minutos depois, com um leve sono, uma puta fome e alone in the dark volto para a sala de espera. Cadê a médica? Sumiu. Saiu fora com uma paciente e lá ficou por uns 40 minutos.
Volta. Toda despenteada. Mais cansada e com mais cara de louca. É ... Rachel? Volto para a sala. Desta vez, com o pai junto. Sentamos e ela não diz nem boa noite pra ele. Hunf. Doutora, veja: fiz os exames, tomei remédio, mas as dores ainda continuam. Sem nem olhar direito as manchas do raio x (sim, manchas pretas e enormes) ela soltou: é, deve ser o caso de cirurgia mesmo. Vamos fazer um ultrassom?
Quasei rolei da cadeira. Me senti num circo. Como assim, cirurgia? Do quê? Para quê? Enfim, ok, ultrassom. Fui, me melequei toda, senti o maior frio e a dor ainda persistente. Voltamos e novamente ela não estava na sala. Mas que saco! Ok ... Rachel? Sentamos. Ela olhou, viu que tudo estava certo até que ... circulou com a caneta: líquidos nos intestinos. É, pode ser mesmo caso de cirurgia. Você terá que passar por um médico geral pré-cirurgíco. Cuma?! Paiê, liga pro seu irmão. E também liga pro seu primo. Tá, eu ligo. (os tios são médicos)
Bom, queridos, pra encurtar, pois está bem longa a história: puta de uma máfia! Se eu fosse uma qualquer e a médica pré cirurgíca não fosse gente boa e honesta, aquela doida teria me passado a faca pra arrancar um apêndice que não está me dando problema algum e claro, arrancar a $$$ do seguro. Sim, porque a cada exame que fiz deve ter sido uma taxa diferente. Ai ai ai. Quanto à dor, estou melhor. Dei uma relaxada e voltei ao trabalho. Talvez seja emocional. Afinal, meu inferno astral termina amanhã. Cruzes!