11.8.08

um pouquinho de padova

Eu esperava que ia ser um saco: visitar o tio-avô no interior, em pleno domingão preguiça. Mas, como é bom quando as coisas mudam e tenho outras percepções para as coisas.

Acordei cedo, levei café e dois presentes para ele na cama. Feliz dia dos pais, Pop. Uma gravata e um moletom. Gostou, que bom! A preguiça pairava em cima da imensa cama de casal. Minha mãe insistia (e ainda insiste) com o convite para eu pegar meu travesseiro e voltar a dormir ali com eles. Não, mãe, obrigada, não tenho mais idade nem tamanho. Voltei à dormir mais uma hora.

Acordei bem, tomei banhão, vimos um pouco das Olímpiadas (que até que está sendo agradável acompanhar de vez em quando) o irmão chegou e fomos embora. Mas, e o frango assado de almoço? Não, tonta. Vamos comer no Frango Assado da estrada. Ah, tá. Melhor assim!

Chegamos rápido, comemos bem, conta dividida e gibizinhos comprados para a distração dos irmãos friorentos. Chegamos na casa do Zio. Abri os olhos. Respirei fundo e senti uma vontade imensa de abraçar o céu. O azul era completo. O sol brilhante chegava a arder. O jardim com um tom de verde que não existe nem no Photoshop.

Ciao! Como está? Alguri! E muitas outras expressões gritadas em italiano que eu nem me recordava. Entramos, sentamos e parlamos. Parlamos muito e comemos muito. Quando me arriscava a soltar algo na língua do meu avô, eu confundia com o espanhol. Ai, que vergonha. Melhor ficar quieta. Mas não dava. Então soltei tudo macarrone mesmo e demos risadas.

A mesa estava farta de salames, copas, duas garrafas de vinho, espumante, água, suco, pães, torradas e três tipos de formaggio. Hum. Sensacionale! As conversas, claro, eram sobre a ida do meu irmão e da cunhada à terra de nossos familiares, logo agora, em setembro. Dicas de passeio, a agenda completa de parentes para visitar e toda a árvore genealógica que cheguei a conhecer metade quando estive por lá em 2001.

O frio entrou pela porta. O sol já havia baixado e todos com vinho na cabeça. Paiê, vamos? Ma que? Ma já? Sim, ela tem que ver o namorado ainda. Ai, santo. Alguém tem um buraco aí embaixo da mesa? Fiquei vermelha. E não era do vinho. Sabia que logo depois viria um: Ah, Rachele está enamorada (aaaa)? É, Zio, estou.

Na volta, o sono, as curvas e as estrelas me acompanhavam com devaneios sobre a época da viagem de 2001. Quantas coisas, pessoas e lugares. Após a a visita ao namorado, voltei para casa correndo e abri a caixa de madeira. Me debruçei no diário antigo, ainda com as folhas intactas e as letras grandes: 29/09/2001. E sonhei com tudo aquilo ali descrito. Como é bom sentir saudades.

Um comentário:

Unknown disse...

Chel, lá no meu blog tem um questionário pra ti.
beijos