31.10.07

Terra de Renan

O que se espera de um encontro em Brasília, com jornalistas de todos os cantos do país, alguns focas (como eu), outros da velha guarda e relações públicas completamente desalinhadas?

Tudo.

Passagem em mãos, choro atencipado, abraços nos pais e no namorado. Lá fui eu para a capital federal participar da festa de premiação do Prêmio Caixa de Jornalismo - pautas sociais e negócios em turismo. Não fui cobrir o evento, nem realizá-lo. Fui mesmo de camarote vip, com tudo pago, de convidada e concorrente. Meu projeto experimental - Meninas da FEBEM - rendeu um bom resultado e consolidou-se como um dos 05 finalistas na categoria universitária do tal prêmio. Não imaginava que estaria tão bom. Esta noção a gente só tem depois. E foi boa.

No avião, eu tentava dormir, fazer pose blasé lendo matérias da revista da Gol que haviam sido publicadas anteriormente na TPM (claro, é a mesma editora, mas .. será que estão precisando de repórteres por lá? pensei). Comi amendoins, tentei comer uma barra de cereal e sentindo o sol no antebraço avistei as inúmeras piscinas da cidade.

Terra vermelha, muitas avenidas, muitos carros, tudo muito largo. Me lembrei de Floripa. Mas essa comparação durou pouco. Lá não há praia e não venta. Pelo contrário, é quente. Muito, muito, muito e sem exagero: quente ! Meu nariz chegou a sangrar numa das manhãs de sono mal dormido e de ansiedade.

E essa minha companheira de anos, acabou-se em segundos. Senti exatamente a sensação de receber um Oscar. (hahaha, essa foi boa). O primeiro prêmio a ser entregue era o da minha categoria. Nossos trabalhos foram exibidos num telão e foi incrível a emoção de ouvir trechos do nosso rádiodocumentário, das internas e do locutor. Ele abre o envelope, meu coração à mil ... não. Quem ganhou a bolada ($), os sorrisos e a ótima sensação de " porra, valeu a pena" foi uma estudante de Recife. O grupo dela também mandou bem e criou um projeto bacana numa favela da cidade. Gostei, merecido.

Pró-seco, mil conversas, fotos, risadas, gargalhadas, bolinho de parmesão (lá eles falam o tipo do queijo) e a volta para o hotel. Calor incrível, cansaço, satisfação. A volta foi meio conturbada com a mistura do meu mal humor - por culpa da organização do evento - e da fome assustadora que eu sentia.

Fome, não apenas de pão de queijo, querer meu chuveiro e minha cama. Mas fome de idéias, de querer escrever e soltar para fora as letrinhas. É, não levei o prêmio mas em compensação levei como se fosse uma dose extra de jornalismo na veia, direto, sem anestesia. Uma dose deliciosa.

Um comentário:

Larissa Saram disse...

Estava torcendo por vc, viu Rachel!? Mas valeu pela participação e principalmente pela chance de estar lá, lado a lado com gente tão bacana e interessante.
Parabéns!
bjs