27.2.10

life oh life


Ontem encontrei um velho amigo meu. Aqueles de longa data. Conversamos sobre tudo e conversamos horas e horas. Teve uma momento que perguntei se ele não queria mais cerveja. Ele disse que não e eu continuei bebendo.

Daí, começamos a falar sobre beber e sobre as bebedeiras que já tivemos na vida. Sobre as escolhas que fizemos, as companhias que andamos, os amigos que passaram. A vida dá mil voltas, todos sabemos disso e todos sabemos que aprendemos muito a cada dia que passa, a cada hora e a cada momento.

Mas, existem certas coisas que não nos pertencem mais. Os gostos mudaram, a responsa bate rápido, achamos legal desafios corporativos e achamos um porre andar pelas ruas sem destino às três da manhã. Porque, simplesmente, os anos passam. Estou nessa. Parece inferno astral adiantado e chegada do outono mais cedo. Não sei bem. Mas estou reavaliando.

É por causa dos quase trinta? Ai, não sei. Sei que sinto que estou ficando velha pra várias coisas e não sei bem se isso é bom ou ruim. E ele, meu amigo de ontem (e de sempre), me disse exatamente isso: se é bom ou ruim também não sei, mas acontece . E devemos sempre tirar a parte boa de tudo.

Adoro pessoas otimistas.


22.2.10

nunca terá



dor no corpo todo. pode ser gripe. pode ser vudu.


O que será, que será
que andam suspirando
pelas alcovas?


(...)


O que não tem certeza
Nem nunca terá!
O que não tem concerto
nem nunca terá!
O que não tem tamanho...

17.2.10

todo carnaval tem seu fim



Por quê é tão difícil voltar para a realidade? E mais: que realidade é esta?

Quando abri os olhos vi que você se mexia sem parar. Estava inquieto. Bastou pronunciar seu nome pra você responder que não iria trabalhar naquele dia. Voltamos a dormir mais um pouco.

Depois chegou o meu momento de mal humor. Perguntei as horas com pressa e você me respondeu com preguiça: quinze para as duas. Sentei na cama assustada. Não sabia o que fazer primeiro. Malas? Banho? Último mergulho no mar? Beijos? Conversa com a amiga? Ida à cachoeira? Sim, ida à cachoeira e conversa rápida com a amiga.

A volta foi difícil. Andava lentamente até sua casa pensando nos últimos quatro dias ali com você. Lembrava das conversas, das risadas, das danças. Lembrava das brigas, lembrava da paz, lembrava do mar, lembrava, lembrava e tentava fazer associação com algo maior.

Depois do banho, da Coca, do misto, da mala e de quarenta minutos de moleza eu senti. Foi ali parada no telhado que me deparei com o sentimento estranho e gigante: a perda. Eu teria que não ter ido para não sofrer? Se eu nunca tivesse vindo para este lugar, não estaria agora sofrendo em ter que ir embora novamente. Por que eu sofro tanto com despedidas?

Saí da janela, peguei a toalha úmida, a canga molhada e coloquei na mochila. Vi seu olhar, sua boca, sua voz e guardei tudo junto. E agora, só estou esperando mais dois dias pra essa dorzinha no peito se aquietar e deixar meu coração mais manso.

10.2.10

nóis trupica, mais não cai

Quando eu era menor costumava frequentar o Sesc Pompéia toda semana. Durante as férias, participava de oficinas de artes plásticas e passava o mês todo de janeiro voltando pra casa com as roupas manchadas, imaginação a flor da pele e trabalhos borrados.

A brincadeira durava até fevereiro, quando os monitores nos convidavam a inventar fantasias e máscaras para o carnaval. Pelo que me lembro participei de dois desfiles meio improvisados. Com aquelas roupas de retalhos e muito papel crepom, andávamos na rua central cantando algumas marchinhas e correndo embaixo da chuva de purpurina. Era legal, mas foi-se.

Foi-se porque a minha claustrofobia nunca deixou eu ficar muito perto de multidões e braços para cima. 25 de março, 12 de outubro, estação Sé às 18h, jogo de futebol no estádio e, principalmente, festinhas de carnaval sempre foram lugares impensáveis para eu estar. But, este ano rolou um convite de ir até Salvador. Camarote de graça, bebidinhas, comidinhas, celebridades, solzão, verão, enfim, Salvador.

Declinei. Lembrei da paz que já tive ao passar os feriados de carnaval acampando, longe da farofada, longe do isquindum-insquindum, longe de gente pisando no meu pé e, principalmente, de cotovelada na cabeça (devido ao meu tamanho, eu sofro muito com essas coisas). Bom, mas daí também pensei que acampar não seria uma boa ideia. Os últimos carnavais foram meio traumáticos com canoa quase caindo, barraca alagada, mosquitos esfomeados e cerveja quente.

Então, outra opção seria São Luís do Paraitinga. Apesar da multidão, ao menos as músicas seriam mais tradicionais, com amigos que já foram pra lá várias vezes e a cidade deliciosa. Sim, com certeza teria gente me dando cotovelada e pisão no pé, mas, depois de tudo que aconteceu por lá por conta das chuvas, delicnei novamente.

E então, depois de ter declinado todas as opções e já ter desistido de ouvir qualquer sambinha leve, eis que saio com uma amiga no domingo e encontramos várias ruas da Vila Madalena bloqueadas. Sim, tratava-se de um desfile de alas e pequenos blocos do charmoso bairro de S.Paulo. Foi gostoso. Nada de fenomenal e nada de muito emocionante. Mas ficamos horas vendo o pessoal subir as ladeiras, cantar junto e se abraçar. Afinal, a vida é pra ser celebrada. É carnaval e é verão.

4.2.10

4 8 15 16 23 42

Se estou boa de memória, acho que já escrevi uns dois posts sobre Lost. Este, será mais um e merece, pois estamos a poucos dias do início do fim. A última temporada começará na próxima semana, dia 9.

Me lembro bem das pessoas ao redor (principalmente as coleguinhas do trabalho) comentando do seriado como se fosse algo extremamente essencial em suas vidas. Eu não entendia o motivo, ouvia a mídia falar sobre os episódios, mas não conseguia dar a mínima atenção.

Daí, passado toda a minha pré-admiração, as lágrimas escorridas em várias cenas, o box que ganhei de natal, a pesquisa que fiz na internet para comprar os bonequinhos (não cheguei a comprar) e todas as conversas que tive com meus amigos fãs, cheguei a uma conclusão: estou triste.

Uma vez eu pensei que jamais gostaria de ter conhecido certa pessoa se eu soubesse que um dia terminaria e que eu ficaria triste. Disse isso pensando que, talvez sem provar eu não teria me apaixonado e depois não iria sofrer com o término. Afinal, quem gosta de sofrer? E então pensei sobre o Lost.

Se eu nunca tivesse assistido não estaria agora amargurada ao saber que esta temporada será a última e que depois, não terá depois. Depois não terá Jack sem saber se casa ou compra uma vaca, não haverá a Kate apaixonada e confusa, não haverá o sorrisinho estranho da Juliet, não haverão várias coisas e, principalmente, não haverá o Sawyer!

Ao mesmo tempo, penso que foi bom enquanto durou. Como é tudo na vida e como são os momentos que passam por nós. Pessoas que passam por nós e ilhas misteriosas que passam por nós. Vou sentir saudades.

3.2.10

jorge sabe das coisas ...



Bicho do mato, oi,oi,oi
Nêgo teve aí, oi, oi, oi
Bicho do mato, oi, oi, oi
Devagar pra não cair


Bicho do mato
Bicho bonito e danado
Bicho do mato
Nêgo teve aí
E disse assim:
Bicho do mato
Quero você pra mim
Eu só vou embora
Se você disser que sim


Mas eu só ponho meu boné
Onde eu possa apanhar
Devagar se vai ao longe
Devagar eu chego lá


Bicho do mato
Você tem o balanço
Bicho do mato
Olha que eu avanço