21.5.08

muito mais

Meu inimigo de todos os dias tocava às 5h30. Olhei para o lado e dei de cara para a parede. Virei o rosto e estiquei o braço. Parei o alarme por alguns minutos. Vamos lá vai, levantando! Era uma manhã de sábado fria, de céu alaranjado e com poucos carros na rua.

Durante o banho fiquei pensando na minha boa vontade e em como me disponho a ajudar os outros. Um evento, em Interlagos, das 8h às 19h? O dia todo ouvindo carros "voando", pessoas riquíssimas, jornalistas técnicos e uma equipe que nem sei o nome. Ai ai, só eu mesmo. Enquanto resmungava isso tudo, tentava enxergar uma luz no fim do túnel e talvez ver algo de positivo naquele esforço todo. Não tinha.

Chegar na Paulista de manhãzinha me fez lembrar de trabalho, de correria, de prazos, horários, rotinas e, aprendizado. É, as coisas pareciam melhorar. A imagem que sempre tenho ao sair da escada rolante do metrô Consolação anima qualquer paulistano apaixonado por essa cidade. Você se sente um nada e ao mesmo tempo, tudo. Se sente perdido e ao mesmo tempo no meio de tudo. Sabe que é apenas mais um na multidão, mas tenta, do seu modo, fazer a diferença de algum jeito. (esse, é, aliás, o pensamento que sempre tenho em mente sobre esta cidade e que me motiva à cotinuar na luta).

Bom, a viagem até Interlagos foi boa. No caminho eu era "brifada" sobre tudo nos mínimos detalhes e questionava do meu jeito algumas coisas. Não, eu nunca tinha ído ao autódromo. Sabia que lá fazia frio e que o bairro vivia pelo autódromo (geração de empregos, no caso). Mas eu não tinha a menor idéia do que estaria por vir.

O bom humor tomou conta de mim quando encontrei um imenso (para não falar gigantesco) complexo de automobilismo montado da maneira mais organizada e moderna que existe. O evento da Quatro Rodas Experience seria muito mais que um simples job. Seria realmente, uma experiência inesquecível.

Instalada na bilheteria - ainda não montada e apenas com as 15 garotas ali fazendo hora - eu era responsável pelo credenciamento de imprensa. E só. Meu trabalho era dividido por um colega aqui da assessoria que circulava com algumas equipes e repórteres e de vez em quando me deixava dar uma volta e curtir o evento. Sensacional. As atrações me atraíram aos montes. Pensava o tempo todo no meu pai e nos ex-cunhados-queridos-gêmeos-ficcionados por carros. Logo de cara concluí que a minha percepção do que era barulho mudou completamente. Se eu achava uma música alta ou que as motos nas ruas fazem barulho, ha ha ha. Sem palavras.

Entre muitas horas sentada, sol na cara e vento nos cabelos a melhor parte de tudo para mim foi perceber a diferença brutal que existe entre as pessoas que ali estavam e as pessoas que ali trabalhavam. O bom humor, as conversas, risadas e causos que as meninas da bilheteria (e da periferia) contavam sobre a vida eram, da forma mais transparente possível, completamente oposta das pessoas que pagavam 200 reais para dar umas voltas num carro turbinado. No entanto, essas diferenças se misturavam numa informação que era passada, no agradecimento, num sorriso e num "muito obrigado".

Ao som de marteladas, alguns passos e muuuito cansaço deixei o autódromo às 21h. O pessoal da grana tinha ido embora. Satisfeitos. O pessoal da gana, ainda estava lá. Comendo sanduíche de presunto e queijo, tomando suco de uva e rindo da vida e do cansaço. E eu, mais uma vez, tinha a plena certeza de que era mais um evento que tinha me ensinado muito mais do que eu imaginava.

Para finalizar, na volta do evento ainda me peguei pensando no frio e na neblina que se formava na região. E, apesar das dores do corpo, meus pensamentos diabólicos insistiam em continuar: será que é pelo frio que a Johnnie Walker patrocina as corridas de Fórmula 1? Ah, que seja!

2 comentários:

Francisco disse...

Meu, sério! Acordar sábado às 05:30 da manhã??? NO FUCKING WAY!

Essa nossa área de comunicação é uma tristeza! Eu AMO comunicação, jornalismo, publicidade, TV... Mas realmente, é para apaixonados!

Estou só vendo os dias que me aguardam no futuro, trabalhando em emissoras televisivas até madrugada, fim de semana.. etc... Mas como você disse, a recompensa vale! Graças a Deus!

PS: Você tinha perguntado onde eu trabalhava. Trabalho em um programa da RedeTV! chamado "Caçadores de Aventuras", onde rola várias viagens iradas, conhecendo os pontos turísticos, artesanato, costumes locais e culinária. Vale a pena! Nesse domingo vai ter Rio Quente, mas num vejo a hora de assistir o que eu produzi, que foi "Paraty".

Domingos, 13:30h, na RedeTV!

PS: Poste mais no blog!
Bjão Chel

Anônimo disse...

vrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrruuuuuuuuuuuuuuuuuuuuummmmmmmm....vc e os eventos...rsss...sempre uma coisa nova aparecendo né...=)

não se esqueça: NAOTEMMELAO !!

bjao