Sempre que cai a tarde de domingo, cai também uma nostalgia boa dentro de mim e dentro dessa casa. É sempre aos domingos que meu pai conta casos antigos da adolescência da infância. É sempre aos domingos que minha mãe comenta de alguma peça da casa que pertencia aos meus avós. E o incrível é como eu sinto a gostosa sensação de correr pra janela e sentir a brisa no rosto e admirar outros apartamentos imaginando a história de vida de outras pessoas.
Geralmente essa nostalgia aumenta mais na época do natal. Vai ver porque perdi meus avós muito cedo para saber de fato o que é ter eles por perto nos domingos e poder ouvir as histórias mais frescas, contadas pelos próprios personagens. Vai ver que é pelo fato das luzinhas mágicas (que insistem em piscar desde novembro) tomarem conta das varandas, ruas e casas como se representassem pequenas fadas de boas lembranças.
É, assumo: adoro esta época desde criança. Não pelos presentes nem pela ceia mas pela solidariedade plena que toma conta das pessoas, pela alegria estampada - apesar do trânsito - às 6 da tarde de uma sexta-feira. Pelo reencontro com amigos e pelos cartões de natal inesperados. Eu gosto. E para mim, natal devia cair sempre no domingo. Pra ficar sempre como uma lembrança boa dentro de nós.
Feliz natal, bom ano novo e boas comemorações vitais para quem passa por aqui. Eu passarei pela primeira vez o natal longe de vários queridos e junto de outros queridos também. E fica sim uma pontada nostálgica de bons momentos de natais passados.
Mas esse suspiro triste não vai me tomar os 25 dias. Prometo!