30.4.08

autumn

Finalmente ele chegou. O frio veio com os 16º no corredor gelado de São Paulo. Com ele, bons ventos e inspirações. Botas, boinas, gorros, luvas, casacos, poesia, café com leite, chocolate quente, sopas, cinema, literatura, pensamentos à tona, pessoas introspectivas. Sentimentos à flor da pele.

O pós aniversário faz total sentido. Exatamente duas semanas após meu dia, consigo compreender que é este clima que me deixa assim. Me faz mudar, renovar e reinventar. Adoro.

Assim como o frio, ela também veio sem avisar. A maioridade me tomou o tempo e continua rodando meu corpo todo. Faz uns dias que bateu à minha porta. Sinto todos os meus pensares voltados à ela. Desde a cor de esmalte à conversa com o namorado. Tudo faz sentido, é bom e está me deixando menos confusa.

É óbvio que eu nasceria no outono. Não há época melhor para trocar a casca e algumas idéias.

18.4.08

monólogo

Tenho muito a escrever. Ao mesmo tempo, não consigo. Os sentimentos confusos misturam-se com a estúpida idéia de sempre pensar com a razão o tempo todo. Isto já acontece ha algum tempo. Está me corroendo as veias, o coração, as palavras e meu ar. (acho que até meu olhar).

Penso. Sinto. Respiro. Daí surgem possibilidades, soluções e desejos que atormentam o meu pensar. E então, páro. Esqueço os pensamentos, volto ao dia-a-dia e fico, novamente, sem concluir nada. Sem ter forças (por que acho que é isso mesmo) para continuar pensando no assunto. Para continuar me forçando a tomar de vez uma decisão.

Mas é tão necessário fazer isso? Sim, é.

Olha aí. Novamente veio. A razão atropela meus sentimentos à tona.

Pára de sentir. Pára de ficar mole e besta. Pára de ilusão. Mantenha-se nos eixos. Continue, relaxe, acostume-se. Volte a rotina, aos sentimentos de sempre e ao kit completo.

Não quero !! Não dá ! Chega vai ?!

Então, pare por aqui.

Ok. Eu páro. Vamos almoçar.

(os dois. em eterno conflito. o pensante aqui de cima e o que bate, aqui embaixo)

15.4.08

parabéns adiantado

Faz frio. Estou trabalhando aos montes. O dia passa rápido. Os amigos estão ao redor. Carinho paterno em excesso. Alegria nos olhos. Vaidade saudável (tirei as bolinhas dos zóio). Crescimento intelectual. Aprendizado com cada minuto passado. Corpo me causando bem estar (como isso é bom !) Perfume nas medeixas. Correria diária. Eu gosto de dias assim. Gosto de verdade.

Resumindo: estou bem e estou feliz. Ansiosa com o amanhã. Contente com a idade que vêm. Confiante com minhas metas. Pronta para mais um aniversário. Que venha !

9.4.08

perfil

Falta exatamente uma semana para meu aniversário de 26. Pensando nisso e ainda naquela fase retrô que eu insisto em ficar no pré - aniversário hoje me peguei pensando na minha pessoa.

Fiz isso, porque minha mãe me disse duas histórias minhas que resumem um pouco quem eu sou e a pessoa que me tornei. São engraçadas (para não dizer trágicas) mas, pensando bem, todos devem historinhas de infância que muito dizem com sua real personalidade. Pois bem:

- quando eu era menorzinha (de idade, ok? rssr) eu almoçava na casa da minha avó em alguns domingos do mês. Mesmo com meu avô médico, preocupado com minha saúde (e principalmente pelo fato de eu ter preguiça de comer) eu não dava muita bola para o que ele dizia. Especialmente a célebre frase: "Come, você ganhará um chocolate após o almoço". Sem querer, mas com toda a ingenuidade e sinceridade infantil eu olhava para ele evergonhada e dizia para aqueles olhos verdes: "Eu não gosto de chocolate". E isso dura até hoje. D-e-t-e-s-t-o

- a outra peróla é quando íamos comer fora, meus primos e convidados da mesa pediam Coca - Cola, Sprite, Fanta, Guaraná "e ... a moçinha?" Novamente envergonhada mas direta e com plena convicção eu dizia "Água".

Como pode uma criança não gostar de refrigerante e chocolate? Pois é, esta sou eu. Prestes a fazer 26 anos. Convicta, sincera, objetiva e sempre deixando claro, o quê eu realmente quero para mim. E me gosto assim.

4.4.08

vocês

Sinto os olhos molhados. Ensaiei na minha cabeça como mandaria esta mensangem à você (s) e não consigo fazê-la. Simplesmente, algo muito grande me impede. Dificulta e me barra. Ao que tudo indica é uma ponta de tristeza em concluir que as amizades mudam com o tempo e com alguns ventos estranhos.

Foram-se os cinco anos? Foram se as boas lembranças engraçadas e cômicas que sempre tínhamos de nossas viagens? O que ficou? Dentro de mim, quando penso em vocês surge uma dorzinha miúda e solitária que toma meu corpo completo. (claro, não a dor física e satisfatória que sentimos juntos nos altos montes de janeiro). Mas vem sim uma dor diferente.

A amizade pode acabar um dia? O que acaba uma amizade? Será que acabou ou está "tudo assim tão diferente" apenas? Crescemos meu caro. Será isso, enfim? É chegada a responsa. Ela chega sem avisar, de repente? Sem percerbermos? Mas, e quanto aos sonhos que tive de tomarmos caipirinha num sábado enquanto eu faria uma feijoada aos amigos em casa? E quanto ao axé brega? E quanto às cataporas na parede?

E quanto à nós ? Será esse tempo doido, correria e pressa (a tal responsa dita acima) que nos fez este afastamento? Dúvidas pairam sobre mim. Me sinto triste. Sinto falta de vocês dois. Dos sorrisos, abraços, risadas sem fim. Sinto falta de eu ter o maior orgulho de ter encontrado um casal como vocês e não poder mais encher a boca para dizer isso. Por que, nesses tempos e dias sem nos vermos, aonde andam vocês?

Será que me entendes? Será que sentes o mesmo? Ainda fico com aquela mania de me desculpar sem saber se fiz algo de fato. Mas, você me desculpa por algo tão errado assim que eu tenha feito? (se é que fiz?)

Eu sinto, de verdade, muita falta de vocês.