30.5.08

sim

Sentei à mesa sozinha com o prato de canja recém esquentado. Fui comendo aos poucos junto com alguns pedaços de pão. O caldo estava morno. A luz da sala iluminava alguns pensamentos que surgiam vagarosamente. De repente percebi que a fome havia passado. A sopa estava no fim e, dezenas de perguntas surgiam na minha mente. Para quem será que posso perguntar tudo isso? Era o que eu mais me questionava.

Passava das 20h30. Cadê ele? Não ia apenas levá-la para uma reunião? Tomei fôlego. Respirei fundo, afastei todas as perguntas com um gesto solto no ar e recolhi a mesa. No caminho à cozinha pensei que não dormiria sem antes ter as respostas àquelas perguntas. Voltava novamente a pensar no assunto.

Arrumei o quarto, meu 'forno', meu livro, meu abajur e o esperei chegar. A chave se virou e a pergunta foi logo de cara: Paiê, como é que você tinha certeza que a mamãe era a pessoa certa para você? A ânsia em saber a resposta certa fez a ponta do meu nariz formigar. Senti meu rosto quente e já sabia os sintomas: vou chorar logo mais.

Ele me olhou calmo, sorriu de canto da boca e disse: Eu não sabia. Tudo foi muito rápido. Em menos de um ano nos casamos. Ela trabalhava de manhã, estudava à noite. Não tínhamos muito tempo juntos. Mal a conhecia. Ah ! Como ele poderia me responder isso? Acho que essa é a dúvida que todos temos. Concluí isso porque, de certa forma, ele não respondeu e ao mesmo tempo também não me deixou sem resposta. Libriano.

Mas a conversa seguiu. Paiê, como é que eu sei que o Gui é o cara da minha vida? Como a gente pode ter certeza disso? Será que eu vou ser feliz? O mesmo silêncio e olhar profundo dos mesmos olhos e feições idênticas se cruzaram. Novamente ele sorriu e disse: Eu gosto do Gui. É, ele é um cara legal. Transbordei de alegria por dentro. Observava ele se segurar nas duas cadeiras, apoiar as mãos, equilibrando seus pensamentos e respostas para a filha pronta para a vida. E senti, como raras vezes eu senti, a certeza de que aquela era a resposta certa.


A conversa se seguiu ainda por meia hora. Rasgados elogios à ele, à família dele, ao modo dele ser, me tratar, tratar meus pais, meus amigos e ser meu amigo - essa é a principal característica filha. Vocês têm que ser amigos.

Fui dormir no ninho dividido. Sem ele ao lado, sem seu abraço, cheiro, carinho, palavras e sonhos divididos. Fechei os olhos e mergulhei nos nossos melhores momentos juntos. Voltei ao tempo de dois anos atrás e tentei, pela primeira vez, não pensar no nosso futuro apartamento. Apenas deixei os bons pensamentos no tempo presente. Na noite de chuva e de mais aprendizados.

2 comentários:

Larissa Saram disse...

Queridonaaaaaa,
Primeiro que eu adorei o título do post. Resumiu tudinho tudinho, em uma só palavra!Tão curta mas com tantas possibilidades né!?
Estou morrendo de saudades (mas só das pessoas,tá!?rs)!!!!!!!!!!!!!!!
E não precisa de festa não...Só a alegria de ver vcs já vai bastar para deixar o dia da volta com um clima delicioso!
Adoro-te!
bjs bjs bjs

Anônimo disse...

Por essas e outras que eu te escolhi e não deixei vc escapar !!!
te amo muito
bjao